Metaleiros
Os artistas góticos, da mesma forma que qualquer outro tipo de artista, desenham o que sentem, o que vêm do mundo que existe e em que vivem. Na sua maioria, não tentam fazer obras bonitas com a finalidade de agradar aos outros, nem mesmo de vendê-las, mas sim, com o intuito de agradar a si próprio, de expressar o que sentem e o que vêm.
A sua filosofia consiste em viver em paz, defende a ideia de um mundo sem mais tristezas, nem mágoas, de um mundo no qual os góticos não se sintam mais sozinhos, isolados, solitários e julgados, consiste no ideal de encontrar uma pessoa que o faça feliz, e o faça não sentir tanta agonia, tristeza e depressão. Pode-se resumir em "Um mundo bom de se viver, é aquele que só vai existir no momento que toda a falsidade, hipocrisia e frieza acabar".
Os cemitérios são lugares quietos, ideais para a introspecção e reflexão, que outros lugares não proporcionam. Se nós entendermos a fragilidade da vida, seremos mais capazes de apreciar isso. São bonitos, e de atmosfera misteriosa.
Góticos são seres sociáveis que escolhem os seus amigos pelo que eles são e não por aquilo que eles possuem, não medem as pessoas dos pés à cabeça antes de se aproximarem para fazer novas amizades.Eles odeiam qualquer forma de discriminação, aceitam as diferenças individuais com naturalidade e recebem bem todos que se aproximam, independentemente dos seus valores, situação econômica ou orientação sexual.
Hippies
Nos anos 60 muitos jovens passaram a contestar a sociedade, os seus valores tradicionais, econômicos e militares. Esse movimento de contracultura impulsionou-se por músicos e artistas da época, os hippies naquela época de guerra e repressões defendiam o amor livre e a não violência. Os hippies tendem a viver
em comunidades ou são nômades, realizam trabalhos manuais ( que conhecemos bem !), grande maioria dos hippies possuem cabelos e barba longos, fato que no finalzinho da década de 60 e ínicio da de 70 eram considerados como falta de respeito e até mesmo anti-higiênicos. Os hippies em seu movimento não pararam
de fazer protestos contra à Guerra do Vietnã, cuja intenção era acabar com a guerra. O movimento hippie possui como símbolo a figura circular com três intervalos iguais:
O símbolo da paz foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos anos 60.
“Quem não conhece muito o mundo hippie
facilmente associa a músicas reggae, à Bob Marley e maconha, e mais maconha.” Esse pensamento ocorre pelo fato deles pregarem a paz e o amor, a liberdade sexual, o respeito à natureza e ao ser humano, e ao uso de drogas. Porém a música da cultura hippie vai além de Bob Marley, todo tipo de música que representasse o que o movimento pregava, a crítica social, a uma contestação dos valores pregados pela sociedade conservadora, qualquer música que expressa essas idéias faz parte do movimento hippie. E para comprovar isso basta relembrarmos o Festival Woodstock , festival mais importante da década de 60 e que contou com vários estilos musicais como o rock e o blues.
Um nome que é considerado como símbolo do movimento hippie é Janis Joplis, por suas músicas tratarem justamente sobre os pensamentos que o movimento de contracultura possuia.
Coloridos
Divisão e conflito
https://entretenimento.r7.com/moda-e-beleza/noticias/cine-e-hevo84-contam-como-vestir-o-estilo-dos-coloridos-20100422.html.
Emo
Lolitas!
Gothic Lolita é uma das subcategorias do visual Lolita (Loli). O gothic lolita talvez não possa ser considerado como uma subcultura propriamente dita já que não existe uma ideologia ou um credo comum a todas, um padrão de comportamento, nem música ou arte específicas a serem apreciadas - mas acima de tudo lolitas não são criaturas necessariamente grupais, que buscam socializar com outras lolitas. Sendo assim individualistas, não há como classificá-las como uma tribo.
TRIBOS URBANAS
“Diga me com quem andas que direi quem Tu és”
Atualmente, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo ocidental, vivemos rodeados de tribos urbanas. Tribos essas que são formadas através de ideologias, estilo de roupa e principalmente gosto musical em comum.
A tribo, para alguns de seus integrantes, é bem mais que um simples ajuntamento. É uma família, um local de refúgio, um objetivo de vida. Muitas das vezes, o integrante busca em sua tribo uma fuga para seu problemas pessoais, um numero maior de amigos, um grupo onde possa expressar seus sentimentos e idéias, ou até mesmo extravasar sua raiva e ódio (tribos mais radicais).
Punks
Algumas tribos sofrem preconceito e uma má interpretação por parte da sociedade, por adotarem um visual diferente, exemplo: Rockeiros, Emos, Hippies, Punks, Skinheads e outros. Vale Ressaltar que nas cidades grandes, as tribos são mais nítidas e originais. Mas em cidades menores alguns jovens, são influenciados pelas chamadas “modinhas”, onde em um dia o individuo ouve Sertanejo e se veste no estilo country, mas no dia seguinte se torna um adepto do Hip Hop, passando a usar roupas largas e bonés de aba reta.
Geralmente esses jovens tendem a ser indecisos em sua vida cotidiana, são jovens que apenas seguem o fluxo, sem se perguntar qual o real motivo por estarem participando de alguma tribo. Por esse mesmo motivo são publico alvo da mídia de massa, por serem facilmente influenciados e engajados em um novo grupo que possa render lucro a mesma.
As famosas “Modinhas”
Mas afinal, qual o papel desses grupos dentro da sociedade? As tribos urbanas mostram com clareza a liberdade de expressão, e isso é muito bom. Mas por outro lado dividem significantemente a juventude.
São cada vez mais comuns conflitos entre os grupos urbanos, principalmente entre Punks e Skinheads, e outros grupos que divergem muito em suas opiniões…Um exemplo bem brasileiro são as brigas de torcida durante jogos de futebol.
A solução para tais conflitos é que cada tribo viva segundo a sua ideologia, deixando de lado a violência e respeitando a opinião, os gostos e o estilo de vida de outros grupos, para que assim as tribos possam viver em paz, mesmo tendo discordância entre si.
Rodeadas de códigos e normas, estudadas por sociólogos e psicólogos, mal entendidas por muitos, crescendo e se multiplicando, mudando hábitos, costumes e práticas sociais, aí estão as tribos urbanas que podem ser caracterizadas como um fenômeno juvenil dos grandes centros e que, dia após dia, ampliam sua atuação e aumentam seus adeptos. Do que se trata?
Estamos acostumados a ver jovens “normais” em nossas comunidades e/ou cidades. O máximo do diferente é alguém com um corte de cabelo não comum, ou com uma calça jeans toda rasgada, ou ainda, jovens com roupa de cor exótica e cheios de correntes, pulseiras, botons, anéis etc. Isso não parece preocupar. No máximo, causa espanto e é motivo de gozação.
Porém, por enquanto, essa atitude é característica de nossas cidades pequenas. Nos grandes centros urbanos (e o mundo se urbaniza cada vez mais), o diferente já se organiza, tem normas, leis, códigos, adeptos...
Cedo ou tarde, este fenômeno da juventude moderna chegará até nós. É importante que conheçamos as razões de tal fenômeno para sabermos agir diante dele.
Punks, Skinheads, Rappers, White Powers, Clubbers, Grunges, Góticos, Drag Queens. Estes são apenas alguns grupamentos juvenis, chamados pelos sociólogos de “tribos urbanas”, encontrados diariamente nos grandes centros. As “drag queens”, tipo considerado o mais exótico, são na verdade homens vestidos de mulher. Duas diferenças básicas as distinguem dos travestis: não se prostituem nem modelam seus corpos com silicone ou hormônios. Ser drag significa dar vida a um personagem. Eles se preocupam com a moda, possuem uma linguagem específica e brincalhona, são irreverentes e apreciam os gêneros musicais contemporâneos. Podemos dizer que esse jeito, toda essa brincadeira, essa festa, característica das Drag Queens, vem como uma resposta a uma série de dificuldades sociais importantes.
Os Grunges, filhos legítimos da recessão mundial, nasceram em Seatle, nos Estados Unidos, e são caracterizados pela sua indumentária: bermudão abaixo dos joelhos, tênis sujos, barbichas, calças rasgadas etc. Eles transformaram o desleixo numa provocação aos “mauricinhos” e “patricinhas” (filhos de papai).
Ainda existem outros, como os Rockabillies, que amam o rock dos anos 50 e usam enormes topetes; os góticos, que cultuam as sombras e adoram poesias românticas, além dos hippies, rastafaris, metaleiros etc.
Há também as tribos pós-punk que são as mais temidas devido à sua agressividade. Entre elas estão os Carecas (skinhead brasileiro) e os White Powers (Podes dos Brancos). Ambas as trios são racistas, têm tendências nazistas e detestam homossexuais. Atualmente os punks não são encontrados com facilidade, mas ainda existem alguns grupos.
A origem de todas essas manifestações parece ser a contestação. A violência, a apatia, desleixo, a festa e a anarquia são as formas de contestação do mundo pós-moderno, dizem os sociólogos.
Sentimento de vazio
Ao analisarmos, perguntávamos o que tem por trás desse estilo de vida? Olhando a história, percebemos que muitas manifestações de repúdio e revolta com os padrões dominantes se deram de uma forma muito semelhante a esta, os Hippies, por exemplo.
Porém ficaram outras duas questões:
- Este fenômeno é um modismo, simplesmente?
- E estes jovens são assim para si ou para os outros, isto é, vestem-se e agem assim por convicção ou são assim para serem vistos e notados numa cidade/sociedade onde o anonimato é o maior medo?
Acredito que a morte da identidade pessoal promovida pela sociedade moderna e seus aparatos não é o fim. Ainda há, na alma do jovem, a capacidade de resistir e contestar, mesmo que à margem do normal, na contramão da sociedade.
Acredito que o sentimento de vazio e de descontentamento vivido pelo jovem de hoje pode levar a uma resistência diante do mundo opressor, massificador e despersonalizador.
Acredito na pluralidade de opções e de estilos de vida, desde que acima de tudo esteja a vida, a liberdade, a felicidade, a construção (ou re-construção) da pessoa, não importa se ela esteja de calça azul-marinho e camisa branca ou com um macacão cor-de-abóbora da cabeça aos pés.
