geografando

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Geografia Humana é o estudo dos grupamentos humanos em suas relações com o meio geográfico. A expressão de meio geográfico é mais compreensiva que a de meio físico; ela engloba não somente as influências naturais que se podem exercer, mas ainda uma influência que contribui para formar o meio geográfico, o ambiente total, a influência do próprio homem. (Albert Demangeon, geógrafo francês). Para Milton Santos (1996): 

 "Não há separação no mundo nem na vida. As coisas, os fenômenos se dão no imenso emaranhado de possibilidades. Os acontecimentos históricos são imbricados no Espaço das relações humanas. Não há, por esta razão, motivo para se separar Geografia Humana de Geografia Física. A dicotomia na Geografia sempre rendeu uma série de problemas, já que gera a impressão de que as coisas são e estão separadas...

Porém, para fins didáticos, e, apenas explicativos/descritivos pode-se dicotomizar o estudo geográfico... Há uma forma de facilitar o entendimento da ciência. Milton Santos escreve que: "A sociedade deve ser, finalmente, a preocupação fundamental de todo qualquer ramo do saber humano, Há uma sociedade total. Cada ciência em particular se preocupa de um de seus aspectos. O fato de a sociedade ser global consagra o principio da unida da ciência. O fato de essa realidade total, que é a sociedade, não se apresentar a cada um, em cada momento, em cada lugar, senão sob um ou alguns de seus aspectos, justifica a existência de disciplinas particulares. Isso não desdiz o princípio da unidade da ciência, apenas entroniza outro princípio fundamental, que é o da divisão do trabalho científico. [...] 

Em nosso caso particular isso supõe um reconhecimento de um objeto próprio ao estudo geográfico, mas isso não basta. [...] Se queremos alcançar bons resultados nesse exercício indispensável devemos centralizar nossas preocupações em torno da categoria espaço tal qual ela se apresenta, como um produto histórico. São fatos referentes à gênese, ao funcionamento e à evolução do espaço que nos interessam em primeiro lugar."

 

 Editora Globo

FRONTEIRAS MORAIS: A instalação World (Mundo) aborda os novos caminhos da informação - e o consumismo

Dê a Susan Stockwell alguns mapas e um monte de sucata e ela lhe devolverá sua visão de mundo. De preferência, na forma de esculturas ou instalações que envolvam fronteiras geopolíticas, comércio intercontinental e relações de poder — com uma pitada de crítica à sociedade consumista. 

É assim que a artista plástica inglesa de 49 anos vem firmando sua reputação. Depois de derramar 4 toneladas de lixo eletrônico dentro de uma igreja medieval no interior da Inglaterra, em seu mais recente trabalho, World, Susan usou peças e fios de computador sobre placas-mãe para representar o mapa-múndi. Foi seu jeito de abordar os novos caminhos da informação e a reconfiguração das fronteiras. “Parece que o mundo está menor”, diz. 

A artista também já usou mapas do antigo Império Britânico para fabricar vestidos cheios de babados. A intenção era alfinetar o passado de guerras e um certo jeito masculino de resolver as coisas. “Eu queria feminilizar os mapas, e os vestidos se tornaram metáforas.” 

Susan já fez roupas com filtros de café usados e outros mapas com sachês de chá e cédulas de dinheiro antigo. A maneira como usamos e descartamos materiais é tema recorrente em sua obra. “Questiono o consumismo inquestionado.” 

Ao falar de globalização, consumismo e desperdício, o que a artista faz é juntar as peças de nossa sociedade para nos mostrar o mundo em que vivemos. E, ao que tudo parece indicar, ele está aos pedaços.

A População Mundial

 

Atualmente, a população mundial já ultrapassa os 6 bilhões de pessoas. É inegável que se trata de um contingente bastante numeroso de pessoas que necessitam de abrigo, alimentos, água, entre muitas outras coisas.

O tamanho de uma população qualquer é o resultado de entradas ou somas e saídas ou subtrações. As entradas ou somas correspondem aos nascimentos e imigrações, ao passo que as saídas ou subtrações correspondem aos óbitos e emigrações. Assim, ao considerarmos o tamanho da população brasileira, ao longo dos tempos, temos que levar em conta não só o crescimento natural como também o saldo migratório, isto é, a diferença entre o número de imigrantes e de emigrantes.

É evidente que, no caso da população mundial, as migrações são desconsideradas, pois são priorizadas as taxas de natalidade e de mortalidade. Afinal, nosso planeta não recebe migrantes vindos de fora e tampouco perde população para outro planeta.

A taxa de natalidade refere-se ao número de nascimentos a um dado período, usualmente um ano. Ele expressa o número de crianças nascidas para cada grupo de mil pessoas. Ao se dizer que a taxa de natalidade de um determinado país é de 19‰, significa que, para cada mil pessoas da população desse país, nasceram 19 crianças naquele ano.
Vale a pena comentar que as taxas de natalidade variam de um grupo de país para outro e refletem as condições de existências de suas populações.

A taxa de mortalidade corresponde ao número de mortes ocorridas em um ano em relação ao total da população. Assim como ocorre com as taxas de natalidade, a de mortalidade também é expressa em grupos de mil pessoas. Por exemplo, uma taxa de mortalidade de 12‰ indica que, para cada grupo de mil pessoas da população, morreram 12.

Quando as condições de existência podem ser consideradas boas, satisfatórias, a mortalidade tende a ser mais reduzida.

A taxa de crescimento ou de diminuição da população é obtida subtraindo-se a taxa de mortalidade da taxa de natalidade. Tomando-se os exemplos acima utilizados e desconsiderando-se as migrações, esse país apresentaria um crescimento de 7‰ (19‰ - 12‰ = 7‰). Convém comentar que, ao contrário do que ocorre com as taxas de natalidade e de mortalidade, a taxa de crescimento natural é expressa em porcentagem. Assim, conforme o nosso exemplo, a população cresceu a uma taxa de 0,7%.

A Distribuição da População 

1. A distribuição pelos espaços geográficos
2. A idade e o sexo da população
3. A tipologia étnica

A população da Terra não está distribuída igualmente em todas as partes do globo. Ao contrário, há excesso de gente em algumas regiões e falta em outras.
O relevo, o clima, a vegetação e os rios exercem influência sobre a distribuição dos grupos humanos.

As regiões facilmente ocupadas pelo homem são denominadas ecúmenas.
Aos vazios demográficos chamamos de regiões anecúmenas, isto é, de difícil ocupação humana.

As altas montanhas, as regiões polares e os desertos dificultam a ocupação humana, sendo bons exemplos de regiões anecúmenas.
Por outro lado, existem regiões na Terra, nas quais os homens se "acotovelam" por falta de espaço. É o caso do sul, do leste e do sudeste da Ásia, que reúnem mais da metade da população do globo. Por esse fato, essa região é considerada um "formigueiro humano".

1. A distribuição pelos espaços geográficos 

Pela distribuição da população nos continentes, notamos que:
• A Ásia é o continente mais populoso, com quase 60% do total mundial;
• A Ásia é também, o continente mais povoado, com quase 80 hab/km2;
• A Oceania é o continente menos populoso e menos povoado;
• A Antártida é o continente não habitado (despovoado).
Com mais de 160 milhões de habitantes, o Brasil é:
• o quinto país mais populoso do mundo;
• o segundo país mais populoso do continente americano e de todo o hemisfério ocidental, superado apenas pelos Estados Unidos;
• o país mais populoso da América do Sul e de toda a América Latina.

A distribuição da população no Brasil é, também, bastante irregular:
• o Sudeste é a região mais populosa e a mais povoada;
• o Centro-Oeste é a região menos populosa;
• o Norte ou Amazônia é a região menos povoada.
Na distribuição da população pelos Estados, temos que:
• o Rio de Janeiro é o mais povoado, com quase 300 hab/km2;
• São Paulo é o mais populoso, com cerca de um quinto (20%) da população brasileira;
• Roraima é o menos populoso e o menos povoado, com menos de 1 hab/km2.

As Populações Rural e Urbana

Até 1960, predominava no Brasil a população rural. No recenseamento de 1970 já se constatou o predomínio da população urbana, com 56% do total nacional. À medida que um país se desenvolve industrialmente, a tendência geral é o abandono do campo em direção às cidades. O homem procura nos centros urbanos melhores condições de vida, conforto, salários e garantias. É o fenômeno do êxodo rural. Atualmente, 75% da população brasileira urbana, isto é, vive nas cidades. No estado do Rio de Janeiro, a população urbana é de 95%.

2. A idade e o sexo da população 

Quanto à idade, a população está dividida em três grupos:
• Jovem, de 0 a 19 anos;
• Adulto, de 20 a 59 anos;
• Velho, ou senil, com 60 anos e mais.
A força de trabalho de uma população está mas concentrada na idade adulta e se constitui na população ativa de um país.
Nos países desenvolvidos, em geral, predominam os adultos e os velhos. Nos países subdesenvolvidos e naqueles em fase de desenvolvimento, predomina a população jovem.

Em alguns países, como a França e a Inglaterra, há o predomínio dos adultos. Isso se deve ao baixo índice de natalidade e ao fato de que a média de vida é mais longa, alcançando mais de 70 anos. Os brasileiros possuem uma longevidade média de 64 anos, sendo de 62 anos para os homens e de 66 anos para as mulheres.

Quanto ao sexo, a população é composta por homens e mulheres.
Quanto aos números de homens e de mulheres é comum:
• haver um equilíbrio na idade jovem;
• predominarem as mulheres nas idades adulta e velha.

É que os homens, por razões diversas, vivem menos tempo que as mulheres, isto é, morrem geralmente antes. Em países de imigração, devido à entrada de mais trabalhadores, quase sempre predominam os homens. É o caso da Austrália e de alguns outros países. No Brasil, em cada grupo de 1 000 pessoas existem 501 mulheres e 499 homens. A representação gráfica da idade e do sexo da população é feita através das pirâmides etárias. Nelas, as mulheres ficam sempre do lado direito, os jovens embaixo, os adultos no meio e os velhos em cima.

3. A tipologia étnica

Por muito tempo, e ainda hoje, tem sido comum dividir a população nas raças branca, negra, amarela e mestiça. Essa distinção pela cor não é correta, pois entre um português moreno e um russo (eslavo) existem muitas diferenças, apesar de ambos serem brancos.
Hoje em dia, ao invés de se falar em raça, fala-se em etnia. Um dado grupo étnico possui semelhanças não só fisionômicas, mas também culturais.
A determinação do grupo étnico a que pertence uma pessoa não é tarefa fácil e não pode ser tomada apenas pela cor.

O povo brasileiro é composto etnicamente por brancos de origem européia, negros de origem africana, amarelos (indígenas e asiáticos) e mestiços. As diferenças de cor, de origem, têm sido problemas sérios em muitos países. Na África do Sul, onde numericamente predominam os negros, existia até 1991 uma violenta segregação racial, com exagerada discriminação social e econômica, denominada apartheid.

No Brasil, perante as nossas leis, todos os grupos étnicos constituem um só conjunto: a população brasileira. Recordar é saber:

• O Estado de maior população absoluta é São Paulo, o de maior densidade é o Rio de Janeiro.
• A população urbana predomina no Brasil desde 1970.
• São ecúmenas as regiões de fácil ocupação humana, sendo, por isso, habitadas permanentemente.
• São anecúmenas as regiões de difícil ocupação humana, como os desertos, as altas montanhas e as regiões polares.
• A Ásia é o continente mais populoso e mais povoado da Terra.
• A população brasileira está mais concentrada na Grande Região Sudeste.
• A segregação racial na África era denominada Apartheid.
• No Brasil todos os grupos étnicos são iguais perante a lei.
• A população ativa é composta sobretudo de adultos e homens.
• Na Austrália predominam, numericamente, os homens; no Brasil, as mulheres.
• Na pirâmide etária representamos à idade e o sexo de uma população.
• Os negros, os brancos, os amarelos e os mestiços são grupos étnicos, e não raças.

Produzido por: Lorrana

Apartheid

 

Esse termo refere-se à implantação de uma política de segregação racial desenvolvida na África do Sul, essa foi elaborada pela descendência direta dos pioneiros que colonizaram o continente africano, sobretudo europeu, dos quais se destacam os holandeses, franceses e alemães, denominados de africânderes. 

O processo de segregação racial na África do Sul teve início ainda no século XVII, momento em que chegaram dos países citados, na concepção desses colonizadores, eles iriam criar uma sociedade perfeita, foram mais longe, acreditavam que eram escolhidos por Deus, dessa forma colocaram em prática a separação entre brancos e negros, que durou até a década de 90. 

Em 1948, o Apartheid (segregação) se tornou oficial, nessa lei todos os itens deixavam explícitos as restrições aos negros, com intuito de favorecer a minoria branca. A lei era calcada no princípio da conservação e pureza cultural, pois julgavam sua raça superior. Dentre as restrições impostas pelos brancos para a população negra, está o não acesso ao voto e também a proibição de se candidatar aos cargos públicos. 