História Dos Skinheads
Em 1958, na Jamaica, artistas começam a misturar a música negra americana com os estilos tradicionais da ilha. Essa mistura de ritmos foi evoluindo até se converter no que se denominou SKA. Esse ritmo tinha duas características principais: a forma energética como era dançada e os RUDE BOYS , que não eram bem aceitos perante a sociedade por suas ligações com o mundo marginal, pelas confrontações com a polícia, e pelo consumo excessivo de maconha. O rude boy pode ser considerado o primitivo skinhead pelo seu modo requintado de vestir-se, imitando seus ídolos de filmes de gangster.
Em 1962 a Jamaica consegue independência da Grã-Bretanha à que se segue uma etapa de festa na qual se desenvolve o ROCKSTEADY e posteriormente o REGGAE. Também durante esse período, muitos jovens jamaicanos emigraram para a Grã-Bretanha e com eles a sua música. Estes rude boys juntaram-se aos MODS, que eram jovens amantes da música negra. Esses últimos iriam sofrer a era do hippismo que percorreu a classe média no final da década de 60. Dessa forma os mods desapareceram como movimento juvenil massivo na década de 70, porém os mais fiéis seguidores da música negra e principalmente os que pertenciam a famílias de classe operária rejeitaram essa onda, e passaram a serem denominados HARD MODS.
Rude boys e hard mods misturavam-se nas ruas, pubs e festas e como fusão de ambas as culturas surgiram os SKINHEADS. Devido ao sucesso da Inglaterra no mundial de futebol de 1966, muitos jovens começaram a ir aos estádios. Logo nasceram as torcidas e explodiu a violência entre elas. Nas bancadas viam-se cabeças raspadas brancas e negras juntas, pois os skinheads participaram do nascimento dos HOOLIGANS.
Na parte musical, o SKINHEAD REGGAE, como é conhecido o reggae original muito ligado aos skinheads, começa a tocar com força nas paradas inglesas. Porém, por volta de 1971, o reggae segue caminhos que não interessam muito aos skinheads, que então concentram-se no ska.
O movimento skinhead que tomara força (devido em parte à sua oposição aos hippies, que consideravam filhinhos de papai da classe média e afastados da realidade social) foi enfraquecendo junto ao ska e outras músicas jamaicanas. Em meados dos anos 70 o movimento apenas se encontrava em âmbitos reduzidos. Nessa época, enquanto o desemprego e a desesperança cresciam, surgia um novo estilo de música, o PUNK ROCK, que infectou as ruas e criou um estilo de vida próprio, nasceram os PUNKS. Os skinheads logo se interessaram por este novo estilo musical e fizeram-se os mais fiéis seguidores junto dos punks. Os skins mudaram o seu visual fazendo-o mais rebelde e provocativo (nascem os BOOTBOYS) afastando-se das suas origens jamaicanas. Pode-se dizer que há dois tipos de skins, os do “spirit of 69” e os da era punk.
O Punk logo perdeu aquele espírito de rebelião que teve ao nascer. Porém, em 77 apareceu uma nova geração de grupos como SHAM 69, ANGELIC UPSTARTS, BLITZ, CRASS, INFA RIOT, etc. O então jornalista de “Sounds” Garry Bushell foi praticamente o único a escrever sobre esta música, conhecida nas ruas como street punk ou reality punk, e denominou-a OI! inspirado no tema Oi! Oi! Oi! do COCKNEY REJECTS. Pela primeira vez dava-se oportunidade aos skins para fazerem sua própria música.
A tentativa dos punks e também dos skins de provocarem à sociedade levou a erros como o de "enfeitarem-se" com símbolos nazistas, embora fosse somente para provocar ou ser o mais “mau”. Os partidos fascistas ingleses como o BNP ou National Front aproveitando este exibicionismo punk e skin, e espalhando confusas mensagens nacional-socialistas para os operários, conseguem desligar grande parte de skins e punks (esses últimos em menor medida) e assimilá-los na ultradireita. Aliás, estes partidos eram os únicos a ver os skinheads como indivíduos com valor e pareciam dar-lhes um futuro, pois a sociedade via os skinheads como corja de classe operária sem valor e que só causavam danos à sociedade. A National Front consegue que as suas juventudes fascistas se vejam refletidas na estética skin (cabelo curto, botas,...) e acabam adotando-a em 1980-1981 (também havia nazi-punks, mas foram em menor número, pois a sua imagem não ficava bem com as suas idéias). Tudo isso foi apoiado pelos meios de comunicação que se importavam mais com o sensacionalismo do que com a veracidade das notícias.
Muitos skins opuseram-se a isto, tendo idéias opostas aos nazistas, nascendo assim os REDSKINS. Ao passar do tempo, eram mais os nazistas a se disfarçarem de skins, em boa parte devido aos meios de comunicação que espalharam esta falsa imagem dos skins por todo o mundo. Havia uma pequena cena rock nazista capitaneada por Skrewdriver. A música que faziam era basicamente a mesma que Oi!, mas as bandas preferiam frisar a diferença com o Punk em geral empregando o termo R.A.C. (Rock Against Comunism = Rock Contra o Comunismo).
Criaram-se então, associações para espalhar e divulgar a autêntica imagem skinhead. Em 1988 nasceu S.H.A.R.P. (Skin Heads Against Racial Prejudice - Skinheads Contra o Preconceito Racial)) promovida por alguns grupos anti-racistas de skinheads norte-americanos. S.H.A.R.P. é uma organização apolítica com os únicos princípios de anti-racismo e antifascismo. Em 1993 como conseqüência de um incidente provocado por supostos membros da S.H.A.R.P., cria-se em Nova York o R.A.S.H. (Red & Anarchist Skin Heads) formada por skinheads anarquistas e comunistas, renunciando ao apoliticismo da S.H.A.R.P.
Perguntas E Respostas Sobre O Black Bloc
Black Bloc
Tabela de conteúdo
- 1 O que é um Black Bloc?
- 2 O Black Bloc é uma organização?
- 3 Por que um Black Bloc?
- 4 Onde surgiu a idéia do Black Bloc?
- 5 Quantos são os exemplos de Black Bloc anteriores na América do Norte?
- 6 Todos os Black Blocs destróem a propriedade?
- 7 Por que os membros do Black Bloc usam máscaras?
- 8 Quantos anarquistas participaram da “Batalha de Seattle”?
- 9 Em que tipo de atividades eles estavam envolvidos?
- 9.1 Os anarquistas estavam envolvidos nas seguintes atividades:
- 9.2 Táticas e estratégias:
- 9.2.1 Libertação:
- 9.2.2 Corrente de força:
- 9.2.3 Máscaras:
O que é um Black Bloc?
É um coletivo formado por indivíduos e grupos de afinidade anarquistas, que se unem para uma ação. A substância do Black Bloc muda de ação para ação, mas os objetivos principais como mostrar solidariedade frente à violência do Estado policial e dirigir uma crítica do ponto de vista anarquista, continuam os mesmos.
O Black Bloc é uma organização?
Algumas pessoas têm a falsa impressão de que podem entrar na “Organização Black Bloc”. Não existe uma organização fixa do Black Bloc entre os protestos. Existe o movimento anarquista que sempre esteve lá (há mais ou menos um século). Você pode encarar o Black Bloc como um coletivo temporário de anarquistas, que fazem parte de um todo numa passeata ou num protesto.
Por que um Black Bloc?
Existem vários motivos para justificar porque alguns anarquistas formam um Black Bloc nos protestos. Essas razões incluem:
- Solidariedade - um número massivo de anarquistas providenciam cobertura contra a repressão policial e demonstram os princípios da solidariedade da classe trabalhadora;
- Visibilidade - o Black Bloc como a parada gay;
- Idéias - um forma de apresentar o ponto de vista anarquista ao protesto;
- Ajuda mútua e livre associação - mostra o exemplo de como grupos de afinidade podem formar um grupo maior e articular os objetivos em comum;
- Autonomia - um método para impulsionar o movimento além do mero reformismo e dos apelos ao Estado para remediar a injustiça.
Onde surgiu a idéia do Black Bloc?
Black Blocs na América do Norte surgiram na época da guerra do golfo(1991). Foram inspirados pelo movimento autonomista alemão da década de 80. Esse movimento era conhecido pelas batalhas urbanas travadas com a polícia, mas também por mostrar uma alternativa radical aos outros movimentos de protesto.
Quantos são os exemplos de Black Bloc anteriores na América do Norte?
O Black Bloc não foi inventado em Seattle. Numerosos Black Blocs aconteceram na década de 90. Um dos maiores foi o do ano passado, no Millions For Mumia, o qual tinha entre 1500 e 2000 manifestantes. Esse foi um bom exemplo de um Black Bloc não-violento, o qual tinha como objetivo demonstrar a sua solidariedade com Mumia Abu-Jamal e, lembrar a “esquerda” do movimento, que nós existimos (de fato, vários artigos pós-M4M da imprensa esquerdista ignoraram completamente a presença anarquista do Millions For Mumia).
Uma breve lista de notáveis Black Blocs:
- 1992- Washington D.C., Black Bloc no protesto anti-guerra do golfo. Janelas do Banco Mundial destruídas.
- 1992- San Francisco, Black Bloc protesta contra os 500 anos de exploração e genocídio promovidos pelo primeiro mundo.
- 1999- Philadelphia, 24 de abril, 1500-2000 anarquistas marcham no Black Bloc durante o Millions For Mumia.
- 1999- Seattle, 30 de novembro, Black Bloc se engendra na destruição do distrito financeiro central.
- 2000- 16 e 17 de abril, o Bloco Revolucionário Anti-Capitalista (RACB) participa dos protestos anti-FMI/BM, em Washington D.C. Entre 700 e 1000 anarquistas participaram no A16.
- 2000- Primeiro de maio, Black Blocs em Nova York, Chicago e Portland.
Todos os Black Blocs destróem a propriedade?
Depende. O Black Bloc de Seattle, que marchou no dia 30 de novembro, nos protestos anti-OMC, foi o mesmo que colocou os Black blocs nos radares nacionais e internacionais. Eles se engendraram em uma variedade de atividades, inclusive destruição de propriedade. Isso não foi um vandalismo adolescente sem sentido – foi feito por razões políticas. Aliás, os membros do Black Bloc N30 não vinham todos de Eugene, Oregon.
Por que os membros do Black Bloc usam máscaras?
No ano passado, houve uns poucos e ingênuos pedidos liberais para que os anarquistas tirassem as suas máscaras. Aliás, existem muitos anarquistas do Black Bloc que nem sequer usam máscaras durante os bloqueios e ações. Esses são, por assim dizer, os camaradas “aparecidos”. Anarquistas usam máscaras por muitas razões. A principal é o reconhecimento feito posteriormente pela polícia (que filma os ativistas e cria uma ficha para cada um deles). A polícia faz isso mesmo quando existem leis proibindo (vide red squads). Máscaras promovem anonimato e identidade comum. E também protege aqueles que querem se engendrar em atos ilegais e escapar, para depois lutar em outros dias.
Quantos anarquistas participaram da “Batalha de Seattle”?
Se você lê a maioria dos artigos da mídia convencional, você será levado a acreditar que havia 50 anarquistas em Seattle, que vieram só para quebrar janelas. De fato, as estimativas dos conservadores mostram 4000 anarquistas participantes das atividades. O número verdadeiro é difícil de ser determinado, uma vez que não foi feito um levantamento da quantidade de participantes. Você simplesmente não pode contar qualquer camarada vestido de preto como sendo um anarquista. A maioria deles vinham da costa oeste dos EUA, mas também da América do Norte inteira. Uns poucos vieram do Reino Unido.
Em que tipo de atividades eles estavam envolvidos?
Sim, anarquistas estavam envolvidos na destruição de propriedade, mas essa era só uma pequena fração do envolvimento anarquista nas atividades do N30. O engraçado é que, os mesmos anarquistas que foram repreendidos pela Esquerda por quebrarem janelas, estavam entre as milhares de pessoas que, de uma forma não-violenta, bloquearam a conferência da OMC. Isso fica evidente nos vídeos que mostram o Black Bloc ajudando a bloquear o acesso ao hotel.
A mídia corporativa sempre tem mostrado uma péssima cobertura do trabalho duro, no qual os ativistas se engendram. Eles se concentram em mostrar o espetacular, mas não podem dar a conhecer todo o processo preparatório, etc. Os anarquistas estavam engajados nas atividades dos “bastidores” e do trabalho pesado. As atividades dos milhares d anarquistas envolvidos na organização do N30 fizeram disso tudo um grande sucesso.
Os anarquistas estavam envolvidos nas seguintes atividades:
Mídia e comunicações: Anarquistas em Seattle armaram uma “hotline”, meses antes do evento. Outros anarquistas estavam envolvidos com o Centro de Mídia Independente e houve dúzias deles que agiram como jornalistas amadores. O CMI tem suas origens no Countermedia, o qual era uma organização mediática anarquista que foi projetada para a Convenção Democrata de 1996, em Chicago. Muitos outros filmaram as manifestações de Seattle e conseguiram realizar um curto filme com as imagens das 24 horas de ações no N30.
Anarquistas construíram sites antes do N30 e da semana anti-OMC...esses sites ajudaram as pessoas a se prepararem para as ações, a se comunicar e a se auto-educar. Vários sites conseguiram uma cobertura contínua das ações e arquivaram a cobertura da mídia convencional também. Alguns anarquistas escreveram colunas para os jornáis, especialmente Geov Parrish, que cobriu o N30 para o Seattle Weekly e Eat The State.
Treinamento e planejamento das ações: Anarquistas ajudaram no treinamento não-violento e aprenderam com ele também. Um dos coordenadores principais da não-violência era o DAN (Direct Action Network), o qual conta com o apoio anarquista.
Cultural: Isso ficou mais evidente nos marionetes que estavam presentes na semana anti-OMC, em Seattle. Alguns deles foram feitos pela Art and Revolution Convergence, um grupo da Bay Area. Muitos camaradas também viram a maravilhosa bandinha anarquista.
Ação direta: Os exemplos mais óbvios foram os prédios ocupados durante a semana em Seattle. Um desses squats aparece na rede americana TV News. A mídia chefona de seattle também deu grande cobertura dos squats e falou sobre os conflitos causados pela ação direta.
Marcha dos trabalhadores: Anarquistas participaram na marcha, especialmente o contingente IWW (Industrial Workers of the World). A IWW ajudou a desviar alguns corre-corres dos centros comerciais para as ruas ocupadas, onde eles ajudaram a fechar a área ao redor do centro de convenções.
Corpo médico e legal: Isso inclui tratamento dos feridos nos eventos e suporte legal para os presos durante as ações.
Ocupação do centro: Muitos anarquistas ajudaram a impedir o encontro da OMC. Eles ajudaram a bloquear hotéis (onde se encontravam os dirigentes), ruas e cruzamentos. Muitos sofreram os efeitos dos gases e outros foram algemados enquanto bloqueavam as ruas. Mais anarquistas estavam envolvidos nos bloqueios do que na destruição de propriedade, um ponto importante que a mídia convencional e a esquerda “esquecem” de mencionar.
Destruição de propriedade: Sem necessidade de mais comentários aqui...
N30 no mundo: Houve dúzias de eventos no mundo inteiro, dos quais a maioria foi organizado por anarquistas.
Táticas e estratégias:
Black Blocs são conhecidos pelo uso de táticas e estratégias que não são conhecidas pelos ativistas tradicionais. Algumas dessas táticas são antagônicas. Outras são ilegais. Mas, foram eficientes nos protestos. Dada a ruptura, promovida pela polícia do Estado, no ativismo tradicional, mais manifestantes deveriam considerar estas táticas como meios para a sua própria proteção e segurança. Elas variam de Black Bloc para Black Bloc. Algumas mais comuns são Libertação e Corrente de Força. Libertação acontece quando quando o Bloco liberta pessoas que não querem ser presas. Isto normalmente funciona se você supera os policiais em número. Também pode funcionar porque os policiais ficam chocados em ver manifestantes tentando soltar e libertar alguém. A corrente de força ajuda o Bloco a manter coesão, e dificulta a tentativa de dispersar os manifestantes. É como uma formação policial, só que mais fluida e orgânica.
Libertação:
O ativismo tradicional que envolve desobediência civil tem desenvolvido uma rotina altamente coreografada quando se trata de ser preso pela polícia. Depois, nós vemos exemplos de como a desobediência civil tem se tornado OBEDIÊNCIA civil, na qual os ativistas negociam com a polícia ou mesmo perguntam como ser preso. Sem necessidade de mencionar aqui, nem todo mundo numa manifestação quer ser preso. Dada a propensão da polícia para prender manifestantes por razões arbitrárias- por marchar na rua sem permissão, usar máscaras- uma técnica é necessária para manter os ativistas fora da cadeia. Libertar um manifestante é bem simples: quando um ativista é preso, o Bloco de anarquistas age para livrar aquela pessoa dos policiais. Ás vezes, uma briga é necessária para libertar o ativista, mas se vocês têm o elemento surpresa, podem, normalmente, ser bem-sucedidos porque os policias ficam chocados ao ver que os manifestantes não estão jogando o jogo pelas regras (negociando a sua própria prisão). Libertação funciona em duas situações:
- quando existem poucos policiais e muitos ativistas envolvidos ou;
- quando o Bloco supera a polícia em número numa proporção mínima de 3:1 ou mais.
Um ponto importante a ser ressaltado: libertar um preso é um atividade ilegal. Não seja preso tentando libertar alguém ou você vai Ter que enfrentar sérias acusações. É importante pesar os benefícios de libertar a pessoa (isso é difícil de ser feito no calor do momento). Obviamente, libertar uma pessoa é mais importante se essa pessoa fez algo que a levará a acusações hediondas.
Corrente de força:
Durante as manifestações, os membros do Black bloc cruzam os braços. Essa ação promove a coesão e a solidariedade nos bloqueios e dificulta as táticas dispersivas aplicadas pela polícia.
Máscaras:
Usar máscaras é uma tática tão eficiente que cada vez mais e mais, os departamentos policias estão implementando leis anti-máscaras. A prática do uso das máscaras é controversa dentro dos círculos ativistas. Alguns ativistas criticam o uso de máscaras pois isso contradiz a imagem do ativismo de ser sempre “aberto” e acessível, em outras palavras, “não temos nada a esconder”. Existem várias razões para explicar o uso de máscaras durante uma ação:
- para a proteção contra a investigação ilegal da polícia;
- para promover anonimato entre o grupo, que protege contra o surgimento e ascenção de um líder “carismático”;
- servir como camuflagem para os ativistas engajados em atividades ilegais durante as ações e;
- promover solidariedade dentro do Bloco.
Quem São E De Onde Vêm Os Ciganos?
Caso eles possuam mesmo raízes no Oriente Médio, é provável que tenham surgido alguns milênios antes de Cristo. Qualquer que seja o ponto de partida, sabe-se que eles se deslocaram do Oriente para o Ocidente até chegarem à Europa no fim do século XIV. Nessa época, os ciganos foram perseguidos pela Inquisição, o tribunal da Igreja Católica que julgava crimes contra a fé. Como conviviam tanto com mouros quanto com cristãos, os ciganos oscilavam do paganismo ao cristianismo, o que bastava para serem acusados de heresia. O pior é que os preconceitos em relação à religiosidade, à cultura e ao modo de vida nômade desse povo não ficaram restritos à Idade Média. Séculos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães mataram cerca de 400 mil ciganos, vítimas da ideologia nazista que defendia uma raça supostamente pura, a ariana, na Europa.
Hoje, calcula-se que existam de 2 a 5 milhões de ciganos no mundo, concentrados principalmente na Europa Central, em países como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia. Durante as andanças pelo mundo, eles influenciaram a cultura de várias regiões. Um bom exemplo vem da Espanha, onde a rica tradição da música e da dança ciganas deu origem ao flamenco.
Não se sabe se os ciganos surgiram na Índia ou no atual Iraque, mas de um desses dois pontos eles rumaram para o Ocidente, chegando à Europa pela região da Armênia, por volta do século XIV. De lá, atravessaram o continente até alcançarem as ilhas britânicas e a península Ibérica. No século XVII, os ciganos já haviam se espalhado por todos os países da Europa e deles seguiram para colônias na América e na África. O documento mais antigo referente à presença dos ciganos no Brasil é de 1574.