Esse contexto de puro preconceito sofreu alterações somente na década de 50, motivadas pelo Congresso Nacional Africano (CNA) e lideradas por Nelson Mandela que promoveu uma ofensiva para ir contra as imposições preconceituosas da minoria branca. 

No ano de 1960 foi realizada uma manifestação contra o Apartheid de forma pacífica, no entanto, essa não impediu que 60 negros fossem mortos pela polícia. A notícia da violência praticada contra os negros ganhou o mundo, dessa forma conquistaram o apoio da opinião pública mundial. Em 1973, a Assembléia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), condenou as atitudes que ocorriam na África do Sul e as classificaram como crime. 

Através das pressões por parte dos negros segregados e também o embargo econômico implantado pelo governo norte-americano em 1986, o então presidente Frederik de Klerk alterou as leis que restringia a participação negra e reformulou em sua totalidade sua essência racista, mas a extinção do Apartheid teve fim somente em 1994, quando Nelson Mandela alcançou a presidência. 

Pirâmide Etária

Pirâmide Etária É Um Gráfico Que Permite Analisar A Distribuição Da População Por Idade

Pirâmide Etária

Pirâmide etária é um gráfico organizado para classificar a população de uma determinada localidade conforme as faixas de idade, dividindo-as por sexo. Esse gráfico é formado por barras superpostas, que se concentram em torno de um eixo. As barras inferiores representam a população mais jovem e as barras superiores representam a população mais velha. Do lado direito do eixo, sempre se quantifica a população feminina e, do lado esquerdo, a população masculina, conforme o exemplo acima ilustrado.

As pirâmides populacionais são importantes no sentido de elaborar um planejamento público a médio e longo prazo. Por exemplo, se a estrutura etária da população apontar que há uma grande quantidade de jovens, com elevados índices de natalidade, alerta-se para a necessidade de implantação de políticas que atendam à inclusão das faixas etárias no futuro, com medidas que visem, por exemplo, à ampliação e melhoria de creches e escolas.

Outra importância da observação e análise das pirâmides etárias é conhecer a evolução da população, avaliando as taxas de natalidade em comparação à população adulta, aferindo sobre a existência de uma política de controle de natalidade no país ou se ela precisa ser adotada.

Observe o gráfico abaixo, demonstrativo da pirâmide etária brasileira de acordo com o Censo de 2010:

Pirâmide Etária Brasileira em 2010 (Dados do IBGE)

Além disso, existe a possibilidade de se realizar projeções etárias utilizando também o formato de pirâmides, para se calcular qual vai ser o formato da população, podendo realizar previsões a respeito da quantidade de jovens e da população economicamente ativa de um período em comparação à população idosa e infantil.

Existem quatro tipos principais de pirâmides populacionais, que são classificadas conforme a idade predominante da população.

Pirâmide Jovem: possui uma base mais larga, em virtude dos altos índices de natalidade e um topo muito estreito, em função da alta mortalidade e da baixa natalidade em tempos anteriores. Esse tipo de pirâmide é visto com mais frequência em países subdesenvolvidos.

Pirâmide Adulta: possui uma base também larga, porém com uma taxa de natalidade menor em face da população infantil e jovem. A pirâmide brasileira acima representada é um exemplo de pirâmide adulta.

Pirâmide Rejuvenescida: apresenta um relativo aumento do número de jovens em relação a um período anterior, em função do aumento da fecundidade, geralmente em países desenvolvidos que estimulam a natalidade.

Pirâmide Envelhecida: a população adulta é predominante e a base bem reduzida, apresentando uma quantidade de idosos significativamente maior em comparação às demais pirâmides. Esse tipo de pirâmide é mais comum em países desenvolvidos.

 

Países Mais Habitados Do Mundo

Países mais habitados do mundo Conforme dados divulgados em 2010 pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), o planeta Terra é habitado por aproximadamente 6,908 bilhões de pessoas. Esse contingente populacional poderá atingir a marca de 9 bilhões em 2050, de acordo com estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU).

A Ásia é o continente mais habitado, cuja população total é de aproximadamente 4,1 bilhões de indivíduos (60,3% da população mundial). Essa região do planeta detém a maioria dos países mais populosos. A China (país asiático) é a nação com o maior número de habitantes, sendo seguida pela Índia. Porém, conforme estimativas da ONU, o contingente populacional indiano ultrapassará o chinês até 2050.

Com exceção da Oceania e da Antártida, todos os outros quatro continentes (América, África, Ásia e Europa) possuem países entre os 30 mais habitados do mundo. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a lista é composta pelas seguintes nações:

1° China: 1.345.750.973 habitantes (Ásia).

2° Índia: 1.198.003.272 habitantes (Ásia).

3° Estados Unidos: 314.658.780 habitantes (América do Norte).

4° Indonésia: 229.964.723 habitantes (Ásia).

5° Brasil: 190.755.799 habitantes (América do Sul).

6° Paquistão: 180.808.096 habitantes (Ásia).

7° Bangladesh: 162.220.762 habitantes (Ásia).

8° Nigéria: 154.728.892 habitantes (África).

9° Federação Russa: 140.873.647 habitantes (Europa e Ásia).

10° Japão: 127.156.225 habitantes (Ásia).

11° México: 109.610.036 habitantes (América do Norte).

12° Filipinas: 91.983.102 habitantes (Ásia).

13° Vietnã: 88.068.900 habitantes (Ásia).

14° Egito: 82.999.393 habitantes (Oriente Médio).

15° Etiópia: 82.824.732 habitantes (África).

16° Alemanha: 82.166.671 habitantes (Europa).

17° Turquia: 74.815.703 habitantes (Europa e Oriente Médio).

18° Irã: 74.195.741 habitantes (Oriente Médio).

19° Tailândia: 67.764.033 habitantes (Ásia).

20° República Democrática do Congo: 66.020.365 habitantes (África).

21° França: 62.342.668 habitantes (Europa).

22° Reino Unido: 61.565.422 habitantes (Europa).

23° Itália: 59.870.123 habitantes (Europa).

24° África do Sul: 50.109.820 habitantes (África).

25° Mianmar: 50.019.775 habitantes (Ásia).

26° Coreia do Sul: 48.332.820 habitantes (Ásia).

27° Ucrânia: 45.708.081 habitantes (Europa).

28° Colômbia: 45.659.709 habitantes (América do Sul).

29° Espanha: 44.903.659 habitantes (Europa).

30° Sudão: 42.272.435 habitantes (África).

Tráfico Humano

O tráfico humano, também chamado de tráfico de pessoas, é uma das atividades ilegais que mais se expandiu no século XXI, pois, na busca por melhores condições de vida, muitas pessoas são ludibriadas por criminosos que oferecem empregos com alta remuneração. Esses “agentes” atuam em escala regional, nacional e internacional, privando a liberdade de indivíduos que sonham um futuro melhor.

De acordo com o Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em especial de Mulheres e Crianças, o tráfico humano é caracterizado como: “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou acolhimento de pessoas, recorrendo à ameaça ou uso da força ou outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração.”

Portanto, o tráfico de pessoas consiste no ato de comercializar, escravizar, explorar, privar vidas, ou seja, é uma forma de violação dos direitos humanos. Normalmente, as vítimas são obrigadas a realizar trabalhos forçados sem qualquer tipo de remuneração – prostituição, serviços braçais, domésticos, em pequenas fábricas, entre outros –, além de algumas delas terem órgãos removidos e comercializados.

As vítimas já chegam endividadas ao destino de “trabalho”, pois elas têm que pagar aos traficantes valores elevadíssimos referentes à viagem, hospedagem, documentação, alimentação, roupas, etc. O problema é que essa dívida, através da cobrança de juros altos, toma proporções de forma que nunca poderá ser paga. Sendo assim, os criminosos passam a ameaçar e torturar os “devedores”.

As mulheres são o principal alvo, pois o retorno financeiro para os traficantes é maior, visto que a prostituição, atividade mais desenvolvida por pessoas do sexo feminino, é o destino de 79% das vítimas do tráfico humano. O trabalho forçado, exercido por homens, mulheres e crianças, representa 18%. Essa atividade movimenta cerca de 32 bilhões de dólares por ano, privando a vida de mais de 2,5 milhões de pessoas.

Geografia Humana Do Brasil

A população brasileira é bastante diversificada, apresentando grande pluralidade étnica e cultural. Esse aspecto é uma consequência do processo de ocupação do território, que, antes da chegada dos colonizadores europeus e dos escravos africanos, já era habitado por grupos indígenas. Com o passar do tempo, ocorreu a miscigenação, ou seja, interação entre diferentes etnias.

Além de diversificada, a população brasileira é bastante numerosa. De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil possui 190.732.694 habitantes. Esse contingente populacional está distribuído em cinco complexos regionais (Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sudeste e Sul), que somados apresentam 26 estados e 1 Distrito Federal.

A divisão regional é realizada pelo IBGE, que utiliza como critério agrupar em uma mesma Região os estados que possuem semelhanças nos aspectos físicos, econômicos, sociais e culturais, facilitando a elaboração e desenvolvimento de políticas públicas no território nacional.

Essa subseção tem por objetivo a abordagem dos aspectos humanos do Brasil. Nesse sentido, disponibilizamos artigos sobre as características da população, a distribuição populacional pelo país, as relações econômicas, os aspectos culturais, a organização espacial do Brasil, as relações homem-meio e suas consequências no território brasileiro, entre outros assuntos pertinentes.

A Composição Étnica Do Povo Brasileiro

O povo brasileiro é caracterizado pela miscigenação, ou seja, pela mistura entre grupos étnicos. A diversidade étnica da população brasileira é resultado de pelo menos 500 anos de história, em que aconteceu a mistura de basicamente três grupos, são eles: os índios (povos nativos), brancos (sobretudo portugueses) e os negros (escravos).

A partir da mistura das raças citadas, formou-se um povo composto por brancos, negros, indígenas, pardos, mulatos, caboclos e cafuzos. Desse modo, esses são grupos identificados na população do país.

O branco

No Brasil, o percentual de pessoas consideradas brancas é de aproximadamente 54%, há uma concentração maior desse grupo étnico na região Sul (83%), seguida pelo Sudeste (64%). Os brancos, em sua maioria, são descendentes de imigrantes europeus que vieram para o Brasil, como os portugueses no século XVI e mais tarde, por volta do século XIX, italianos, alemães, eslavos, espanhóis, holandeses, entre outras nacionalidades de menor expressão.

O Negro

Os negros ou afro-descendentes têm sua origem a partir dos escravos que vieram para o Brasil entre os séculos XVI e XIX, fato que caracterizou como uma migração involuntária, tendo em vista que os mesmos não vieram por livre e espontânea vontade, mas forçados. No decorrer dos séculos citados, o país recebeu cerca de 4 milhões de africanos. Hoje, esse grupo étnico se concentra em maior número na região Nordeste e Sudeste, áreas onde se encontravam as principais fazendas de cana-de-açúcar e café.

O índio

Grupo étnico autóctones. Povos que habitavam o país antes da chegada dos colonizadores europeus, nesse período a população era estimada em aproximadamente 5 milhões de pessoas. Após séculos de intensa exploração, os índios praticamente foram dizimados. Atualmente, os índios se concentram quase que restritamente na região Norte, com cerca de 170 mil; e no Centro-Oeste, com aproximadamente 100 mil. Existem outros 80 mil dispersos ao longo de outras regiões brasileiras.

O pardo

Esse grupo é também chamado de mestiço, em virtude da mistura entre brancos, negros e indígenas. Os mesmos produzem três variedades de miscigenação, dentre elas podemos destacar ainda os mulatos, oriundos da mistura entre brancos e negros, que respondem por cerca de 24% da população.

Os caboclos respondem por aproximadamente 16% da população nacional, esses são oriundos da mistura entre brancos e indígenas. São encontrados especialmente no interior do país, onde se encontra a maioria dos grupos indígenas.
Temos ainda os cafuzos, mestiços oriundos da mistura entre negros e índios, dentre as variações de miscigenações ocorridas no Brasil, essa é a mais difícil de acontecer, tendo em vista que eles representam somente 3% da população. No país os cafuzos são encontrados especialmente na Amazônia, na região Centro-Oeste e Nordeste.

Urbanização Brasileira

O Brasil, até a década de 1960, era um país eminentemente agrícola, com 55,3% das pessoas morando na zona rural. Com o processo de modernização econômica brasileira e o seu projeto de integração nacional, na década de 1970 o país já tinha aproximadamente 55%% das pessoas morando nas cidades.

Entende-se como urbanização o processo decorrente do crescimento maior da população urbana em relação à população rural. Um dos principais fatores que propulsionam a urbanização diz respeito à industrialização e, consequentemente, a divisão social do trabalho.

O modo de vida e o trabalho no campo são baseados na agricultura familiar e a produção de subsistência. A industrialização gera uma demanda de mão de obra e infraestrutura, como também desenvolve o comércio. No Brasil, tal fato rompeu com o isolamento dessas populações rurais, que passaram a procurar a cidade como meio de sobrevivência e perspectiva de melhores condições de vida.