CIGANOS
- SUA ORIGEM
- SUAS TRIBOS (CLÃS)
- SEUS HÁBITOS
ORIGEM
Há muita controvérsia a respeito da verdadeira origem do povo cigano . Segundo uns seriam eles originários da Índia, outros atribuem sua origem ao Egito; ainda há aqueles que afirmam serem eles descendentes de Caim.
Na verdade torna-se bastante difícil estabelecer com certeza sua origem, pois trata-se de um povo que além de não possuir linguagem escrita, o que permitiria que ficasse gravada de alguma forma sua verdadeira história, mas também pela maneira como foram perseguidos através dos tempos , é fácil compreendermos que eles tenham procurado envolver-se em um clima de mistério, até por uma simples questão de sobrevivência. Levando-se em consideração também que suas atividades muitas vezes os levavam a trabalhar com magia, nada mais atrativo para despertar a imaginação do povo do que esta aura de mistério que os envolvia e ainda envolve até os dias de hoje.
TRIBOS (CLÃS)
Na verdade, de concreto, sabemos que os Ciganos (ROM, o homem cigano; ROMLI, a mulher cigana) agrupam-se em 7 (sete) grupos ou famílias:
- KALDERASH
- MOLDOWAIA
- SIBIAIA
- RORARANÊ
- HITALIHIÁ
- MATHIWIA
- KALÊ
HÁBITOS
(A cultura Cigana nos oferece belos exemplos, que infelizmente a nossa cultura dos não ciganos (GAJE , homem não cigano; GAJI, mulher não cigana) parece ter esquecido nos atropelos da vida moderna. Dentre eles destaca-se o respeito e amor aos mais velhos, o amor e cuidados com as suas crianças, o sentimento de família. Para eles o velho representa a fonte de sabedoria e experiência que deve ser ouvida e acatada. A criança representa a possibilidade de continuidade, a certeza da preservação de sua cultura. Certamente não encontraremos um velho cigano em um asilo, nem tão pouco uma criança cigana em um orfanato, sequer abandonada pelas ruas. Uma cigana nunca pratica voluntariamente o aborto. O casamento para o Cigano representa a garantia da preservação. Um casamento entre o povo cigano é sempre muito comemorado, pois representa uma oportunidade de reunião e de alegria; não devemos esquecer que o cigano é acima de tudo um povo alegre, que gosta de dançar, de festejar. Geralmente). atribuímos ao povo cigano o Dom de ler a sorte através das cartas (cartomancia) ou da leitura das mãos (quiromancia), mas eles são um povo com uma habilidade privilegiada para a música. Muitos músicos famosos eram ciganos.
Aqui no Brasil tivemos muitos ciganos que para cá vieram no início da colonização e além de alegrarem a corte aqui instalada com sua música, também muito contribuíram para a nossa expansão territorial, participando das entradas e bandeiras que desbravaram nosso território. Não fossem eles nômades e andarilhos. Dizem que um de nossos presidentes, aliás aquele que nos tempos modernos mais se envolveu com o abrir estradas e conquistar o nosso próprio espaço era de origem cigana.
Antigamente os ciganos viviam sempre em barracas e viajavam em caravanas; atualmente muitos deles tornaram-se sedentários, talvez até pelas contingências da vida moderna, mas mesmos estes procuram de vez enquanto acampar, para de alguma forma preservar uma tradição.o se tem muitos documentos a respeito da história dos ciganos porque como sua língua é ágrafa, sem grafia, não existem registros escritos. A informação nos é chegada através de afirmações orais nem sempre comprovada.
Somente no final do século XVII é que podemos ver generalizado o degredo de ciganos para o Brasil. Bandos deles, provenientes de Castela, entravam em Portugal. Sua Majestade D. Pedro, rei de Portugal e Algarves, preocupadíssimo com a "inundação de gente tão ociosa e prejudicial por sua vida e costumes, andando armados para melhor cometerem seus assaltos", decidiu determinar, por decreto, que, além do degredo para a África, eles seriam também banidos para o Brasil: "Tendo resoluto que os ciganos e ciganas se pratique a lei, assim nesta corte, como nas mais terras do Reino; com declaração que os anos que a mesma lei lhes impõe para África, sejam para o Maranhão, e que os Ministros que assim o não executarem, lhes seja dado em culpa para serem castigados, conforme o dolo e omissão que sobre este particular tiverem." - Decreto em que se mandou substituir o exílio da África para o Maranhão, in F.A. Coelho, Os Ciganos de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892.
Esta resolução real foi estabelecida em 1686, mas a história dos ciganos no Brasil teve início realmente quando, em 1574, durante o reinado de D. Sebastião, o cigano João Torres veio degredado para o Brasil com sua mulher e filhos por cinco anos.
A Metrópole despejou seus "criminosos" nas terras coloniais ultramarinas, particularmente no Brasil e África. A colônia, por sua vez, mandou seus elementos indesejáveis e "gentes inúteis" para outras capitanias e continentes.
Em Minas Gerais, a presença cigana é sentida a partir de 1718, quando chegam ciganos vindos da Bahia, para onde haviam sido deportados de Portugal. Na época em que começaram a chegar a Minas Gerais havia neste estado um movimento muito importante com objetivos de progresso e ideais de independência. Como essas idéias não estavam consoantes com os ciganos, eles não eram bem vistos, sendo considerados inúteis à sociedade, vândalos, corruptores de costumes. Só começaram a ser vistos de outra forma quando passaram a comerciar escravos pelo interior do país. Esta atividade proporcionou uma maior aceitação e mesmo valorização social dos ciganos, já que passaram a exercer um trabalho reconhecido como útil por grande parte da população. Alguns ciganos tornaram-se ilustres, patrocinando até festividades na Corte.
No Rio de Janeiro, nos anos de 1700, os ciganos se estabeleciam nas cercanias do Campo de Santana. Suas pequenas casas, guarnecidas de esteiras ou rótulas de taquara, cercam o campo, dando origem à chamada Rua dos Ciganos (da Constituição). Os ciganos festejavam Santana, a quem chamavam de Cigana Velha.
Nas últimas décadas, pesquisadores concluíram que os ciganos no Brasil estão divididos em dois grandes grupos: Rom e Calon.
O grupo Rom é dividido em vários subgrupos como os Kalderash, Matchuara, Lovara e Tchurara.
Do grupo Calon, cuja língua é o caló, fazem parte os ciganos que vieram de Portugal e Espanha para o Brasil. São encontrados em maior número no nordeste, Minas e parte de São Paulo.
A Constituição de 1988 quase teve um artigo específico para os ciganos estabelecendo o respeito à minoria cigana. O então deputado Antonio Mariz propôs emenda proibindo discriminação étnica ou racial.
Mesmo assim, os ciganos estão abrangidos pela grande proteção dada pelos artigos 215 e 216 da Constituição, que manda preservar, proteger e respeitar o patrimônio cultural brasileiro, o qual é constituído pelos modos de ser, viver, se expressar, e produzir de todos
os segmentos étnicos que formam o processo civilizatório nacional.
Como toda minoria étnica (religiosa ou lingüística), os ciganos têm direitos importantes. O primeiro deles é o direito de não ser objeto de discriminação.
Afinal, um povo fascinante, amante da natureza, que sabe respeitar suas crianças e seus anciãos, que conserva suas origens e tradições apesar de toda perseguição e barbaridades sofridas, merece ser respeitado.
Não adianta amarmos nossas entidades ciganas, promovermos festas em sua homenagem, se não tivermos um mínimo de respeito e consideração por sua raça.
Localização Geográfica do Brasil
O Brasil localiza-se no continente da América do Sul e é o maior e mais importante estado deste continente. A sua capital é Brasília e possui uma área de 1173393 hectares ,com uma população estimada em 1.015.889 habitantes. A sua dimensão é de : no sentido norte - sul 4.345 Km, e no sentido leste - oeste de 4330 Km. A maior parte da população vive junto ao litoral atlântico, particularmente nas grandes cidades como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, e Porto Alegre. Ocupa o 5º lugar entre as mais importantes nacionalidades do mundo, no ponto de vista do território, logo a seguir á U.R.S.S., ao Canadá, á China e aos Estados Unidos da América. Possui quase metade (47.3%) da superfície da América do Sul e faz fronteira com quase todos os países deste continente, com excepção do Chile e do Equador. a oeste da ponta de Seixas, no estado do Paraíba á cabeceira do Rio Moa, afluente do Juruá.
Fazem fronteira com o Brasil ao norte Guiana Francesa Surinane, Guiana, Venezuela e Colômbia; a oeste, Perú e Bolívia; a sudoeste, Paraguai e Argentina; e ao sul o Uruguai. O Equador e o Chile são os dois únicos países sul-americanos que não possuem fronteira com o Brasil, e os 7.3657 Km da costa leste são banhados pelo Oceano Atlântico.
No planisfério consta que o seu contorno leste corresponde à curva côncava da parte oeste da África, segundo a teoria de movimentação dos continentes.
Atenção: Você tem de responder todos os testes para obter o resultado correto.
REGIÃO CENTRO - OESTE DO BRASIL
Centro Oeste Brasileiro
Teixeirinha
Alô, alô meu Brasil grandioso
Vou convidar o povo em geral
Pra homenagear nossos irmãos queridos
Do centro oeste do Brasil central.
Fala: alô maestro Portinho
Você que é de Rio Grande, tchê
Segura a nossa homenagem
Ao centro oeste brasileiro.
Falo no estado do Mato Grosso
Um dos maiores da federação
Mato grossenses repartiram em dois
Os dois são um no meu coração.
Pedaço verde de Brasil grandioso
A capital do norte é Cuiabá
A capital do sul é Campo Grande
Ponta Porá, Jardim e Corumbá
Fala: olha aí da Barra da Graça
Rondonópolis, Rio Brilhante, Três Lagoas
Água Boa e Dourados
Bela Vista, Porto Esperança, Coxim
Porto Murtinho, Água Clara, Nova Andradina
Paranhos, Paranaíba, Alto Aragauia
Fátima do Sul
No futebol. Cuidado... que o operário e
Campo Grande vão ser campeão brasileiro.
Minas gerais do Santos Dumont
Do Tiradentes e do rei Pelé
Do Juscelino e da pedra preciosa
Da pecuária e do plantio do café
Eu sou ligado no povo mineiro
Hospitaleiros eles são demais
Montes e rios beleza natural
Como eu te amo Minas Gerias.
Um abraço do Teixeirinha
Para Diamantina, Ouro Fino, Dianópolis
Poços de Caldas, Ouro Preto, e para o
Triangulo Mineiro-Uberaba, Uberlândia
Governador Valadares, Montes Claros,
Juiz de Fora, Barbacena, Sete Lagoas,
Muriaé, Guachupe, Campo Belo,
São João Del Rey, Rio Pardo, Três Corações
Terra do rei Pelé, Belo Horizonte
... Tem Atlético Mineiro aí?
Tem cruzeirista aí?
Alo Goiás do goiano valente
Alo Goiânia linda capital
Salve Trindade a Festa do Divino
Brasília é a capital federal.
Tem Goiás velha cidade histórica
Rio Araguaia não posso esquecer
O Lindomar Castilhos tem razão
A tua terra é linda de morrer.
Alo Anápolis, Formosa, Morrinhos,
Rio Verde, Jataí, Araguaia
Porto Nacional, Pontalina, Vianópolis
Flores de Goiás, Estrela do Norte
Itumbira, Dianópolis, Natividade,
Paracatu, Miaçu e Catalão
Água Limpa, Goianézia, Jaraguá e
Outras centenas de cidades do grande Goiás.
... Em Goiânia no futebol tem
Goianense aí...?
E viva o querido colega
E amigo Lindomar Castilho tchê ...
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CONHECENDO UM POUCO DA REGIÃO CENTRO-OESTE
A região Centro-Oeste, entre as cinco existentes, é a segunda maior região do país. É constituída por três Estados e o Distrito Federal, são eles: Goiás (capital Goiânia), Mato Grosso (Cuiabá), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Brasília (capital federal).
A região Centro-Oeste abriga cerca de 13 milhões de habitantes (18,9% do território nacional) e uma densidade demográfica de 8,26 hab./km2. A população da região possui origem multicultural, em virtude de a mesma ser composta por pessoas vindas de diversas partes do Brasil.
A região Centro-Oeste é muito rica em diversidades naturais, nela são encontradas importantes características vegetais, sendo as principais: o Cerrado, o Pantanal e a floresta Amazônica. Domínios que se destacam por serem considerados patrimônios naturais do Brasil.
Atualmente, o Centro-Oeste é uma das regiões que mais cresce no país, fato explicado por melhorias na agropecuária e desenvolvimento industrial, especialmente pelas agroindústrias instaladas.
A partir desse fato, alguns migrantes compraram e outros tomaram posse de terras dando origem a diversas propriedades rurais de pequeno e médio porte, geralmente com poucas tecnologias, isso significa que era desenvolvida a agropecuária tradicional, mão-de-obra praticada pela família que cultivava produtos da base alimentar como o arroz, milho e feijão.
Algum tempo depois ocorreu o processo de expropriação dos pequenos e médios proprietários, o fato é explicado, pois grandes latifundiários e grupos empresariais iniciaram a compra de grandes extensões de terras promovendo a concentração fundiária.
Como consequência, a região hoje é uma das que apresenta grande incidência de concentração de terras no Brasil. Outro resultado desse processo foi a falta de trabalho no campo, uma vez que grandes propriedades desenvolviam pecuária extensiva e outras a produção agrícola altamente mecanizada. A escassez de emprego levou milhares de pessoas às cidades próximas, ocasionando assim o fenômeno do êxodo rural.
O processo do êxodo rural ocorrido na Região Centro-Oeste resultou em um rápido crescimento da população que ocupou os centros urbanos e até mesmo fez surgir novas cidades. A chegada intensa da população do campo nas cidades fez com que essas ficassem saturadas em relação à quantidade de pessoas, desestabilizando a estrutura urbana.
O agronégocio é a principal atividade econômica da região Centro-Oeste. O mesmo engloba as agroindústrias e a produção agropecuária. A última tem se destacado no fornecimento de matéria prima para indústrias de alimentos e de outros setores do Brasil e do exterior, principalmente carne, soja, algodão, milho, cana-de-açúcar e arroz.
akatu.org.br-plantação de algodão
veja.abril.com.brNa região Centro-Oeste é possível identificar áreas agrícolas que se destacam na produção de determinadas culturas. No Mato Grosso, as culturas que se destacam são: arroz, soja e o milho no norte da capital (Cuiabá); algodão no sul do Estado; e cana-de-açúcar a oeste do mesmo. No Mato Grosso do Sul, nas proximidades de sua capital (Campo Grande), destaca-se a produção da soja e do trigo; no município de Dourados, soja, cana-de-açúcar, milho e arroz; e ao norte do Estado, soja. Já em Goiás, o que se destaca é a produção de algodão, soja, milho e arroz, isso no sudoeste do Estado; no Mato Grosso goiano (centro do Estado) a principal cultura é a cana-de-açúcar.
Historicamente, a região sempre se destacou na pecuária. Ainda hoje, essa atividade possui uma grande relevância para a economia do Centro-Oeste, respondendo pela maioria da renda proveniente do setor agropecuário. A pecuária desenvolvida na região se dedica, principalmente, à criação de bovinos, mas também existem criadores de bubalinos e eqüinos.
ATIVIDADE:
1- Quais os estados e capitais que formam a região Centro-Oeste ?
2- Quais os biomas que estão presentes na regoão Centro-Oeste? Escreva três características de cada vagetação:
3- Atualmente quais são as principais atividades econômicas da região?
4- Quais foram as principais causas para o êxodo rural na região Centro-Oeste?
5- Quais foram as principais consequências para a população e para as cidades com o êxodo rural?
6- Escreva sobre a bacia hidrográfica Tocantins-Araguaia:
7- Escreva sobre a rodovia Transbrasiliana:
Região Centro-Oeste |
A região Centro-Oeste faz parte das cinco subdivisões do Brasil. As outras são: região norte, região Nordeste, região sudeste eregião sul. Os estados que compõem o Centro-Oeste são: Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A soma das áreas dos quatro estados resulta num total de 1.606.371,505 km². Essa área lhe dá o status de segunda maior região do Brasil, em superfície territorial.
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População da região Centro-Oeste |
Pessoas, mais pessoas e carros, mais carros. Essa expressão caberia se estivéssemos falando da região Sudeste, onde tem gente que não acaba mais. Porém, o Centro-Oeste do Brasil é a segunda subdivisão menos populosa, isso, segundo os censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Perceba: as regiões mais populosas são as que se aproximam do litoral, onde começaram a se desenvolver os povoados, por meio da colonização. Enfim, a região Centro-Oeste possui 1,6 milhões km² e nessa imensa faixa de terra, estão cerca de 14 milhões de habitantes. É muita terra para pouca gente. O Distrito Federal é uma espécie de retângulo na ponta sudeste do estado de Goiás. Dentro do DF, estão cerca de 2,6 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), distribuídos em 30 regiões administrativas (RA). Das RA, a mais populosa é Ceilândia, com 365 mil habitantes, segundo a Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan). Como o Distrito Federal é o paraíso dos concursos públicos, esses habitantes mantem uma disputada acirrada das vagas de concursos no DF com pessoas de outros estados.
A área total do Distrito Federal é equivalente a 5802 km², aproximadamente. Como é uma cidade planejada, no início, era previsto a capacidade de 500 mil habitantes; porém, hoje, tem-se mais que o dobro. Hoje, apresenta um total de 433 habitantes por quilômetro quadrado.