Entretanto, esse processo atingiu desigualmente o território brasileiro. Quando falamos que o Brasil se tornou urbano por volta da década de 1970 e 1980 é preciso ter em mente que estamos falando de todo o contingente populacional brasileiro. Analisando separadamente cada região geográfica aparecerão discrepâncias nessa urbanização. Tal discrepância tem raízes históricas na formação e integração do território.

A região sudeste foi a primeira a se urbanizar, na virada da década de 1950 para a de 1960. Os motivos são vários, tais como a industrialização em São Paulo; o Rio de Janeiro era o centro político-administrativo do país, até então; Minas Gerais, por ter sido a base da economia nacional com a mineração nos séculos passados. Isso acarretou um processo no Brasil inteiro: o êxodo rural em muitas regiões, principalmente no Nordeste, onde as pessoas passaram a migrar para o sudeste do país.

A região Sul se urbanizou no final da década de 1970, intensificando-se na década de 1980, em que a população urbana já era o dobro da população rural.

Na região Centro-Oeste, com o advento da modernização agrícola, a urbanização ocorreu na década de 1980, em função do êxodo rural e migração de pessoas advindas do Sul.

O Nordeste tornou-se urbano também na década de 1980, porém com as populações rural e urbana quase equitativas. A grande virada urbana ocorreu somente na década seguinte.

Na região Norte, a urbanização ocorreu, de fato, somente na década de 1990.

Fonte: IBGE, Censos Demográficos
Fonte: IBGE, Censos Demográficos

Segundo o Censo 2010, realizado pelo IBGE, 84,4% da população brasileira reside no meio urbano. Em relação ao ano de 2000, houve um aumento de 3,2% nessa taxa. A região Sudeste é a mais urbanizada do Brasil, com um grau de urbanização de 92,9%. Depois, têm-se as regiões Centro-Oeste (88,8%), Sul (84,9%), Norte (73,5%) e Nordeste (73,1%).

As Unidades da Federação com maiores taxas de urbanização são: Rio de Janeiro (96,7%), Distrito Federal (96,6%) e São Paulo (95,9%). Na contramão, os estados que apresentam as menores taxas são: Maranhão (63,1%), Piauí (65,8%) e Pará (68,5%). Portanto, ainda é visível essa urbanização desigual no território brasileiro.

Como Se Caracterizam As Tribos Urbanas?!

As tribos urbanas possuem como principal objetivo estabelecer uma rede de amigos que possuem interesse em comum, esses interesses podem se relacionar a uma conformidade de pensamentos, modo de se vestir e com hábitos. Essa expressão de tribo urbana surgiu em 1985 com o sociólogo Michel Maffesoli que diz que as tribos urbanas se constituem " diversas redes, grupo de afinidade de interesse, laços de vizinhança que estruturam nossas magalópoles. Seja ele qual for o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que ela não possa avançar senão mascaradas para não ser esmagadas por este." Tribos jovens são mais comuns em grandes metrópoles, por esse motivo são chamadas de tribos urbanas, onde todos os movimentos de contra cultura são tribos urbanas, porém, nem todas as tribos urbanas são movimentos de contra cultura, e uma tribo jovem não é determinada necessariamente por sua ideologia política. A busca de identidade relacionada a escolha de uma tribo na qual melhor se encaixe com os seus conceitos e princípios são caracterizados como uma época de livre escolha e de acesso aberto a uma diversidade de identidades possíveis, onde para os jovens esta fase funciona como a busca de espaço e um rito para que se chegue à vida adulta. Muitas das tribos existentes não são vistas com bons olhos pela sociedade tendo que lidar com um preconceito estabelecido pelo modo de se vestir, de agir, de pensar, pois as pessoas julgam antes mesmo de conhecê-los. E esse blog vem para tentarmos explicar um pouco sobre essa diversidade multicultural que existe em Brasília, de suas várias formas de pensamento.

Metaleiros

Em suas melodias, as bandas do gênero Heavy Metal possuem grande riqueza em temas como protestos contra elementos repressores da sociedade, contra religiões opressoras, medos do lado obscuro da humanidade, contos, poemas, historia de civilizações, fuga da realidade e até mesmo uma pitada de psicodélica. Podemos encontrar também louvor aos “deuses do metal”, como forma de mostrar sua fidelidade ao estilo. Esse Gênero é destinado a um público marcado por roupas pretas e cabelos longos que surgiu juntamente com o movimento hippie nos anos de 1964 e 1970 que foi quando houve a contracultura onde bandas do gênero rock misturaram vários outros estilos, criando assim um estilo hibrido, onde sua musicalidade é toda centrada nos sons das guitarras, com solos, geralmente longos e com refrões muito marcantes. O que diferencia o heavy metal dos demais estilos são as guitarras distorcidas, utilização de muito pedal e a alternação na musica entre o pesado e o lento, enquanto nos demais estilos a guitarra somente acompanha a musicalidade e o contexto da melodia. 
É de extrema importancia mencionar que juntamente ao heavy metal, nasceu uma série de subgêneros, que são: black metal, death metal, doom metal, folk metal, grove metal, power metal, prog metal, speed metal, trash metal e gothic metal. E dentro do contexto do metal, surgiram os gêneros de fusão, representados por: alternative metal, grindcore, industrial metal, metalcore, neo classical metal, new metal, stoner metal e o symphonic metal.
Os gêneros de fusão não são reconhecidos pelos metaleiros como metal. Outro gênero ligado ao heavy metal são o heavy rock e o hard rock.
O Black Sabbath foi à primeira banda de Heavy metal da historia, embora alguns considerem Led Zeppelin e Deep Purple como os pais do estilo. Porém, o Black Sabbath foi à primeira banda a fazer um álbum completo cheio de riffs complexos, acordes pesados e solos longos. Sendo assim, junto ao Iron Maiden e Megadeth os precursores do estilo e quando este se popularizou em 1980, surgiu o então movimento "New Wave Of British Heavy Metal", com bandas como Iron Maiden, Saxon, Angel Witch, Raven, entre muitas outras.
 Fonte: https://freakbutterfly.wordpress.com/2008/06/10/a-origem-do-heavy-metal/
Em um questionário respondido por uma tribo de metaleiros, onde um deles se prontificou a nos responder em nome dos outros do grupo, houve um esclarecimento de algumas dúvidas geradas em cima dessa tribo pela sociedade.
Começamos perguntando a ele se sabia o significado de sua tribo e ele nos respondeu da seguinte forma: "Se formou do velho e bom rock ‘n roll em meados dos anos 60 para 70 e se tornou popular nos anos 80. Desde quando começou o rock houve uma difusão nos estilos (Metal,  Death Metal, gótico, etc.), criando vários estilos diferentes do mesmo gênero, que seria o rock tradicional (Elvis Presley)."
Comentando que ocorre uma grande diferença entre o Rock e o Metal: "O Metal é diferente do Rock tradicional por se tratar de batidas mais pesadas, brutais, rápidas e guitarras mais distorcidas, como exemplo as bandas: Led Zeppelin, Black Sabbath eDeep Purple, Judas Priest, dentre outras."
Como a tribo dele se juntou?  "Não nos sentimos parte de nenhuma tribo, nos sentimos deslocados da sociedade e acabamos buscando um modo de se encontrar dentro dela, adquirir uma identidade própria por meio da música que é a idéia original do Rock'n roll. Daí nos juntamos a pessoas que tem o mesmo ideal que o nosso e originamos as chamadas *tribos*, se é assim que vocês preferem chamar, de metaleiros."
Será que ocorre influências? "Sim ! Nossas influências vem da ideologia do rock, pois o modo do metaleiro chamar a atenção vem por meio de protesto criando uma confusão no meio em que vivemos. É daí, que sai o modo de se vestir, o modo de pensar e nossas reações.
Mais é claro que eu não posso deixar de citar a música, pois desde sempre o ser humano usa a música como modo de fugir da realidade ou de criticar algo/alguém. E com a gente não é diferente."
E a família como fica? "Como meu pai nunca esteve muito presente, tinha a minha mãe como responsável, e mesmo ela sendo muito ligada a igreja e com algum certo receio, ela nunca foi de querer mudar minha opinião em relação ao que eu ouço, o que eu faço e ao que eu penso."
Preconceito: "Bom, as pessoas tinham sim, pela idéia do nosso modo de se vestir e agir em público. Elas achavam que era coisa do demônio. Falavam pra gente ir pra igreja, procurar Deus. Até chegaram uma vez a perguntar se eu tinha alergia a crucifixo.
Meus amigos que não eram roqueiros, eles sempre perguntavam pra mim, como minha mãe sempre ía a igreja, porque eu não ía, porque eu não seguia o mesmo rumo dela, e eu respondia sempre que tenho os meus ideais e que não é qualquer um que vai mudá-los"
Quando questionado sobre os lugares que ele e sua tribo costumam frequentar e com que frequência costumam se encontrar, afirmou: "Antigamente no Gama tinha um galpãosinho e nele ocorriam shows frequentemente, como hoje não tem mais, aí a gente se encontra todos os sábados a noite no *gramado do gama shopping*. E também vamos a shows, por exemplo, o porão do Rock, que é um dos mais tradicionais aqui do DF, e vários outros, principalmente shows que rolam na praça do relógio em Taguatinga de graça.
Agora a frequencia com que nos encontramos, hum.. Todos os dias, e com o pessoal que não temos muito contato, uma vez por semana, principalmente no sábado"
E a sociedade como enchegar o grupo? "Acham que somos revoltados, rebeldes, que não temos nada pra fazer *ruaceiro*, tirando os endemoniados que eu já falei. Isso porque não conhecem a nossa ideologia, o porque que protestamos, essas coisas."
E para encerramento do questionário perguntamos o que eles acham das outras tribos: "Bom, por onde eu começo, comecemos falando das tribos de hoje em dia, de ideologias fracas e os posers. Não curtimos muito não, porque eles não trazem consigo as ideologias de antigamente, o que preocupa mais para eles é a *modinha*, eles seguem aquela tribo por eles acharem bonito. Ah tipo querer chamar a atenção. Queria mesmo saber é qual é a ideologia de um emo ou de um colorido verdadeira.
"Obs: Nada contra a pessoa se vestir de colorido, a menos que ela queira expressar alguma coisa com aquilo, um exemplo disso o Jimmy Hendrix e suas calças meio psicodélicas"
 
Gótico significa: relativo aos godos, uma confederação de tribos germânicas que invadiu o império romano durante o séc. III d.C. e foram os primeiros povos germânicos a se converterem ao cristianismo. Os italianos achavam que a arte clássica, que admiravam e procuravam reviver, fora corrompida na idade média pelos cristãos. Assim sendo, fizeram dos godos seu bode-espiatório e taxaram pejorativamente toda a arte medieval(cristã), de gótica, ampliando assim o sentido da palavra.
A música gótica, tem muita influência da música clássica, vocais clássicos, tenores, sopranos, violinos, pianos, orquestras, etc.. A música gótica, fala sobre o amor, mas de forma profunda, e não hipócrita, falam sobre temas ocultos, histórias, mitologia, deuses, vida, morte, fala de coisas diferentes. Por vezes, a música gótica também usa guitarra, tornando-se então, o famoso Gothic Metal.

Os artistas góticos, da mesma forma que qualquer outro tipo de artista, desenham o que sentem, o que vêm do mundo que existe e em que vivem. Na sua maioria, não tentam fazer obras bonitas com a finalidade de agradar aos outros, nem mesmo de vendê-las, mas sim, com o intuito de agradar a si próprio, de expressar o que sentem e o que vêm.

A sua filosofia consiste em viver em paz, defende a ideia de um mundo sem mais tristezas, nem mágoas, de um mundo no qual os góticos não se sintam mais sozinhos, isolados, solitários e julgados, consiste no ideal de encontrar uma pessoa que o faça feliz, e o faça não sentir tanta agonia, tristeza e depressão. Pode-se resumir em "Um mundo bom de se viver, é aquele que só vai existir no momento que toda a falsidade, hipocrisia e frieza acabar".

Os cemitérios são lugares quietos, ideais para a introspecção e reflexão, que outros lugares não proporcionam. Se nós entendermos a fragilidade da vida, seremos mais capazes de apreciar isso. São bonitos, e de atmosfera misteriosa.

Góticos são seres sociáveis que escolhem os seus amigos pelo que eles são e não por aquilo que eles possuem, não medem as pessoas dos pés à cabeça antes de se aproximarem para fazer novas amizades.Eles odeiam qualquer forma de discriminação, aceitam as diferenças individuais com naturalidade e recebem bem todos que se aproximam, independentemente dos seus valores, situação econômica ou orientação sexual.
A vestimenta gótica é um tanto diferente de todas as outras roupas que podemos ver por ai ,os garotos são caracterizados por estarem sempre de preto , de cutuno e um sobretudo de couro preto .Já as garotas usam vestidos com um ar de sofisticação , um corpete , chegam sim a usar cutuno como os garotos seguidores da cultura.
No entanto o gótico não é característico por só usar preto não , também usa-se o vermelho , o roxo e o branco . Existe uma subtribo dentro da tribo gótica , que os adeptos além de usarem cores mais escuras , fazem uma mistura com cores fluorescentes como , o verde , o rosa , o laranjado e etc , essa tribo é chamada de cybergoth .
Há vários tipos de góticos e não tem como definir se é um só pela vestimenta , mas terá que estudar muito pra dizer se uma pessoa é gótica ou não , pois há muito mais por trás do goticismo .

Hippies


Os hippies eram parte do que pode-se chamar de movimento de contracultura dos anos 1960 tendo relativa queda de popularidade nos anos 1970 nos EUA, embora o movimento tenha tido muita força em países como o Brasil somente na década de 70. O movimento foi encerrado no Brasil entre os anos de 1982 e 1990. Um dos lemas que é associada a esta tribo e que é famosamento conhecida é “ Paz e Amor”, ou “Peace and Love” que veio acompanhando a expressão “ Ban the Bomb”, que realizava uma critica ao uso de armas nucleares.
É importante falar que ser hippie vai muito<p$1><p$1><p$1> além de você vestir uma camisa do Bob Marley, ouvir algumas músicas e citar<p$1><p$1><p$1> frases comumente conhecidas, e se você faz isso, sinto dizer que apenas isto<p$1><p$1><p$1> não te caracteriza como sendo um hippie.”<p$1><p$1><p$1> 

Nos anos 60 muitos jovens passaram a contestar a sociedade, os seus valores tradicionais, econômicos e militares. Esse movimento de contracultura impulsionou-se por músicos e artistas da época, os hippies naquela época de guerra e repressões defendiam o amor livre  e a não violência. Os hippies tendem a viver
em comunidades ou são nômades, realizam trabalhos manuais ( que conhecemos bem !), grande maioria dos hippies possuem cabelos e barba longos, fato que no finalzinho da década de 60 e ínicio da de 70 eram considerados como falta de respeito e até mesmo anti-higiênicos. Os hippies em seu movimento não pararam
de fazer protestos contra à Guerra do Vietnã, cuja intenção era acabar com a guerra. O movimento hippie possui como símbolo a figura circular com  três intervalos iguais:     

O símbolo da paz  foi desenvolvido na Inglaterra como logo para uma campanha pelo desarmamento nuclear, e foi adotado pelos hippies americanos que eram contra a guerra nos anos 60.
Os hippies possuem um modo único de se vestir e são facilmente identificados,(tanto antigamento como nos dias atuais), quando o movimento hippie se iniciou utilizavam roupas velhas e rasgadas em oposição aoconsumismo, ou roupas extremamentes coloridas para fazer uma apologia ao psicodélico, calças de boca de sino, camisas tingidas, e roupas que lembravam e lembram um pouco o estilo indiano.
Por volta da década de 70 esse estilo hippie se disseminou a sua cultura por todas as sociedades, eles se encontram em festivais e encontros para celebrar o amor, eventos como  o Festival Psicodália que ocorre anualmente no sul do Brasil, normalmente em Santa Catarina.
“Quem não conhece muito o mundo hippie
facilmente associa a músicas reggae, à Bob Marley e maconha, e mais maconha.”  
Esse pensamento ocorre pelo fato deles pregarem a paz e o amor, a liberdade sexual, o respeito à natureza e ao ser humano, e ao uso de drogas. Porém a música da cultura hippie vai além de Bob Marley, todo tipo de música que representasse o que o movimento pregava, a crítica social, a uma contestação dos valores pregados pela sociedade conservadora, qualquer música que expressa essas idéias faz parte do movimento hippie. E para comprovar isso basta relembrarmos o Festival Woodstock , festival mais importante da década de 60 e que contou com vários estilos musicais como o rock e o blues. 
Um nome que é considerado como símbolo do movimento hippie é Janis Joplis, por suas músicas tratarem justamente sobre os pensamentos que o movimento de contracultura possuia.
 “Se você não quer nada, não se conforma você não sente dor, sofrimento. Blues é querer uma coisa que você não tem.” Janis Joplin>

Coloridos

O termo banda colorida ou happy rock refere-se a um fenômeno da música pop brasileira que teve seu início no fim de 2000, especificamente com a banda Cine. O termo foi criado pela mídia e se tornou muito utilizado pela população, de forma a se referir a bandas na maioria do estilo teen pop que ganhavam destaque na música brasileira, com um grande fã clube adolescente.
O termo é justamente uma referência ao estilo que os rapazes das bandas usavam, um tanto incomum para a época, como calças skynni, blusas com decote em "V"  e sempre com um visual "colorido", dito em reação à onda do estereótipo dos fãs de emo, que era melancólica e sem "cor".
Depois da precursão do estilo colorido no Brasil pela Cine, várias bandas coloridas surgem no Brasil, como Replace e Izi, e outros artistas adotam o estilo, como a banda Hori e a cantora Jullie (vindos do seguimento pop). Em 2010, surgiu a banda Restart, que popularizou e consolidou de vez o estilo colorido no Brasil, apesar de criticado por muitos. 

Divisão e conflito

 Restart foi uma banda que "dividiu águas" entre as bandas coloridas já existentes, visto que, numa linguagem informal, "queimou o filme" de todas as coloridas que já existiam, pelo fato de suas roupas "nada usuais", como a famosa aparição em Meus Prêmios Nick com as calças coloridas skinny de "oncinha" e por isso várias bandas abandonaram o estilo colorido, dentre elas banda Cine, Replace e Izi que passaram a usar menos roupas coloridas, além de não aceitarem o termo "happy rock", termo que teria sido cunhado pelos integrantes do Restart.
 
Críticas
Principalmente após o aparecimento de Restart, o movimento colorido começou a ser duramente criticado por inúmeros artistas, recebido como "som que não amadureceu" (pela banda Cine), "futuramente eles próprios sentirão vergonha de si mesmos" (por Dinho, Ouro Preto), "música inspirada nos Teletubbies" (por Tico Santa Cruz), além das comuns críticas da população geral, dentre muitas vezes chamados de homossexuais pelo seu estilo de vestir. As criticas negativas vem mais pelos Roqueiros e Metaleiros, que dizem que eles não são nenhum tipo de rock e pelos integrantes do Restart dizerem que são influenciados pelo Guns' N Roses.
Entrevista ao R7
"Quando despontaram na música como uma nova onda jovem, as bandas Cine e Hevo84 também trouxeram uma febre para o mundo da moda. As roupas coloridas que os garotos usam nos shows e clipes deram nome a um novo estilo – os coloridos - e tem muita gente que quer usar roupas como a desses garotos. Em uma entrevista eles ajudam a entender como usar esse visual.
O vocalista do Cine, Diego Silveira, o DH, não se faz de modesto.
- Eu fico feliz porque eu sei que sou um dos responsáveis por essa moda. Acho da hora ver que tem um monte de gente querendo roupas com o meu estilo.
Vestindo uma camisa xadrez laranja, um cinto com três cores e um relógio amarelo, ele fala que a banda sempre usou roupas assim, mesmo antes de eles ficarem famosos.
- A gente sempre achou que as bandas de rock tinham muito preto, mas nosso estilo é mais eletrônico. Acho que a cor combina com nosso som. Até a gravadora viu isso, nunca quiseram mudar o nosso visual porque já achavam que era legal.
Se você é fã dessas bandas e curte a moda dos coloridos, os músicos dão as dicas para você embarcar nessa. Renne Fernandes, o vocalista do Hevo84, diz que misturar peças diferentes é essencial.
- As vezes nem combina, mas eu acho legal. Ponho sempre uma camisa lisa, colorida. Um tênis da hora e pronto.
Sua nova obsessão, diz, são os paletós sociais, que ele usa de um jeito bem particular.
- Pra mim tem que ter sempre uma camiseta gola “V”, é o meu estilo. Mas aí comecei a usar paletó pra esconder as tatuagens quando eu ia na televisão. Daí agora decidi mostrar as tatuagens. Gosto de usar o paletó e deixo a manga arregaçada. É pra ficar diferente.
Onde comprar?
Apesar de incentivar os jovens que queiram aderir ao estilo, DH avisa que essa não é uma tarefa fácil.
- Quem quiser usar colorido e achar que pode ir no shopping e comprar coisa legal não vai conseguir, vai cansar. Eu nunca vejo coisa que eu gosto no shopping.
Onde então? O vocalista diz que frequenta algumas galerias do centro de São Paulo, especialmente na Rua Augusta. Além disso, compra muito na internet.
Já Renne prefere indicar locais que vendem tênis, uma paixão a parte.
- A gente é meio viciado nisso, investe uma boa grana.
Em geral, ele diz que prefere modelos com cano alto, alguns com cores fortes. Compra em lojas que aderem ao estilo urbano, de moda de rua e já foi atrás de locais especializados nesse tipo de calçado."
Fonte: 
 https://entretenimento.r7.com/moda-e-beleza/noticias/cine-e-hevo84-contam-como-vestir-o-estilo-dos-coloridos-20100422.html.
https://oglobo.globo.com/cultura/mat/2010/06/16/cine-replace-hevo-84-restart-uma-reacao-alegre-colorida-tristonha-onda-emo-916899803.asp

Emo

Conceito:
A versão mais aceita para a origem da palavra “emo” é a de que o nome foi criado por publicações alternativas como o fanzine Maximum RocknRoll e a revista de Skate Thrasher, inspiradas  por bandas como, Embrace, Rites of Spring, Gray Matter, Dag Nasty e Fire Party, para descrever a nova geração de bandas “hardcore emocional”  que surgiu nos anos 80. O termo "emocore" é uma abreviação de “emotional hardcore”, e o termo "emo" surgiu para dar espaço aos subgêneros como Screamo e 90's Emo, que não eram “-core” por não serem derivados diretos e nem puramente do hardcore punk. É importante lembrar que nenhuma destas bandas acima citadas jamais aceitou ou se auto-definiu através deste rótulo, pois a palavra "emo" foi vista como uma piada, ou algo pejorativo e artificial.
Chegada ao Brasil:
No Brasil, a tribo urbana “emo” se estabeleceu sob forte influência estadunidense em meados de 2003, na cidade de São Paulo, espalhando-se para outras capitais do Sul e do Sudeste, e influenciou também uma moda de adolescentes caracterizada não somente pela música, mas também pelo comportamento geralmente emotivo e tolerante, e pelo visual. Porém os fãs das bandas Emo já estabelecidas no Brasil (desde 1997) até então conhecidos faziam parte do estilo HxCx, e a criação dos modernos estereótipos sobre os mesmos, como as franjas, se deu a partir do começo do Século XXI.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Emo (com adaptações)
O Estilo Emo:
O jovens emos costumam usar roupas de tons escuros, botas do punk ou tênis do tipo all star, camisetas de personagens de bandas de rock, calças pretas, meias listradas, além de acessórios como colares e pulseiras, também usam maquiagem bem forte efranjas caídas sobre os olhos. São do tipo que não escondem seus sentimentos, expressam abertamente suas emoções, preconizam e praticam a tolerância sexual,são expansivos e gostam de trocar elogios, abraços e beijos em público. 
Preconceito:
Como o Brasil é um dos países campeões mundiais em homofobia, os emos se tornaram alvo de grande polêmica na sociedade, que em sua maioria passou a concordar com os grupos anti-Emo, por terem uma orientação sexual questionável. Os emos sofrem muito por agressões verbais e físicas, discriminação em escolas e em locais públicos, insultos, desconfiança, exclusão, dentre vários tipos de preconceito.

Lolitas!

Gothic Lolita ou "GothLoli",é uma moda urbana japonesa popular entre adolescentes e jovens adultas que vestem roupas inspiradas, em sua maioria, pela moda vitoriana, rococó ou edwardiana e freqüentemente tentam imitar a aparência de bonecas de porcelana ou princesas. A origem do gosurori é uma combinação da moda lolita – que envolve tentar parecer ‘fofa’ ou meiga a ponto de parecer infantil – e certas características da moda gótica.
O estilo pode ser descrito como "inocente" mas existem excepções dependendo das características de cada lolita em questão. Há também certa preocupação com parecer infantil, elegante ou modesta, evitando uma imagem adulta, sexualizada (dependendo do estilo da lolita) ou vulgar. Saias rodadas no comprimento do joelho, em forma de sino, renda de boa qualidade, decote alto, cabelos cacheados e/ou acompanhados de uma franja recta e tecidos pouco brilhantes.


Gothic Lolita é uma das subcategorias do visual Lolita (Loli). O gothic lolita talvez não possa ser considerado como uma subcultura propriamente dita já que não existe uma ideologia ou um credo comum a todas, um padrão de comportamento, nem música ou arte específicas a serem apreciadas - mas acima de tudo lolitas não são criaturas necessariamente grupais, que buscam socializar com outras lolitas. Sendo assim individualistas, não há como classificá-las como uma tribo.
Outras categorias incluem Classic Lolita mais tradicional, contando com estampas florais, cores mais claras e mais sofisticadas, e com ar mais ‘maduro’. 
Sweet Lolita: tons pastéis, temas angelicais, renda, laços e flores.
 Ero Lolita: que usa cinta-ligas, saias mais curtas, corsets e babydolls.
 Country Lolita: abusando de estampas quadriculadas e florais para criar o efeito meigo e campestre.
 Punk Lolita: usa de corsets, tecidos em xadrez, estampas com caveiras
 e Gurorori: com temas mais mórbidos e obscuros, incluindo muitas vezes tapa-olho, bandagens e sangue falso.
O estilo Lolita teve grande influência de bandas de rock que adotavam o estilo de Visual Kei. Embora algumas pessoas também enquadradas no estilo Lolita não tiveram grande aceitação a essa influência da música, pois tiveram varias pessoas que viraram Lolitas por serem fãs das bandas. Essas Lolitas então foram taxadas de BANDGIRL.
Não existe música apesar de Mana Sama (guitarrista da banda MOi dix Mois) ter divulgado ainda mais a moda com sua grife "Moi Même Moitié" = “Minha Mesma Metade”.
Segundo entrevista com menbros de outras tribos, as Lolitas reunem-se em docerias, fazem piqui-niques, encontros com chás entre outros. Não encontramos nem uma Lolita para poder conhercer um pouco mais desse estilo.