O Mato Grosso é o maior estado da região Centro-Oeste: tem uma área total de cerca de 900 mil quilômetros quadrados, sendo o terceiro estado mais extenso do Brasil. A população do estado é, consoante dados do IBGE, de 3.033.991 habitantes, um total de 3,36 habitantes por km² e representa 1,47% da população nacional. Pode ser considerada uma terra pouco habitada, tendo em vista as proporções entre área e população. A cidade mais populosa é Cuiabá, com 551.350 habitantes. Mato Grosso do Sul representa em torno de um terço do tamanho do estado de Mato Grosso. Sua área é de 357.124 km² e nela são distribuídos, de acordo com o censo do IBGE, 2.449.331 habitantes, um total de 6,86 habitantes/km². De todas as cidades do estado de Mato Grosso do Sul, a capital, Campo Grande, possui o maior número populacional: 787.204, seguido do município de Dourados, com 196.068 pessoas. O estado de Goiás é o terceiro maior da região Centro-Oeste, em tamanho territorial. Ele possui uma área total de 340.086 km². A população de Goiás totaliza, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, seis milhões de habitantes, o que dá um total de 17,65 habitantes por quilômetros quadrados. Em primeiro lugar, no quesito população, está a capital, Goiânia, com 1.301.892 milhões de habitantes, seguido de Aparecida de Goiânia, com 455.735 pessoas. |
Economia da região Centro-Oeste |
A região Centro-Oeste tem sua economia baseada no setor da agricultura. Há outros também, como: o extrativismo mineral e vegetal, a indústria e etc. O Produto Interno Bruto (PIB) da região é de cerca de R$ 279 bilhões, isso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No segmento da agricultura há o cultivo de milho, mandioca, abóbora, feijão e arroz. Além disso, os grãos que eram plantados nas regiões sul e sudeste também vêm para o Centro-Oeste, que são o café, o trigo e a soja. Goiás A pecuária é outro setor da economia que é bastante promissor, principalmente na produção da carne bovina. A criação de gado recompensa o Goiás com o terceiro maior rebanho de gado do Brasil. Além da produção de carne, o estado lucra com leite, couro, lã e pele. No setor primário, no estado de Goiás, por exemplo, a agropecuária é a principal atividade econômica do local. Embora o cerrado não seja o melhor pasto para o gado, a parte sul de Goiás se mostra bem promissora nesse ramo. Em contrapartida, o solo e a abundância dos recursos naturais da região ajudam no segmento da agricultura. A indústria e o comércio atuam juntamente com a produção de alimentos da terra. Após a implantação de agroindústrias na região, Goiás se tornou um dos principais produtores de tomate. Além disso, vale lembrar que o estado da região Centro-Oeste produz, em grandes quantidades, o arroz, o café, o algodão, o feijão, o milho, a cana-de-açúcar, o sorgo, o trigo, o alho, o girassol, o tomate e outros. Um dado curioso é que, no ano de 2009, o estado de Goiás produziu 680 mil toneladas de tomate, o equivalente a 22% da safra brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) do Goiás é equivalente a cerca de R$ 65 milhões. O motivo da exploração das terras goianas pelos bandeirantes foi a sua riqueza. Até hoje, o estado de Goiás apresenta essa abundância. O solo é rico em níquel, calcário, fosfato e manganês, bem como ouro, cianeto, esmeralda, nióbio e outros. Essa variedade de elementos gera outra atividade econômica, não tão forte quanto à agricultura e pecuária, que é o extrativismo mineral e vegetal. O estado atua no setor secundário por meio das indústrias. As multinacionais têm tomado o espaço econômico e, com isso, têm fortalecido a economia da região Centro-Oeste. Indústrias como a Mitsubishi, Hyundai e Suzuki Motors. No terceiro setor, a área de turismo é a que se destaca, pois Goiás possui belas paisagens, ainda não tocadas, bem como suas tradicionais cidades turísticas e festas. Como, por exemplo, a Festa do Divino de Pirenópolis. Mato Grosso Na economia mato-grossense, a agricultura e a pecuária se sobressaem. A agricultura com a exportação de grãos. A soja é o principal cultivo e produto das exportações. Na época colonial, os principais produtos agrícolas eram a cana-de-açúcar, a erva-mate, a poaia e a borracha. A criação de gados era outra comum do período. Hoje, focado na questão da exportação de grãos, Mato Grosso possui oito municípios no ranking dos dez mais ricos. São responsáveis por 65% das exportações da região Centro-Oeste. No país, é o segundo maior exportador de grãos. O Produto Interno Bruto do Mato Grosso totaliza cerca de 42 bilhões de reais. Mato Grosso do Sul Mato Grosso do Sul se encontra em excelente posição, se considerarmos as relações comerciais. Faz fronteira com outros países e com grandes centros comerciais como São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A economia sul-mato-grossense é focada na produção rural, indústria, extrativismo, turismo e prestação de serviços. A agropecuária é uma atividade forte na região. Mato Grosso do Sul mantém um dos maiores rebanhos bovinos do país – sem contar que, como a região é coberta pela vegetação do pantanal, a qualidade alimentar do gado é bem melhor. Lá, existe um local chamado de corredor bioceânico, que são saídas para os oceanos Atlântico e Pacífico, que beneficia a economia da região. Os produtos cultivados em terras sul-mato-grossenses são os agrícolas: a soja, o açúcar, o cacau, café, as frutas em geral, o arroz, o milho, a soja e outros. Há, também, a extração de madeira, látex, para a fabricação da borracha, castanha. Agora, fora da extração, tem carne e produtos industrializados. O setor de serviços oferece o ecoturismo, devido a biodiversidade encontrada no famoso “pantanal mato-grossense”, que proporciona belas paisagens, atraindo turistas de todos os cantos. Existem muitos locais bonitos. E, se desejar, pode ir para o Paraguai também. O Produto Interno Bruto de Mato Grosso do Sul é equivalente a, aproximadamente, 33 milhões de reais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Distrito Federal O Distrito Federal não possui altas taxas de produção agrícola, muito menos de produção pecuária, nada disso. Esses elementos estão distribuídos em 8% de toda a economia do DF. A economia do Distrito Federal é, de acordo com o IBGE, baseada, 91%, no segmento de prestação de serviços. O Produto Interno Bruto é de cerca de R$ 120 bilhões. São 40% dos moradores da capital, o total de pessoas que trabalham para o governo no serviço público. A economia do DF se baseia em alguns setores: o governo, as comunicações, as finanças, o entretenimento, a tecnologia, as indústrias, a construção civil, processamento de alimentos, fabricação de móveis, reciclagem, farmácia e imprensa. |
Cultura da região Centro-Oeste |
A cultura da região Centro-Oeste é bastante diversificada devido à influência de outras. As danças, costumes, comidas típicas, como também o folclore compõem a riqueza que podemos encontrar . Anessa região. Há, também, aquelas músicas caipiras, que ficaram famosas no Brasil inteiro e que são sucesso, mesmo as mais antigas.
As duplas sertanejas, modas de viola, as festas religiosas, todas essas coisas são produtos da riqueza proporcionada pela região Centro-Oeste. Quando você vai à padaria, encontra aquele empadão, o delicioso bolinho de mandioca, a pamonha e outras derivações do milho, aquele arroz com pequi – só para quem gosta, pois tem gente que lê e fala: “eca!”. Outras influências na cultura do Centro-Oeste são os paraguaios, que têm o costume de tomar um mate gelado e o tererê. O arroz carreteiro, macarrão boiadeiro, pacu assado, farofa de banana, de carne, galinha caipira, o licor de pequi e outros. Todos esses elementos são comidas típicas da região Centro-Oeste. Para as pessoas mais animadas, a região Centro-Oeste tem o Cururu, o Siriri, a Guarânia, a Viola-de-Cocho, que são danças típicas do Centro-Oeste, comuns no estado de Mato Grosso. Os eventos bastante conhecidos são: o Carnagoiânia, as Romarias do Divino Pai Eterno, Congada de Catalão, as Cavalhadas de Pirenópolis, são festas que acontecem no estado de Goiás. Na capital, acontece o Brasília Music Festival, onde são recebidos artistas nacionais e internacionais. Outros festivais acontecem em Brasília e são bem famosos. O Capital Fashion Week, um grande evento de moda de Brasília, os festivais de cinema, o Brasília Indoor, que recebe grandes bandas brasileiras como o Asa de Águia. No Distrito Federal, mais do que essas festas religiosas, tem várias opções de saída nos fins de semana. São muitas casas de shows, bares, pubs, que oferecem atrações de música, espetáculos teatrais, cinemas, bem típicos de grandes centros urbanos. O Mato Grosso do Sul tem a cultura parecida com a do Mato Grosso, em relação às danças, manifestações, festas. Nelas, acontecem as quadrilhas, que fazem parte do folclore da região Centro-Oeste também. O polca-rock é um ritmo musical bem popular no Mato Grosso do Sul e é resultado da mistura de alguns ritmos como: blues, folk, pop, metal, grunge, progressivo e jazz. A região Centro-Oeste é bastante influenciada por outras culturas. A música sertaneja é um movimento muito forte da região, bem como o forró, visto que tem uma grande porcentagem de nordestinos. O rock, axé, funk, forró, tecno brega, eletrônica são ritmos com grande destaque, principalmente, nas regiões metropolitanas. No interior, é mais fácil se deparar com as modas de viola e duplas, músicas mais tranquilas – lembrando que isso não é regra.
Em Goiânia, capital do Estado de Goiás e a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste há uma forte influência da música sertaneja. Grandes nomes do estilo musical nasceram de lá como a dupla Zezé di Camargo & Luciano e Chitãozinho & Xororó. A cidade é também famosa por suas feiras, as mais famosas são a Feira Hippie, Feira da Lua e Feira do Sol.
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Relevo e clima da região Centro-Oeste |
A região Centro-Oeste é um local quente O clima é o tropical semiúmido, os verões são quentes e chuvosos e o inverno é frio e seco. Isso acontece entre os meses de outubro até março, ou seja, o verão; e de abril a setembro, o inverno. Nas partes de planalto central, o clima recorrente é o tropical de altitude.
Nos locais de planície do pantanal, o clima é o mais quente e atrai os ventos alísios do Nordeste brasileiro, que causam as fortes chuvas. Parte da região Centro-Oeste, precisamente ao norte dela, as temperaturas são características do clima equatorial, com grandes quantidades de chuva. O relevo da região é dividido em três altos e baixos: planalto central, o planalto meridional e a planície do pantanal. O planalto central consiste em blocos de rochas, formados pelas chamadas rochas cristalinas e rochas sedimentares. Em certas partes, existem ondulações e acidentes; em outras áreas são comuns as formações de chapadas, em que os picos são planos. Essas, recebem o nome de serras. A vista é muito bela e quando você viaja pelas estradas do Centro-Oeste, é possível se deparar com essas paisagens, principalmente quando passa pela região do Mato Grosso, nordeste do Goiás, onde se localiza a Chapada dos Veadeiros, entre outras. As planícies do pantanal são locais que, quando chove, inundam. Ela se encontra entre os planaltos da região Centro-Oeste e formam várias áreas alagadas. O responsável pela formação dessas planícies cheias de água é o rio Paraguai. Essas “piscinas” são chamadas de lagos ou baías. Outro elemento que faz parte desse relevo são as cordilheiras que, ao contrário das baías, são pequenas elevações secas. O planalto meridional é o local da terra boa e fértil, totalmente a favor dos agricultores que, diga-se de passagem, são muitos na região Centro-Oeste. Onde se tem a famosa terra roxa. Esse relevo é comum na área que tange à região Sul, Mato Grosso do Sul e o Goiás. Há o cerrado, o pantanal, os campos limpos, a floresta amazônica e matas, em determinadas áreas do cerrado. As florestas amazônicas são caracterizadas por vegetação fechada e cobre a parte norte e oeste da região Centro-Oeste. A maior parte é coberta pelo cerrado, tipo savana. Nele, há a presença de muitas árvores de troncos contorcidos, as folhas são duras e as raízes são bem grandes, que é conhecida como cerradão. No cerrado, são menos arbustos e árvores e muitas gramíneas. O pantanal predomina nas regiões do Mato Grosso do Sul, que é onde existem os campos limpos, semelhantes ao pampa gaúcho. Outro atributo do pantanal são as cheias. E elas ocorrem na época do verão que, no clima tropical semiúmido, é o período chuvoso. A vegetação é bem diversificada nessas áreas. De acordo com os estudiosos do meio ambiente, as áreas verdes da região Centro-Oeste são as que possuem maior biodiversidade. Os turistas que visitam a região podem contar também com a oferta do serviço de hotel-fazenda, locais que recriam o clima do campo e oferecem diversos serviços para os clientes.