TRIBOS URBANAS

                       “Diga me com quem andas que direi quem Tu és”

Atualmente, não só no Brasil, mas em boa parte do mundo ocidental, vivemos rodeados de tribos urbanas. Tribos essas que são formadas através de ideologias, estilo de roupa e principalmente gosto musical em comum.

 

A tribo, para alguns de seus integrantes, é bem mais que um simples ajuntamento. É uma família, um local de refúgio, um objetivo de vida. Muitas das vezes, o integrante busca em sua tribo uma fuga para seu problemas pessoais, um numero maior de amigos, um grupo onde possa expressar seus sentimentos e idéias, ou até mesmo extravasar sua raiva e ódio (tribos mais radicais).

Punks

Algumas tribos sofrem preconceito e uma má interpretação por parte da sociedade, por adotarem um visual diferente, exemplo: Rockeiros, Emos, Hippies, Punks, Skinheads e outros. Vale Ressaltar que nas cidades grandes, as tribos são mais nítidas e originais. Mas em cidades menores alguns jovens, são influenciados pelas chamadas “modinhas”, onde em um dia o individuo ouve Sertanejo e se veste no estilo country, mas no dia seguinte se torna um adepto do Hip Hop, passando a usar roupas largas e bonés de aba reta.

Geralmente esses jovens tendem a ser indecisos em sua vida cotidiana, são jovens que apenas seguem o fluxo, sem se perguntar qual o real motivo por estarem participando de alguma tribo. Por esse mesmo motivo são publico alvo da mídia de massa, por serem facilmente influenciados e engajados em um novo grupo que possa render lucro a mesma.

As famosas “Modinhas”

Mas afinal, qual o papel desses grupos dentro da sociedade? As tribos urbanas mostram com clareza a liberdade de expressão, e isso é muito bom. Mas por outro lado dividem significantemente a juventude.

 

São cada vez mais comuns conflitos entre os grupos urbanos, principalmente entre Punks e Skinheads, e outros grupos que divergem muito em suas opiniões…Um exemplo bem brasileiro são as brigas de torcida durante jogos de futebol.

 

A solução para tais conflitos é que cada tribo viva segundo a sua ideologia, deixando de lado a violência e respeitando a opinião, os gostos e o estilo de vida de outros grupos, para que assim as tribos possam viver em paz, mesmo tendo discordância entre si.

 

 

Rodeadas de códigos e normas, estudadas por sociólogos e psicólogos, mal entendidas por muitos, crescendo e se multiplicando, mudando hábitos, costumes e práticas sociais, aí estão as tribos urbanas que podem ser caracterizadas como um fenômeno juvenil dos grandes centros e que, dia após dia, ampliam sua atuação e aumentam seus adeptos. Do que se trata?

Estamos acostumados a ver jovens “normais” em nossas comunidades e/ou cidades. O máximo do diferente é alguém com um corte de cabelo não comum, ou com uma calça jeans toda rasgada, ou ainda, jovens com roupa de cor exótica e cheios de correntes, pulseiras, botons, anéis etc. Isso não parece preocupar. No máximo, causa espanto e é motivo de gozação.

Porém, por enquanto, essa atitude é característica de nossas cidades pequenas. Nos grandes centros urbanos (e o mundo se urbaniza cada vez mais), o diferente já se organiza, tem normas, leis, códigos, adeptos...

Cedo ou tarde, este fenômeno da juventude moderna chegará até nós. É importante que conheçamos as razões de tal fenômeno para sabermos agir diante dele.

Punks, Skinheads, Rappers, White Powers, Clubbers, Grunges, Góticos, Drag Queens. Estes são apenas alguns grupamentos juvenis, chamados pelos sociólogos de “tribos urbanas”, encontrados diariamente nos grandes centros. As “drag queens”, tipo considerado o mais exótico, são na verdade homens vestidos de mulher. Duas diferenças básicas as distinguem dos travestis: não se prostituem nem modelam seus corpos com silicone ou hormônios. Ser drag significa dar vida a um personagem. Eles se preocupam com a moda, possuem uma linguagem específica e brincalhona, são irreverentes e apreciam os gêneros musicais contemporâneos. Podemos dizer que esse jeito, toda essa brincadeira, essa festa, característica das Drag Queens, vem como uma resposta a uma série de dificuldades sociais importantes.

Os Grunges, filhos legítimos da recessão mundial, nasceram em Seatle, nos Estados Unidos, e são caracterizados pela sua indumentária: bermudão abaixo dos joelhos, tênis sujos, barbichas, calças rasgadas etc. Eles transformaram o desleixo numa provocação aos “mauricinhos” e “patricinhas” (filhos de papai).

Ainda existem outros, como os Rockabillies, que amam o rock dos anos 50 e usam enormes topetes; os góticos, que cultuam as sombras e adoram poesias românticas, além dos hippies, rastafaris, metaleiros etc.

Há também as tribos pós-punk que são as mais temidas devido à sua agressividade. Entre elas estão os Carecas (skinhead brasileiro) e os White Powers (Podes dos Brancos). Ambas as trios são racistas, têm tendências nazistas e detestam homossexuais. Atualmente os punks não são encontrados com facilidade, mas ainda existem alguns grupos.

A origem de todas essas manifestações parece ser a contestação. A violência, a apatia, desleixo, a festa e a anarquia são as formas de contestação do mundo pós-moderno, dizem os sociólogos.

Sentimento de vazio

Ao analisarmos, perguntávamos o que tem por trás desse estilo de vida? Olhando a história, percebemos que muitas manifestações de repúdio e revolta com os padrões dominantes se deram de uma forma muito semelhante a esta, os Hippies, por exemplo.

Porém ficaram outras duas questões:

- Este fenômeno é um modismo, simplesmente?
- E estes jovens são assim para si ou para os outros, isto é, vestem-se e agem assim por convicção ou são assim para serem vistos e notados numa cidade/sociedade onde o anonimato é o maior medo?

Acredito que a morte da identidade pessoal promovida pela sociedade moderna e seus aparatos não é o fim. Ainda há, na alma do jovem, a capacidade de resistir e contestar, mesmo que à margem do normal, na contramão da sociedade.

Acredito que o sentimento de vazio e de descontentamento vivido pelo jovem de hoje pode levar a uma resistência diante do mundo opressor, massificador e despersonalizador.

Acredito na pluralidade de opções e de estilos de vida, desde que acima de tudo esteja a vida, a liberdade, a felicidade, a construção (ou re-construção) da pessoa, não importa se ela esteja de calça azul-marinho e camisa branca ou com um macacão cor-de-abóbora da cabeça aos pés.

História Dos Skinheads

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Em 1958, na Jamaica, artistas começam a misturar a música negra americana com os estilos tradicionais da ilha. Essa mistura de ritmos foi evoluindo até se converter no que se denominou SKA. Esse ritmo tinha duas características principais: a forma energética como era dançada e os RUDE BOYS , que não eram bem aceitos perante a sociedade por suas ligações com o mundo marginal, pelas confrontações com a polícia, e pelo consumo excessivo de maconha. O rude boy pode ser considerado o primitivo skinhead pelo seu modo requintado de vestir-se, imitando seus ídolos de filmes de gangster.

Em 1962 a Jamaica consegue independência da Grã-Bretanha à que se segue uma etapa de festa na qual se desenvolve o ROCKSTEADY e posteriormente o REGGAE. Também durante esse período, muitos jovens jamaicanos emigraram para a Grã-Bretanha e com eles a sua música. Estes rude boys juntaram-se aos MODS, que eram jovens amantes da música negra. Esses últimos iriam sofrer a era do hippismo que percorreu a classe média no final da década de 60. Dessa forma os mods desapareceram como movimento juvenil massivo na década de 70, porém os mais fiéis seguidores da música negra e principalmente os que pertenciam a famílias de classe operária rejeitaram essa onda, e passaram a serem denominados HARD MODS.

Rude boys e hard mods misturavam-se nas ruas, pubs e festas e como fusão de ambas as culturas surgiram os SKINHEADS. Devido ao sucesso da Inglaterra no mundial de futebol de 1966, muitos jovens começaram a ir aos estádios. Logo nasceram as torcidas e explodiu a violência entre elas. Nas bancadas viam-se cabeças raspadas brancas e negras juntas, pois os skinheads participaram do nascimento dos HOOLIGANS.

Na parte musical, o SKINHEAD REGGAE, como é conhecido o reggae original muito ligado aos skinheads, começa a tocar com força nas paradas inglesas. Porém, por volta de 1971, o reggae segue caminhos que não interessam muito aos skinheads, que então concentram-se no ska.

O movimento skinhead que tomara força (devido em parte à sua oposição aos hippies, que consideravam filhinhos de papai da classe média e afastados da realidade social) foi enfraquecendo junto ao ska e outras músicas jamaicanas. Em meados dos anos 70 o movimento apenas se encontrava em âmbitos reduzidos. Nessa época, enquanto o desemprego e a desesperança cresciam, surgia um novo estilo de música, o PUNK ROCK, que infectou as ruas e criou um estilo de vida próprio, nasceram os PUNKS. Os skinheads logo se interessaram por este novo estilo musical e fizeram-se os mais fiéis seguidores junto dos punks. Os skins mudaram o seu visual fazendo-o mais rebelde e provocativo (nascem os BOOTBOYS) afastando-se das suas origens jamaicanas. Pode-se dizer que há dois tipos de skins, os do “spirit of 69” e os da era punk.

O Punk logo perdeu aquele espírito de rebelião que teve ao nascer. Porém, em 77 apareceu uma nova geração de grupos como SHAM 69, ANGELIC UPSTARTS, BLITZ, CRASS, INFA RIOT, etc. O então jornalista de “Sounds” Garry Bushell foi praticamente o único a escrever sobre esta música, conhecida nas ruas como street punk ou reality punk, e denominou-a OI! inspirado no tema Oi! Oi! Oi! do COCKNEY REJECTS. Pela primeira vez dava-se oportunidade aos skins para fazerem sua própria música.

A tentativa dos punks e também dos skins de provocarem à sociedade levou a erros como o de "enfeitarem-se" com símbolos nazistas, embora fosse somente para provocar ou ser o mais “mau”. Os partidos fascistas ingleses como o BNP ou National Front aproveitando este exibicionismo punk e skin, e espalhando confusas mensagens nacional-socialistas para os operários, conseguem desligar grande parte de skins e punks (esses últimos em menor medida) e assimilá-los na ultradireita. Aliás, estes partidos eram os únicos a ver os skinheads como indivíduos com valor e pareciam dar-lhes um futuro, pois a sociedade via os skinheads como corja de classe operária sem valor e que só causavam danos à sociedade. A National Front consegue que as suas juventudes fascistas se vejam refletidas na estética skin (cabelo curto, botas,...) e acabam adotando-a em 1980-1981 (também havia nazi-punks, mas foram em menor número, pois a sua imagem não ficava bem com as suas idéias). Tudo isso foi apoiado pelos meios de comunicação que se importavam mais com o sensacionalismo do que com a veracidade das notícias.

Muitos skins opuseram-se a isto, tendo idéias opostas aos nazistas, nascendo assim os REDSKINS. Ao passar do tempo, eram mais os nazistas a se disfarçarem de skins, em boa parte devido aos meios de comunicação que espalharam esta falsa imagem dos skins por todo o mundo. Havia uma pequena cena rock nazista capitaneada por Skrewdriver. A música que faziam era basicamente a mesma que Oi!, mas as bandas preferiam frisar a diferença com o Punk em geral empregando o termo R.A.C. (Rock Against Comunism = Rock Contra o Comunismo).

Criaram-se então, associações para espalhar e divulgar a autêntica imagem skinhead. Em 1988 nasceu S.H.A.R.P. (Skin Heads Against Racial Prejudice - Skinheads Contra o Preconceito Racial)) promovida por alguns grupos anti-racistas de skinheads norte-americanos. S.H.A.R.P. é uma organização apolítica com os únicos princípios de anti-racismo e antifascismo. Em 1993 como conseqüência de um incidente provocado por supostos membros da S.H.A.R.P., cria-se em Nova York o R.A.S.H. (Red & Anarchist Skin Heads) formada por skinheads anarquistas e comunistas, renunciando ao apoliticismo da S.H.A.R.P.

Perguntas E Respostas Sobre O Black Bloc

8 de junho de 2013 às 17:45

Black Bloc

 

 

Tabela de conteúdo

 

  • 1 O que é um Black Bloc?
  • 2 O Black Bloc é uma organização?
  • 3 Por que um Black Bloc?
  • 4 Onde surgiu a idéia do Black Bloc?
  • 5 Quantos são os exemplos de Black Bloc anteriores na América do Norte?
  • 6 Todos os Black Blocs destróem a propriedade?
  • 7 Por que os membros do Black Bloc usam máscaras?
  • 8 Quantos anarquistas participaram da “Batalha de Seattle”?
  • 9 Em que tipo de atividades eles estavam envolvidos?
    • 9.1 Os anarquistas estavam envolvidos nas seguintes atividades:
    • 9.2 Táticas e estratégias:
      • 9.2.1 Libertação:
      • 9.2.2 Corrente de força:
      • 9.2.3 Máscaras:

 

O que é um Black Bloc?

É um coletivo formado por indivíduos e grupos de afinidade anarquistas, que se unem para uma ação. A substância do Black Bloc muda de ação para ação, mas os objetivos principais como mostrar solidariedade frente à violência do Estado policial e dirigir uma crítica do ponto de vista anarquista, continuam os mesmos.

 

O Black Bloc é uma organização?

Algumas pessoas têm a falsa impressão de que podem entrar na “Organização Black Bloc”. Não existe uma organização fixa do Black Bloc entre os protestos. Existe o movimento anarquista que sempre esteve lá (há mais ou menos um século). Você pode encarar o Black Bloc como um coletivo temporário de anarquistas, que fazem parte de um todo numa passeata ou num protesto.

 

Por que um Black Bloc?

Existem vários motivos para justificar porque alguns anarquistas formam um Black Bloc nos protestos. Essas razões incluem:

  1. Solidariedade - um número massivo de anarquistas providenciam cobertura contra a repressão policial e demonstram os princípios da solidariedade da classe trabalhadora;
  2. Visibilidade - o Black Bloc como a parada gay;
  3. Idéias - um forma de apresentar o ponto de vista anarquista ao protesto;
  4. Ajuda mútua e livre associação - mostra o exemplo de como grupos de afinidade podem formar um grupo maior e articular os objetivos em comum;
  5. Autonomia - um método para impulsionar o movimento além do mero reformismo e dos apelos ao Estado para remediar a injustiça.

 

Onde surgiu a idéia do Black Bloc?

Black Blocs na América do Norte surgiram na época da guerra do golfo(1991). Foram inspirados pelo movimento autonomista alemão da década de 80. Esse movimento era conhecido pelas batalhas urbanas travadas com a polícia, mas também por mostrar uma alternativa radical aos outros movimentos de protesto.

 

Quantos são os exemplos de Black Bloc anteriores na América do Norte?

O Black Bloc não foi inventado em Seattle. Numerosos Black Blocs aconteceram na década de 90. Um dos maiores foi o do ano passado, no Millions For Mumia, o qual tinha entre 1500 e 2000 manifestantes. Esse foi um bom exemplo de um Black Bloc não-violento, o qual tinha como objetivo demonstrar a sua solidariedade com Mumia Abu-Jamal e, lembrar a “esquerda” do movimento, que nós existimos (de fato, vários artigos pós-M4M da imprensa esquerdista ignoraram completamente a presença anarquista do Millions For Mumia).

Uma breve lista de notáveis Black Blocs:

  • 1992- Washington D.C., Black Bloc no protesto anti-guerra do golfo. Janelas do Banco Mundial destruídas.
  • 1992- San Francisco, Black Bloc protesta contra os 500 anos de exploração e genocídio promovidos pelo primeiro mundo.
  • 1999- Philadelphia, 24 de abril, 1500-2000 anarquistas marcham no Black Bloc durante o Millions For Mumia.
  • 1999- Seattle, 30 de novembro, Black Bloc se engendra na destruição do distrito financeiro central.
  • 2000- 16 e 17 de abril, o Bloco Revolucionário Anti-Capitalista (RACB) participa dos protestos anti-FMI/BM, em Washington D.C. Entre 700 e 1000 anarquistas participaram no A16.
  • 2000- Primeiro de maio, Black Blocs em Nova York, Chicago e Portland.

 

Todos os Black Blocs destróem a propriedade?

Depende. O Black Bloc de Seattle, que marchou no dia 30 de novembro, nos protestos anti-OMC, foi o mesmo que colocou os Black blocs nos radares nacionais e internacionais. Eles se engendraram em uma variedade de atividades, inclusive destruição de propriedade. Isso não foi um vandalismo adolescente sem sentido – foi feito por razões políticas. Aliás, os membros do Black Bloc N30 não vinham todos de Eugene, Oregon.

 

Por que os membros do Black Bloc usam máscaras?

No ano passado, houve uns poucos e ingênuos pedidos liberais para que os anarquistas tirassem as suas máscaras. Aliás, existem muitos anarquistas do Black Bloc que nem sequer usam máscaras durante os bloqueios e ações. Esses são, por assim dizer, os camaradas “aparecidos”. Anarquistas usam máscaras por muitas razões. A principal é o reconhecimento feito posteriormente pela polícia (que filma os ativistas e cria uma ficha para cada um deles). A polícia faz isso mesmo quando existem leis proibindo (vide red squads). Máscaras promovem anonimato e identidade comum. E também protege aqueles que querem se engendrar em atos ilegais e escapar, para depois lutar em outros dias.

 

Quantos anarquistas participaram da “Batalha de Seattle”?

Se você lê a maioria dos artigos da mídia convencional, você será levado a acreditar que havia 50 anarquistas em Seattle, que vieram só para quebrar janelas. De fato, as estimativas dos conservadores mostram 4000 anarquistas participantes das atividades. O número verdadeiro é difícil de ser determinado, uma vez que não foi feito um levantamento da quantidade de participantes. Você simplesmente não pode contar qualquer camarada vestido de preto como sendo um anarquista. A maioria deles vinham da costa oeste dos EUA, mas também da América do Norte inteira. Uns poucos vieram do Reino Unido.

 

Em que tipo de atividades eles estavam envolvidos?

Sim, anarquistas estavam envolvidos na destruição de propriedade, mas essa era só uma pequena fração do envolvimento anarquista nas atividades do N30. O engraçado é que, os mesmos anarquistas que foram repreendidos pela Esquerda por quebrarem janelas, estavam entre as milhares de pessoas que, de uma forma não-violenta, bloquearam a conferência da OMC. Isso fica evidente nos vídeos que mostram o Black Bloc ajudando a bloquear o acesso ao hotel.

A mídia corporativa sempre tem mostrado uma péssima cobertura do trabalho duro, no qual os ativistas se engendram. Eles se concentram em mostrar o espetacular, mas não podem dar a conhecer todo o processo preparatório, etc. Os anarquistas estavam engajados nas atividades dos “bastidores” e do trabalho pesado. As atividades dos milhares d anarquistas envolvidos na organização do N30 fizeram disso tudo um grande sucesso.

 

Os anarquistas estavam envolvidos nas seguintes atividades:

 

Mídia e comunicações: Anarquistas em Seattle armaram uma “hotline”, meses antes do evento. Outros anarquistas estavam envolvidos com o Centro de Mídia Independente e houve dúzias deles que agiram como jornalistas amadores. O CMI tem suas origens no Countermedia, o qual era uma organização mediática anarquista que foi projetada para a Convenção Democrata de 1996, em Chicago. Muitos outros filmaram as manifestações de Seattle e conseguiram realizar um curto filme com as imagens das 24 horas de ações no N30.

Anarquistas construíram sites antes do N30 e da semana anti-OMC...esses sites ajudaram as pessoas a se prepararem para as ações, a se comunicar e a se auto-educar. Vários sites conseguiram uma cobertura contínua das ações e arquivaram a cobertura da mídia convencional também. Alguns anarquistas escreveram colunas para os jornáis, especialmente Geov Parrish, que cobriu o N30 para o Seattle Weekly e Eat The State.

Treinamento e planejamento das ações: Anarquistas ajudaram no treinamento não-violento e aprenderam com ele também. Um dos coordenadores principais da não-violência era o DAN (Direct Action Network), o qual conta com o apoio anarquista.

Cultural: Isso ficou mais evidente nos marionetes que estavam presentes na semana anti-OMC, em Seattle. Alguns deles foram feitos pela Art and Revolution Convergence, um grupo da Bay Area. Muitos camaradas também viram a maravilhosa bandinha anarquista.

Ação direta: Os exemplos mais óbvios foram os prédios ocupados durante a semana em Seattle. Um desses squats aparece na rede americana TV News. A mídia chefona de seattle também deu grande cobertura dos squats e falou sobre os conflitos causados pela ação direta.

Marcha dos trabalhadores: Anarquistas participaram na marcha, especialmente o contingente IWW (Industrial Workers of the World). A IWW ajudou a desviar alguns corre-corres dos centros comerciais para as ruas ocupadas, onde eles ajudaram a fechar a área ao redor do centro de convenções.

Corpo médico e legal: Isso inclui tratamento dos feridos nos eventos e suporte legal para os presos durante as ações.

Ocupação do centro: Muitos anarquistas ajudaram a impedir o encontro da OMC. Eles ajudaram a bloquear hotéis (onde se encontravam os dirigentes), ruas e cruzamentos. Muitos sofreram os efeitos dos gases e outros foram algemados enquanto bloqueavam as ruas. Mais anarquistas estavam envolvidos nos bloqueios do que na destruição de propriedade, um ponto importante que a mídia convencional e a esquerda “esquecem” de mencionar.

Destruição de propriedade: Sem necessidade de mais comentários aqui...

N30 no mundo: Houve dúzias de eventos no mundo inteiro, dos quais a maioria foi organizado por anarquistas.

 

Táticas e estratégias:

Black Blocs são conhecidos pelo uso de táticas e estratégias que não são conhecidas pelos ativistas tradicionais. Algumas dessas táticas são antagônicas. Outras são ilegais. Mas, foram eficientes nos protestos. Dada a ruptura, promovida pela polícia do Estado, no ativismo tradicional, mais manifestantes deveriam considerar estas táticas como meios para a sua própria proteção e segurança. Elas variam de Black Bloc para Black Bloc. Algumas mais comuns são Libertação e Corrente de Força. Libertação acontece quando quando o Bloco liberta pessoas que não querem ser presas. Isto normalmente funciona se você supera os policiais em número. Também pode funcionar porque os policiais ficam chocados em ver manifestantes tentando soltar e libertar alguém. A corrente de força ajuda o Bloco a manter coesão, e dificulta a tentativa de dispersar os manifestantes. É como uma formação policial, só que mais fluida e orgânica.

 

Libertação:

O ativismo tradicional que envolve desobediência civil tem desenvolvido uma rotina altamente coreografada quando se trata de ser preso pela polícia. Depois, nós vemos exemplos de como a desobediência civil tem se tornado OBEDIÊNCIA civil, na qual os ativistas negociam com a polícia ou mesmo perguntam como ser preso. Sem necessidade de mencionar aqui, nem todo mundo numa manifestação quer ser preso. Dada a propensão da polícia para prender manifestantes por razões arbitrárias- por marchar na rua sem permissão, usar máscaras- uma técnica é necessária para manter os ativistas fora da cadeia. Libertar um manifestante é bem simples: quando um ativista é preso, o Bloco de anarquistas age para livrar aquela pessoa dos policiais. Ás vezes, uma briga é necessária para libertar o ativista, mas se vocês têm o elemento surpresa, podem, normalmente, ser bem-sucedidos porque os policias ficam chocados ao ver que os manifestantes não estão jogando o jogo pelas regras (negociando a sua própria prisão). Libertação funciona em duas situações:

  • quando existem poucos policiais e muitos ativistas envolvidos ou;
  • quando o Bloco supera a polícia em número numa proporção mínima de 3:1 ou mais.

Um ponto importante a ser ressaltado: libertar um preso é um atividade ilegal. Não seja preso tentando libertar alguém ou você vai Ter que enfrentar sérias acusações. É importante pesar os benefícios de libertar a pessoa (isso é difícil de ser feito no calor do momento). Obviamente, libertar uma pessoa é mais importante se essa pessoa fez algo que a levará a acusações hediondas.

 

Corrente de força:

Durante as manifestações, os membros do Black bloc cruzam os braços. Essa ação promove a coesão e a solidariedade nos bloqueios e dificulta as táticas dispersivas aplicadas pela polícia.

 

Máscaras:

Usar máscaras é uma tática tão eficiente que cada vez mais e mais, os departamentos policias estão implementando leis anti-máscaras. A prática do uso das máscaras é controversa dentro dos círculos ativistas. Alguns ativistas criticam o uso de máscaras pois isso contradiz a imagem do ativismo de ser sempre “aberto” e acessível, em outras palavras, “não temos nada a esconder”. Existem várias razões para explicar o uso de máscaras durante uma ação:

  1. para a proteção contra a investigação ilegal da polícia;
  2. para promover anonimato entre o grupo, que protege contra o surgimento e ascenção de um líder “carismático”;
  3. servir como camuflagem para os ativistas engajados em atividades ilegais durante as ações e;
  4. promover solidariedade dentro do Bloco.