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POBREZA NO BRASIL
AGRICULTURA BRASILEIRA
HISTÓRICO
De 1500 al 822, todas as terras brasileiras pertenciam à Coroa portuguesa, que as doava ou cedia seu direito de uso a pessoas de sua confiança ou conveniência, visando à ocupação do território e à exploração agrícola. Durante um longo período, a Coroa portuguesa controlou a posse da terra, através da criação das capitanias hereditárias e das sesmarias, que atendiam às suas necessidades de obtenção de lucro a partir da exportação de produtos agrícolas cultivados no sistema de plantation, ou seja, em grandes propriedades monocultoras, escravistas e cuja produção era voltada à exportação.
Entre 1822, ano da independência política, e 1850, vigorou no Brasil o sistema de posse livre em terras devolutas, já que o Império não criou leis que regulamentassem o acesso à propriedades e não havia cartórios ou registros de imóveis. Ao longo desse período, a terra não tinha valor de troca (compra e venda), possuía apenas valor de uso a quem quisesse cultivar e vender sua produção. A possibilidade legal de obtenção livre da posse da terra nos leva a imaginar que esse período tenha se caracterizado por um grande surgimento de médias e pequenas propriedades, mas a realidade é outra. Ainda vigorava a escravidão, a utilização da mão-de-obra servil, trazida forçadamente da África, e os escravos negros eram prisioneiros dos latifúndios, o que os impedia de ter acesso às terras devolutas no imenso território brasileiro. A entrada de imigrantes livres nesse período foi muito pequena e restrita às cidades.
Em 1850, com o aumento da área cultivada com o café e a Lei Eusébio de Queirós, esse quadro sofreu profundas mudanças. A partir de então, dada a proibição do tráfico negreiro, a mão-de-obra que entrava no Brasil para trabalhar nas lavouras era constituída por imigrantes livres europeus, atraídos pelo governo brasileiro. Se esses imigrantes encontrassem um regime de posse em terras devolutas, cercariam um pedaço de terra para produzir alimentos de forma independente. Se a posse da terra continuasse livre, eles se instalariam ao redor das cidades, em vez de trabalhar como assalariados semi-escravizados nas lavouras de café.
Com o claro intuito de garantir o fornecimento de mão-de-obra barata aos latifúndios, o governo impediu o acesso dos imigrantes à propriedade através da criação, também em 1850, da Lei de Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las através de leilões, beneficiando quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América justamente por não ter posses em seu país de origem. Ainda de acordo com a Lei de Terras, o dinheiro arrecadado nos leilões deveria ser utilizado no financiamento da viagem de novos imigrantes que se dispusessem a vir trabalhar no Brasil. Tudo isso nos leva a concluir que essa lei, além de garantir o fornecimento de mão-de-obra para os latifúndios, servia também para financiar o aumento do volume de imigrantes que ingressava e, ao chegar ao Brasil, eram obrigados a se dirigir às fazendas, praticamente o único lugar onde se podia encontrar emprego. Nessa época, a posse da terra, e não de escravos, era considerada reserva de valor e símbolo de poder.
Nesse período se iniciou no Brasil um processo altamente perverso e violento de relação de trabalho existente até hoje em diversos estados do país: a "escravidão por dívida", que antigamente vitimava os imigrantes estrangeiros e atualmente vítima a população de baixa renda ou desempregada da periferia das grandes cidades, além dos próprios trabalhadores rurais. Os "gatos" (pessoas que contratam mão-de-obra para as fazendas) aliciam pessoas desempregadas para trabalhar nos latifúndios, prometendo-lhes transporte, moradia, alimentação e salário. Ao entrar na fazenda, porém, os trabalhadores recrutados percebem que foram enganados, já que no dia em que deveriam receber o salário são informados de que todas as despesas com transporte, moradia e alimentação, ao contrário do prometido, serão cobradas e descontadas do salário, que nunca é suficiente para a quitação da dívida. Policiados por capangas fortemente armados, esses trabalhadores são proibidos de sair da fazenda enquanto não pagarem uma dívida impossível de ser quitada com seu salário.
No início da década de 30, em conseqüência da crise econômica mundial que se iniciou com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, a economia brasileira, basicamente agroexportadora, também entrou em crise. A região Sudeste, onde se desenvolvia a cafeicultura, foi a que enfrentou o maior colapso. Na região Nordeste, ocorreram novas crises do açúcar e do cacau, enquanto a região Sul, com produção direcionada para o mercado interno, sofreu efeitos menores. A crise de 30 foi uma crise de mercado externo, de produção voltada para a exportação. Como vimos na unidade 2, foi nesse período que ocorreu o início efetivo do processo de industrialização brasileira, concentrada na região Sudeste. Outro desdobramento da crise foi um maior incentivo à policultura, voltada para o abastecimento interno, e uma significativa fragmentação das grandes propriedades, cujos donos venderam suas terras para se dedicar a atividades econômicas urbanas, sobretudo a indústria e o comércio. Foi um dos raros momentos da história do Brasil em que houve um aumento, embora involuntário, do número de pequenos e médios proprietários rurais.
Em 1964, o presidente João Goulart tentou desviar o papel do Estado brasileiro do setor produtivo (investimentos governamentais em energia, transportes, etc.) para o setor social (educação, saúde, habitação, etc.). Pretendia também promover uma reforma agrária, que tinha como princípio distribuir terras à população rural de baixa renda. Em oposição à política de Goulart, houve a intervenção militar e a implantação da ditadura. Ganhou incentivo o grande capital agrícola, geralmente estruturado no sistema deplantation. A concentração de terras ao longo da ditadura militar (19641985) assumiu proporções assustadoras, e o conseqüente êxodo rural em direção às grandes cidades deteriorou a qualidade de vida de imensas parcelas da população, tanto rural quanto urbana. A partir da década de 70, foi incentivada a ocupação territorial das regiões Centro-Oeste e Norte, através da expansão das fronteiras agrícolas, assentadas em enormes latifúndios pecuaristas ou monocultores.
O ESTATUTO DA TERRA E A ESTRUTURA FUNDIÁRIA
O Estatuto da Terra é um conjunto de leis criado em novembro de 1964 para possibilitar a realização de um censo agropecuário. Procurava-se estabelecer uma política de reforma agrária que, na prática, foi implantada com muita timidez em áreas de conflito, com o claro intuito de abafar focos de pressão popular.
Para a sua realização, surgiu a necessidade de classificar os imóveis rurais por categorias, da mesma forma que, para realizar um censo demográfico, as pessoas são classificadas por idade, sexo, etnia e renda. Logo surgiu a primeira dificuldade: como as condições físico-geográficas do imenso território brasileiro são extremamente diversas, uma unidade fixa de medida (por exemplo, 1 hectare -10 mil m2) não poderia ser utilizada na classificação dos imóveis rurais. Um hectare no oeste paulista corresponde a uma realidade agrícola totalmente diferente de um hectare no solo ácido do cerrado ou no Sertão nordestino.
Para resolver a questão, foi criada uma unidade de medida de imóveis rurais -o módulo rural - assim definida: "Área explorável que, em deter minada porção do país, direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a força de trabalho em face do nível tecnológico adotado naquela posição geográfica e, conforme o tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e econômico". Em outras palavras, módulo rural é a propriedade que deve proporcionar condições dignas de vida a uma família de quatro pessoas adultas. Assim, ele possui área de dimensão variável, levando em consideração basicamente três fatores que, ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização, diminuem a área do módulo:
• localização da propriedade - se o imóvel rural se localiza próximo a um grande centro urbano, em região bem-atendida pelo sistema de trans portes, ele proporciona rendimentos maiores que um imóvel mal localizado e, portanto, terá uma área menor;
• fertilidade do solo e clima da região - quanto mais propícias as condições naturais da região, menor a área do módulo;
• tipo de produto cultivado - em uma região do país onde se cultiva, por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas, o módulo rural deve ser maior que em uma região que produz morango com emprego de tecnologia moderna.
Depois de acertada a unidade de medida, foram criadas as categorias de imóveis rurais:
- minifúndio - "Todo imóvel com área explorável inferior ao módulo fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes". Na prática, esses são os grandes responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua produção é individualmente, obtida em pequenos volumes, o que inviabiliza economicamente a exportação;
- latifúndio por dimensão - "Todo imóvel com área superior a seiscentas vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes". São as enormes propriedades agroindustriais, com produção quase sempre voltada à exportação;
- latifúndio por exploração - "Todo imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural (600 vezes o módulo rural), tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou que seja deficiente ou inadequadamente explorada, de modo a vedar-lhe a classificação como empresa rural". Tratam-se dos imóveis rurais improdutivos, voltados à especulação imobiliária. O proprietário não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir, gerar emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua valorização imobiliária, vendê-la e ganhar muito dinheiro sem trabalhar;
• empresa rural - propriedade com área de um a seiscentos módulos, adequadamente explorada em relação às possibilidades da região. Nessa categoria, temos as médias propriedades, geralmente com produção de matériaprima para abastecer a agroindústria da laranja, da cana, etc.
É comum os grandes proprietários, classificados na categoria de latifúndio por dimensão, parcelarem a propriedade da terra entre seus familiares para sserrem classificados como empresários rurais e, assim, pagarem um imposto menor.
O gráfico nos revela a grande concentração de terras em mãos de alguns poucos proprietários, enquanto a maioria dos produtores rurais detém uma parcela muito pequena da área agrícola. Há, ainda, centenas de milhares de trabalhadores rurais sem terra. Essa realidade é extremamente perversa, à medida que cerca de 32% da área agrícola nacional é constituída por latifúndios por exploração, ou seja, de terra parada, improdutiva, voltada à especulação imobiliária. Quando o preço da terra é elevado, impede-se que muitas pessoas tenham acesso a ela, mesmo através de compra. A elevação especulativa do preço dos imóveis rurais perpetua o domínio dos latifúndios e diminui a oferta de alimentos no mercado interno.
A REFORMA AGRÁRIA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será prevista em lei.
Parágrafo 1 °: As benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro.
Art. 185 - São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento nacional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meios ambiente; 111 - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos do domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.
REFORMA AGRÁRIA: UMA LUTA DE TODOS
O Brasil é o segundo país do mundo com maior índice de concentração de terras. Conforme os dados do Censo Agropecuário de 1985, existem pouco mais de dois mil latifúndios que ocupam uma área de cinqüenta e seis milhões de hectares, fato que corresponde a duas vezes e meia a área do território do Estado de São Paulo.
A concentração da propriedade da terra é um dos grandes problemas para o desenvolvimento social, político e econômico do nosso país.
A realização da reforma agrária é urgente para solucionar os problemas de milhões de famílias de trabalhadores rurais: sem-terra, posseiros, bóiasfrias, etc.
Os trabalhadores organizados derrubam as cercas dos latifúndios, ocupando a terra. Esta tem sido uma forma de pressionar o governo a desa propriar as terras ocupadas e realizar os assentamentos para que as famílias possam trabalhar dignamente.
Nesta luta, milhares de trabalhadores são assassinados. Frente à sua resistência o governo realiza alguns projetos de assentamentos, especialmente na região Norte do país.
Desde 1978 até 1994, foram realizados mais de mil assentamentos, onde vivem cerca de cento e quarenta mil famílias em uma área de mais de sete milhões de hectares.
A luta pela reforma agrária não acaba na conquista da terra pelos trabalhadores ou na realização de projetos de assentamentos pelo governo. Há outras cercas que precisam ser derrubadas. São as cercas que impedem a existência de uma política agrícola voltada para os interesses da agricultura familiar.
Além de uma política agrícola é necessária a efetivação dos direitos básicos da cidadania, a luta pela reforma agrária é também a luta pela conquista da democracia.
Este mapa representa uma realidade construída pela luta de milhões de brasileiros. Representa a resistência contra a implantação de um único modelo de desenvolvimento agropecuário.
Nele visualizamos as conquistas recentes da luta pela reforma agrária. Assim, podemos compreender a importância desta luta para a construção de um Brasil melhor para todos.
AS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ZONA RURAL
Em nossa zona rural predominam as seguintes relações de trabalho.
• Trabalho familiar- Na agricultura brasileira, predomina a utilização de mão-de-obra familiar em pequenas e médias propriedades de agricultu ra de subsistência ou jardinagem, espalhadas pelo país. No caso de a família obter bons índices de produtividade e rentabilidade, a qualidade de vida é boa e seus membros raramente sentem necessidade de complementar a renda com outras atividades. É uma situação encontrada no cinturão verde das grandes cidades e em algumas regiões agroindustriais, com destaque para a região da laranja, no estado de São Paulo. Mas, quando a agricultura praticada pela família é extensiva, de subsistência, todos os membros se vêem obrigados a complementar a renda como trabalhadores temporários ou bóias-frias em épocas de corte, colheita ou plantio nas grandes propriedades agroindustriais. Às vezes, buscam subemprego até mesmo nas cidades, retornando ao campo apenas em épocas necessárias ou propícias ao trabalho na propriedade familiar.
Sempre abandonados pelos serviços públicos e excluídos do acesso a financiamentos agrícolas esses lavradores pobres geralmente acabam por vender sua propriedade, instalando em submoradias na periferia das grandes cidades. Sua fonte de renda é o subemprego, já que o Estado nunca se preocupou em amparar os que concedera subcidadãos, gerando, no mínimo, o recrudescimento da violência, tanto rural quanto urbana. Essa condição miserável de vida está espalhada por todos os estados, sobretudo em áreas distantes dos grandes centros urbanos e que não receberam investimentos governamentais em obras de infra-estrutura.
• Trabalho temporário - Os bóias-frias (Centro-Sul), corumbás (Nordeste e Centro-Oeste) ou peões (Norte) são trabalhadores diaristas, temporários e sem vínculo empregatício. Em outras palavras, recebem por dia segundo a sua produtividade. Eles têm serviço somente em determinadas épocas do ano e não possuem carteira de trabalho registrada. É uma mão-de-obra que atende principalmente à agroindústria da cana-de-açúcar, laranja, algodão e café, trabalhando apenas no período do plantio e do corte ou da colheita. Quando a família que se sujeita a essa relação ilegal de trabalho possui uma pequena propriedade, ela faz um "bico" no latifúndio e retorna para casa. Quando nada possuem, as famílias são "volantes", ou seja, ao terminar a temporada de serviço em uma região, são obrigadas a se deslocar pelo campo até encontrar trabalho novamente. Embora completamente ilegal, essa relação de trabalho continua existindo, em função da presença do "gato", um empreiteiro que faz a intermediação entre o fazendeiro e os trabalhores. Por não ser empresário, o "gato" não tem obrigações trabalhistas, não precisa registrar os funcionários.
Em algumas regiões do Centro-Sul do país, sindicatos forte e organizados passaram a fazer essa intermediação. Os bóias-frias agora recebem sua refeição no local de trabalho, têm aceso a serviços de assistência médica e recebem salários maiores que os bóias-frias de regiões onde o movimento sindical é desarticulado. Contudo, ainda enfrentam condições muito precárias de vida, já que seus filhos não têm acesso a um sistema educacional e também estão fadados ao subemprego. As estatísticas referentes à quantidade de trabalhadores temporários utilizados na agricultura são precárias, pois alguns bóias-frias são também pequenos proprietários. Calcula-se que aproximadamente 30 a 40% da mão-de-obra agrícola viva nessas condições.
• Trabalho assalariado - Representa apenas 10% da mão-de-obra agrícola. São trabalhadores que possuem registro em carteira, recebendo, portanto, pelo menos um salário mínimo por mês. Trabalhando em fazendas e agroindústrias, tem direito ainda a férias, com acréscimo de 30% do salário, 134 salário, FGTS, descanso semanal remunerado e aposentadoria.
OS POSSEIROS E OS GRILEIROS
Os posseiros são invasores de terras. Atol, em função do descaso do poder público em administrar os problemas do campo e de realizar uma reestruturação da política, da produção, das relações de trabalho agrário e da estrutura fundiária, os posseiros estão altamente organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para invasão, são escolhidas fazendas improdutivas, que se encaixem nos pré-requisitos constitucionais da realização da reforma agrária. Algumas áreas de assentamento deram certo e prosperaram bastante, enquanto as invasões desorganizadas, realizadas em áreas desprovidas até mesmo de infra-estrutura que permita o escoamento da produção, fracassaram. Na maioria dos casos, as invasões causam sérios conflitos e mortes entre os lavradores, a polícia e os jagunços (capangas armados a serviço de fazendeiros).
Os grileiros são os invasores de terras que trabalham a mando de grandes fazendeiros e sempre conseguem, através da corrupção, escrituras falsas de propriedade da terra. Geralmente, agem em áreas de expansão das fronteiras agrícolas ocupadas inicialmente por posseiros, o que causa grandes conflitos e inúmeros assassinatos.
• Parceria e arrendamento- Parceiros e arrendatários "alugam" a terra de alguém para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel for pago em dinheiro, a situação é de arrendamento. Se o aluguel for pago com parte da produção, combinada entre as partes, a situação é de parceria.
• Escravidão por dívida - Como já estudamos anteriormente, trata-se do aliciamento de mãode-obra através de promessas mentirosas. Ao entrar na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, como seu salário nunca é suficiente para quitar a dívida, fica aprisionado sob a vigilância de jagunços fortemente armados.
CLIMA
1. Introdução Clima, por definição, é a sucessão habitual dos tipos de tempo (MAX SORRE) e tempo é o estado momentâneo da atmosfera, uma conjunção momentânea dos elementos climáticos: temperatura, umidade e pressão. esses elementos por sua vez, são determinados pelos fatores climáticos: Latitude, Altitude, Massas de Ar, Continentalidade ou Maritimidade, Vegetação, Correntes Marítimas, Relevo e ação humana. 2. Latitude
4. Massas de Ar
Para entender algumas das características dos tipos de clima no Brasil, interessam as seguintes massas de ar: Massa equatorial atlântica (mEa) - quente é úmida, domina a parte litorânea da Amazônia e do Nordeste. O centro de origem está próximo ao arquipélago dos Açores. Massa de ar equatorial continental (mEc) - também quente e úmida. Com centro de origem na parte ocidental da Amazônia, domina sua porção noroeste durante o ano inteiro. Massa tropical continental (mTc) - quente e seca, origina-se na depressão do Chaco Paraguaio. Massa Massa polar atlântica (mPa) - fria e úmida, forma-se nas porções do oceano atlântico próximo a Patagônia. Atua de forma mais intensa no inverno, provocando chuvas e declínio da temperatura. A massa polar atlântica pode chegar até a Amazônia fazendo surgir o fenômeno da friagem. Massa tropical atlântica (mTa) - quente e úmida atinge grande parte do litoral brasileiro. A. Massa Equatorial Atlântica B. Massa Equatorial Continental C. Massa Tropical Atlântica D .Massa Tropical continental E. Massa Tropical Atlântica Com base nessas massas de ar que atuam no território brasileiro, podemos agora entender a classificação climática de Arthur Strahler
5. Classificação Climática Brasileira
A classificação climática de Arthur Strahler (1951) tem por base a influência das massas de ar em áreas diferenciadas. Ela não trabalha, portanto, com as médias de chuvas e temperaturas, mas com a explicação de sua dinâmica.
- Clima Equatorial (Amazônia): - Clima Equatorial Úmido- Médias térmicas elevadas (24° a 27° C) o ano todo, chuvas abundantes e bem distribuídas (1500 a 2500 mm/ano). Pequena amplitude térmica anual. - Climograma:
- Tropical Semi-Úmido: Clima Litorâneo ÚmidoEstende-se do litoral do RN ao litoral de SP e apresenta apenas duas estações: verão chuvoso e inverno mais seco ( com exceção do litoral nordestino, onde chove mais no inverno - 1º Ramo de mPa x mTa).
Clima Tropical Alternadamente Úmido SecoÉ o tropical típico com verão quente e úmido e inverno ameno e seco. Clima Tropical Tendendo A Seco (pela irregularidade de ação de massas de ar, ou clima semi-árido) Encontrado no sertão Nordestino, apresenta baixo índice de chuvas, concentradas no verão (até 800 mm), quando a mEc atua na região. - Clima Subtropical (Região Sul): Clima Subtropical ÚmidoEncontrado ao sul do Trópico de Capricórnio, apresenta verão quente, inverno frio para os padrões brasileiros, e chuvas bem distribuídas por todos os meses do ano. Clima Tropical:
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