 


 

Quem São E De Onde Vêm Os Ciganos?

Caso eles possuam mesmo raízes no Oriente Médio, é provável que tenham surgido alguns milênios antes de Cristo. Qualquer que seja o ponto de partida, sabe-se que eles se deslocaram do Oriente para o Ocidente até chegarem à Europa no fim do século XIV. Nessa época, os ciganos foram perseguidos pela Inquisição, o tribunal da Igreja Católica que julgava crimes contra a fé. Como conviviam tanto com mouros quanto com cristãos, os ciganos oscilavam do paganismo ao cristianismo, o que bastava para serem acusados de heresia. O pior é que os preconceitos em relação à religiosidade, à cultura e ao modo de vida nômade desse povo não ficaram restritos à Idade Média. Séculos mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os alemães mataram cerca de 400 mil ciganos, vítimas da ideologia nazista que defendia uma raça supostamente pura, a ariana, na Europa.

Hoje, calcula-se que existam de 2 a 5 milhões de ciganos no mundo, concentrados principalmente na Europa Central, em países como as Repúblicas Checa e Eslovaca, Hungria, Iugoslávia, Bulgária e Romênia. Durante as andanças pelo mundo, eles influenciaram a cultura de várias regiões. Um bom exemplo vem da Espanha, onde a rica tradição da música e da dança ciganas deu origem ao flamenco.

Migração intercontinentalOs ciganos só chegaram à Europa no século XIV

Não se sabe se os ciganos surgiram na Índia ou no atual Iraque, mas de um desses dois pontos eles rumaram para o Ocidente, chegando à Europa pela região da Armênia, por volta do século XIV. De lá, atravessaram o continente até alcançarem as ilhas britânicas e a península Ibérica. No século XVII, os ciganos já haviam se espalhado por todos os países da Europa e deles seguiram para colônias na América e na África. O documento mais antigo referente à presença dos ciganos no Brasil é de 1574.

 
                                              

CIGANOS

  • SUA ORIGEM
  • SUAS TRIBOS (CLÃS)
  • SEUS HÁBITOS

 ORIGEM

         Há muita controvérsia a respeito da verdadeira origem do povo cigano . Segundo uns seriam eles originários da Índia, outros atribuem sua origem ao Egito; ainda há aqueles que afirmam serem eles descendentes de Caim.

        Na verdade torna-se bastante difícil estabelecer com certeza sua origem, pois trata-se de um povo que além de não possuir linguagem escrita, o que permitiria que ficasse gravada de alguma forma sua verdadeira história, mas também pela maneira como foram perseguidos através dos tempos , é fácil compreendermos que eles tenham procurado envolver-se em um clima de mistério, até  por uma simples  questão de sobrevivência. Levando-se em consideração também que suas atividades muitas vezes os levavam a trabalhar com magia, nada mais atrativo para despertar  a imaginação do povo do que esta aura de mistério que os envolvia e ainda envolve até os dias de hoje.

 TRIBOS (CLÃS)

         Na verdade, de concreto, sabemos que os Ciganos (ROM, o homem cigano; ROMLI, a mulher cigana) agrupam-se em 7 (sete) grupos ou famílias:

  • KALDERASH
  • MOLDOWAIA
  • SIBIAIA
  • RORARANÊ
  • HITALIHIÁ
  • MATHIWIA
  • KALÊ

HÁBITOS

 (A cultura Cigana nos oferece belos exemplos, que infelizmente a nossa cultura dos não ciganos (GAJE , homem não cigano; GAJI, mulher não cigana) parece ter esquecido nos atropelos da vida moderna. Dentre eles destaca-se o respeito e amor aos mais velhos, o amor e cuidados com as suas crianças, o sentimento de família. Para eles o velho representa a fonte de sabedoria e experiência que deve ser ouvida e acatada. A criança representa a possibilidade de continuidade, a certeza da preservação de sua cultura. Certamente não encontraremos um velho cigano em um asilo, nem tão pouco uma criança cigana em um orfanato, sequer abandonada pelas ruas. Uma cigana nunca pratica voluntariamente o aborto. O casamento para o Cigano representa a garantia da preservação. Um casamento entre o povo cigano é sempre muito comemorado, pois representa uma oportunidade de reunião e de alegria; não devemos esquecer que o cigano é acima de tudo um povo alegre, que gosta de dançar, de festejar. Geralmente). atribuímos ao povo cigano o Dom de ler a sorte através das cartas (cartomancia) ou da leitura das mãos (quiromancia),  mas eles são um povo com uma habilidade privilegiada para a música. Muitos músicos famosos eram ciganos.

Aqui no Brasil tivemos muitos ciganos que para cá vieram  no início da colonização e além de alegrarem a corte aqui instalada com sua música, também muito contribuíram para a nossa expansão territorial, participando das entradas e bandeiras que desbravaram nosso território. Não fossem eles nômades e andarilhos. Dizem que um de nossos presidentes, aliás aquele que nos tempos modernos mais se envolveu com o abrir estradas e conquistar  o nosso próprio espaço era de origem cigana.

     Antigamente os ciganos viviam sempre em barracas e viajavam em caravanas; atualmente muitos deles tornaram-se sedentários, talvez até pelas contingências da vida moderna, mas mesmos estes procuram de vez enquanto acampar, para de alguma forma preservar uma tradição.o se tem muitos documentos a respeito da história dos ciganos porque como sua língua é ágrafa, sem grafia, não existem registros escritos. A informação nos é chegada através de afirmações orais nem sempre comprovada. 

Somente no final do século XVII é que podemos ver generalizado o degredo de ciganos para o Brasil. Bandos deles, provenientes de Castela, entravam em Portugal. Sua Majestade D. Pedro, rei de Portugal e Algarves, preocupadíssimo com a "inundação de gente tão ociosa e prejudicial por sua vida e costumes, andando armados para melhor cometerem seus assaltos", decidiu determinar, por decreto, que, além do degredo para a África, eles seriam também banidos para o Brasil: "Tendo resoluto que os ciganos e ciganas se pratique a lei, assim nesta corte, como nas mais terras do Reino; com declaração que os anos que a mesma lei lhes impõe para África, sejam para o Maranhão, e que os Ministros que assim o não executarem, lhes seja dado em culpa para serem castigados, conforme o dolo e omissão que sobre este particular tiverem." - Decreto em que se mandou substituir o exílio da África para o Maranhão, in F.A. Coelho, Os Ciganos de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892.

Esta resolução real foi estabelecida em 1686, mas a história dos ciganos no Brasil teve início realmente quando, em 1574, durante o reinado de D. Sebastião, o cigano João Torres veio degredado para o Brasil com sua mulher e filhos por cinco anos. 

A Metrópole despejou seus "criminosos" nas terras coloniais ultramarinas, particularmente no Brasil e África. A colônia, por sua vez, mandou seus elementos indesejáveis e "gentes inúteis" para outras capitanias e continentes.

Em Minas Gerais, a presença cigana é sentida a partir de 1718, quando chegam ciganos vindos da Bahia, para onde haviam sido deportados de Portugal. Na época em que começaram a chegar a Minas Gerais havia neste estado um movimento muito importante com objetivos de progresso e ideais de independência. Como essas idéias não estavam consoantes com os ciganos, eles não eram bem vistos, sendo considerados inúteis à sociedade, vândalos, corruptores de costumes. Só começaram a ser vistos de outra forma quando passaram a comerciar escravos pelo interior do país. Esta atividade proporcionou uma maior aceitação e mesmo valorização social dos ciganos, já que passaram a exercer um trabalho reconhecido como útil por grande parte da população. Alguns ciganos tornaram-se ilustres, patrocinando até festividades na Corte.

No Rio de Janeiro, nos anos de 1700, os ciganos se estabeleciam nas cercanias do Campo de Santana. Suas pequenas casas, guarnecidas de esteiras ou rótulas de taquara, cercam o campo, dando origem à chamada Rua dos Ciganos (da Constituição). Os ciganos festejavam Santana, a quem chamavam de Cigana Velha. 

Nas últimas décadas, pesquisadores concluíram que os ciganos no Brasil estão divididos em dois grandes grupos: Rom e Calon.

O grupo Rom é dividido em vários subgrupos como os Kalderash, Matchuara, Lovara e Tchurara. 

Do grupo Calon, cuja língua é o caló, fazem parte os ciganos que vieram de Portugal e Espanha para o Brasil. São encontrados em maior número no nordeste, Minas e parte de São Paulo. 

A Constituição de 1988 quase teve um artigo específico para os ciganos estabelecendo o respeito à minoria cigana. O então deputado Antonio Mariz propôs emenda proibindo discriminação étnica ou racial. 

Mesmo assim, os ciganos estão abrangidos pela grande proteção dada pelos artigos 215 e 216 da Constituição, que manda preservar, proteger e respeitar o patrimônio cultural brasileiro, o qual é constituído pelos modos de ser, viver, se expressar, e produzir de todos 
os segmentos étnicos que formam o processo civilizatório nacional. 

Como toda minoria étnica (religiosa ou lingüística), os ciganos têm direitos importantes. O primeiro deles é o direito de não ser objeto de discriminação. 

Afinal, um povo fascinante, amante da natureza, que sabe respeitar suas crianças e seus anciãos, que conserva suas origens e tradições apesar de toda perseguição e barbaridades sofridas, merece ser respeitado.

Não adianta amarmos nossas entidades ciganas, promovermos festas em sua homenagem, se não tivermos um mínimo de respeito e consideração por sua raça.

 Localização Geográfica do Brasil

 

O Brasil localiza-se no continente da América do Sul e é o maior e mais importante estado deste continente. A sua capital é Brasília e possui uma área de 1173393 hectares ,com uma população estimada em 1.015.889 habitantes. A sua dimensão é de : no sentido norte - sul 4.345 Km, e no sentido leste - oeste de 4330 Km. A maior parte da população vive junto ao litoral atlântico, particularmente nas grandes cidades como Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, e Porto Alegre. Ocupa o 5º lugar entre as mais importantes nacionalidades do mundo, no ponto de vista do território, logo a seguir á U.R.S.S., ao Canadá, á China e aos Estados Unidos da América. Possui quase metade (47.3%) da superfície da América do Sul e faz fronteira com quase todos os países deste continente, com excepção do Chile e do Equador. a oeste da ponta de Seixas, no estado do Paraíba á cabeceira do Rio Moa, afluente do Juruá.

 

 

 

 

Fazem fronteira com o Brasil ao norte Guiana Francesa Surinane, Guiana, Venezuela e Colômbia; a oeste, Perú e Bolívia; a sudoeste, Paraguai e Argentina; e ao sul o Uruguai. O Equador e o Chile são os dois únicos países sul-americanos que não possuem fronteira com o Brasil, e os 7.3657 Km da costa leste são banhados pelo Oceano Atlântico.

No planisfério consta que o seu contorno leste corresponde à curva côncava da parte oeste da África, segundo a teoria de movimentação dos continentes.

 

Atenção: Você tem de responder todos os testes para obter o resultado correto.

 

1) Quanto à questão climática, dentre os elementos mais importantes, temos a temperatura. O mapa do Brasil a seguir representa:

  as maiores médias obtidas no país;
as mínimas absolutas;
as amplitudes térmicas;
as máximas absolutas;
que a máxima variação é inferior a 11ºC.

2) A dinâmica atmosférica, muito intensa, torna a previsão do clima sempre difícil. Entretanto, os recursos tecnológicos disponíveis hoje em dia, como radares, fotos de satélite e programas de computador, permitem-nos prever o tempo com um elevado grau de acerto. Dentro desse instrumental, destacam-se as fotos de satélite.



A foto acima, obtida às nove horas de 2/4/2001, permite-nos afirmar que:
  todo o território nacional está sujeito a instabilidades;
apenas na porção nordeste é que se podem observar pancadas de chuva;
há uma frente fria localizada entre Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul;
o tempo encontra-se nublado no interior da Bahia;
o tempo é claro na região serrana gaúcha.

3) Fazia tempo que um fenômeno climático global não influenciava o clima da maneira como o fez na década de 90. Esse fenômeno já era conhecido desde os tempos dos colonizadores espanhóis e foi tratado por muitos anos apenas como uma corrente marítima. Nos últimos anos, entretanto, percebeu-se a amplitude de sua ação, provocando desde secas na Indonésia e alta Amazônia, até tempestades tropicais violentas na América Central e Sul dos EUA. No Brasil, ainda não se sabe ao certo, ele teria sido responsável pelas violentas enchentes ocorridas no Sul, bem como pelas secas do Sertão do Nordeste. Estamos falando do(a):
  fenômeno El Ni�o;
fenômeno La Ni�a;
frente intertropical;
baixa do Chaco;
efeito Coriolis.

4) A formação vegetal mostrada na foto abaixo é:
  observável em todo o território nacional;
apenas no centro-sul do país;
uma formação heterogênea de grande riqueza florística;
observável também nas chapadas do Nordeste;
a mais meridional formação vegetal brasileira.

5) Quanto ao conceito de domínios morfoclimáticos e ao mapa abaixo, é incorreto afirmar:
  Trata-se de conceito-síntese, isto é, procura agregar as características de relevo, clima, vegetação, hidrografia e solo num só critério.
Há áreas indefinidas, observadas em branco no mapa, que constituem faixas de transição; nelas os elementos naturais se misturam.
O domínio de maior extensão é o amazônico; o de menor extensão é o das pradarias.
Apenas um domínio é exclusivamente brasileiro, o domínio do cerrado.
Três domínios são exclusivamente brasileiros, o cerrado, o de mares de morros e o da caatinga.

6) Sobre as bacias hidrográficas brasileiras, é correto afirmar que:
  a mais extensa, exclusivamente nacional, é a do São Francisco, que apresenta no Nordeste uma importância fundamental, no que diz respeito a transporte, navegação e irrigação;
a menos extensa em termos territoriais é a do Sudeste, pois abrange apenas os rios voltados para o Oceano Atlântico, partindo dos contrafortes dos planaltos litorâneos;
a mais extensa, dentro da Bacia Platina em território brasileiro, é a do Paraguai, já que abrange toda a extensa região do Pantanal Mato-Grossense;
apenas a bacia de rios secundários do Nordeste possui rios temporários, devido ao clima semi-árido característico daquela região;
a mais extensa, tanto no âmbito nacional como sul-americano, é a Bacia Amazônica, que possui ainda o rio mais extenso e mais volumoso do mundo.

7) A foto que se observa abaixo mostra a produção de sal no Rio Grande do Norte. Analisando-a e tomando por base seus conhecimentos, assinale a alternativa correta:

  é preciso que a área de exploração seja montanhosa, para facilitar o acúmulo do sal;
é preciso que a área seja plana e próxima do mar, para facilitar o aprisionamento da água e facilitar a evaporação;
é preciso que o ambiente seja quente e úmido, a fim de facilitar a evaporação da água do mar e a formação dos cristais de sal;
as salinas devem estar distantes do mar, para evitar que as marés diluam o sal;
o ambiente, além do calor, deve ser calmo, sem ventos, pois estes atrapalhariam a evaporação da água do mar.

8) A forma de relevo mostrada na foto abaixo:

  não se encontra na paisagem brasileira;
na América do Sul, só se encontra no sul do Chile e se relaciona à erosão glacial;
é uma barreira sedimentar, comum no litoral do Nordeste;
é uma restinga, como a que separa a Lagoa dos Patos do Oceano Atlântico;
só aparece no litoral meridional.

9) A foto apresenta o ponto culminante da Ilha de Fernando de Noronha, com 321 metros. Trata-se de uma agulha fonolítica diaclasada, o que significa que ela é de origem:

  vulcânica;
sedimentar;
cristalina;
metamórfica;
intrusiva.

10) O relevo da Região Centro-Oeste do Brasil apresenta uma enorme diversidade. Segundo Jurandyr Ross, há muitas unidades de relevo nessa região que guardam uma característica comum: a altitude média baixa. Os pontos mais elevados encontram-se em Goiás, nas proximidades do Distrito Federal, mais precisamente ao norte dele, na Chapada dos Veadeiros, que chega a atingir 1960 metros. Do lado do Mato Grosso, na fronteira com Rondônia, encontramos outra unidade famosa: a Chapada dos Parecis.

Sua importância está no fato de:
  constituir a unidade de relevo mais elevada do Brasil, com o Pico da Neblina na fronteira dos dois estados, com 3.014m;
apresentar o formato de uma serra verdadeira, a única que se encontra no Brasil;
distribuir-se no sentido norte–sul, separando assim as bacias dos rios Paraguai e São Francisco;
constituir uma extensão da Cordilheira dos Andes dentro do território brasileiro;
distribuir-se no sentido leste–oeste e, com isso, separar as duas mais importantes bacias hidrográficas da América do Sul: a Amazônica e a Platina.

11) Analisando a história econômica da região Centro-Oeste, poderíamos encontrar as seguintes fases:

I. 1600 a 1700: avanço de bandeirantes e disputa dos territórios junto aos espanhóis; construção de fortificações.
II. 1700 a 1750: breve período de exploração do ouro, atraindo populações de garimpeiros e escravos.
III. 1750 a 1940: com o fim do garimpo, a criação de gado torna-se a atividade preponderante e a principal responsável pela ocupação do território.
IV. 1940 a 1960: tentativa do governo federal de estabelecer colônias agrícolas com o intuito de efetivar a ocupação da região.
V. 1960 a 1980: com a inauguração de Brasília, o Centro-Oeste passa a ser procurado para o avanço das frentes agrícolas pioneiras, com destaque para o plantio de soja.
VI. a partir de 1980: crescimento econômico acelerado, apoiado no binômio indústria de bens de consumo duráveis/atividades minerais.

Estão corretas:
  todas as afirmativas;
somente duas afirmativas;
nenhuma das afirmativas;
I, II, III, IV, V;
II, III, IV, V, VI.

12) O ambiente climático amazônico apresenta um grau de homogeneidade bastante alto, afinal em quase todo o território temos clima equatorial superúmido e permanentemente quente. Há, contudo, exceções. Uma delas é:
  a fronteira do Pará com o Maranhão, onde o clima já tende para a aridez;
a ilha do Marajó, onde a influência do oceano traz características tropicais;
o sul de Rondônia e Tocantins e o leste de Roraima, com características tropicais;
o litoral do Amapá, onde a atuação da Massa Equatorial Atlântica traz a aridez do Nordeste;
o extremo oeste do Amazonas, que sofre a ação dos ventos frios que descem da Cordilheira dos Andes.

13) O gráfico abaixo representa o volume de precipitação de algumas cidades famosas do mundo, entre elas, Tóquio. Comparando os dados, podemos afirmar que:

  o clima de Tóquio é o mais úmido do mundo;
o índice de precipitação de Tóquio é próximo do de Nova York, e seus climas devem ser semelhantes;
o índice de Tóquio aproxima-se do de Cingapura, e seu clima também é equatorial;
a atuação da corrente Kuro-Shivo torna a cidade de Tóquio tão seca quanto São Francisco;
o clima de Tóquio é tão frio e úmido quanto o de Londres.

14) A observação da pirâmide etária em 2025 mostra o que será a população do Japão daqui a um quarto de século. Ela será uma população:
  predominantemente adulta, mas bastante envelhecida;
com tendência ao rejuvenescimento, devido à implantação de uma política natalista;
com a estrutura etária típica de um país subdesenvolvido;
semelhante à população do Brasil, um país emergente;
rejuvenescida pelo processo de imigração, que trouxe grande número de elementos jovens.

15) A atual crise econômica vivida pelo Japão e que preocupa outras economias tem como causa principal:
  a queda vertiginosa das exportações japonesas para os EUA, seu grande comprador até 2000 e que agora prefere importar produtos apenas da China;
o crescimento espantoso das exportações dos Tigres Asiáticos, que passaram a disputar com o Japão o mercado europeu;
o fechamento do mercado europeu, antes grande importador de produtos japoneses e que agora defende sua própria produção através de leis protecionistas da UE.
a perda do mercado sul-americano, uma vez que subsidiárias de indústrias japonesas no continente estão suprindo as necessidades do mercado consumidor local.
a retração do próprio mercado interno japonês, preferencialmente poupador, reduzindo a produção de bens de consumo, sem que o governo tenha uma solução em vista, e comprometendo também o sistema bancário.

16) Observe o mapa abaixo e a seguinte linha de raciocínio: se quisermos observar na Europa uma formação montanhosa recente, do período terciário, e uma formação antiga, pré-cambriana, teríamos de viajar por:

  Inglaterra e Bulgária;
Finlândia e Armênia;
Espanha e Itália;
Suíça e leste da Rússia;
Romênia e sul da Rússia.

17) Notícias recentes, divulgadas pela ONU, dão conta de que a Europa precisará, até o ano 2020, de cerca de 11 milhões de migrantes para repor a mão-de-obra necessária para que a economia continue produzindo. Entretanto, os países europeus criam dificuldades para a entrada de novos migrantes. Essa aparente contradição pode ser explicada pelo(a):
  elevação da taxa de natalidade, observada na última década, permitindo a reposição da mão-de-obra;
alto grau de mecanização da economia européia, capaz de suprir o trabalho até mais simples;
medo de que a entrada de migrantes traga concorrência aos trabalhadores locais;
crença de que os migrantes, misturando-se aos europeus, possam descaracterizar suas raças;
aumento da esperança de vida dos europeus, o que lhes permite maior longevidade no trabalho.

18) Em março de 2001, as comunidades alternativas do Brasil receberam a visita de José Bové, agricultor ativista francês que veio participar do fórum de Porto Alegre, uma reunião que tentava fazer um contraponto ao fórum de Davos, na Suíça, onde os países do Primeiro Mundo discutiam os rumos da globalização. Após participar de diversas reuniões e invadir a fazenda de uma multinacional de produtos agrícolas sob pretexto de protestar contra as plantas transgênicas, José Bové acabou sendo expulso do Brasil pela Polícia Federal. Apesar de festejado, não ficou clara a posição do agricultor francês quanto ao seu apoio à política agrícola desenvolvida pelos países europeus, que é:
  promover a livre circulação dos produtos agrícolas, para diminuir os preços;
proteger as produções nacionais européias, através da aplicação de subsídios;
abrir os mercados europeus para a entrada de países do Terceiro Mundo, protegendo os países subdesenvolvidos;
substituir a produção agrícola européia, ainda manual, por máquinas, através do fornecimento de crédito agrícola;
permitir a entrada de produtos apenas de países do Leste Europeu, em crise econômica e necessitados de ajuda.

19) Foi criada em 1944, pouco antes do fim da 2ª Guerra Mundial, reunindo países para unificar mercados e promover a reconstrução no pós-guerra; criado em 1952, preocupava-se em liberar o mercado do aço entre os membros; surgiu em 1957, como resultado da assinatura do Tratado de Roma, com seis membros, em 1973, acresce mais três membros, em 1981, mais um, em 1986, mais dois, em 1995, mais três, num total atual de 15 membros; muda seu nome em 1991 e passa a adotar, a partir de 1999, uma moeda única. Assinale a sequência correta dos nomes das organizações:
  BENELUX; CECA; MCE; UE;
COMECON; CECA; CEE; ECU;
EURO; ECU; MCE; EURO;
EURATOM; Parlamento Europeu; CECA, UE;
COMECON; BENELUX; EURATOM; UE.

20) Analise as assertivas que discutem as formações vegetais do Brasil:
I. Ambiente semi-árido; índices pluviométricos inferiores a 750mm anuais; médias térmicas elevadas, acima de 27ºC; ausência de estação fria.
II. Solos ácidos que impedem o pleno desenvolvimento das plantas, tornando-as baixas e retorcidas, com poucas folhas.
III. Relevo planáltico, fortemente erodido, com predomínio de chapadas sedimentares, com clima tropical semi-úmido.
IV. Presença de coxilhas subtropicais com pradarias e criação extensiva de gado.


Para a formação vegetal do cerrado, estão certas as assertivas:
  I e II;
II e III;
nenhuma;
I, II, III, IV;
III e IV.

VÍDEO II FEIRA DAS REGIÕES BRASILEIRAS -
 
 
 
ATIVIDADE DE 4º BIMESTRE 
 
Projeto
 
CENTRO - OESTE DO BRASIL
 
Brasil: Um país dividido, mas unido
 
.
  
Apresentação
 
 
O referido aluno busca a integração e a valorização para com o nosso país, bem como reconhecer que o Brasil é um dos maiores países em ext. Territorial do mundo e para que sua administração tivesse bom êxito o governo dividiu-o em cinco grandes regiões: Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste. No intuito de resgatar o estudo e o conhecimento, e aspectos naturais e culturais de cada região.
 
 
Justificativa
 
Preocupar com o compromisso de enriquecer os conhecimentos do nosso alunado sobre a divisão regional do Brasil foi que decidimos fazer realizar esta feira de regiões na expectativa de reconhecer as diferenças e os contrastes regionais brasileiros; contudo esperamos uma participação eficaz dos pais, de toda comunidade escolar e população rialmense.
 
Objetivo geral
 
_ Apresentar as cinco grandes regiões em que o Brasil está divido, salientando que essa divisão visa a facilitar o estudo e o conhecimento do país, proporcionando ao alunado uma melhor caracterização que a natureza apresenta no território brasileiro.
 
Objetivos específicos
 
- Nomear os estados e capitais que compõem cada região bem como suas principais características;
- Reconhecer a população, costumes e cultura de cada região;
- Despertar na comunidade escolar o espírito de colaboração, pesquisa e participação;
- Destacar as atividades econômicas, culturais, comidas típicas e recursos naturais.
 
Conteúdo
- Feira de regiões
 
Procedimentos metodológicos
- Danças;
- Artesanatos regionais;
- Preparação de comidas típicas;
- Pesquisas;
- Mapas;
- Materiais concretos;
- Confecções de lembrancinhas;
- Apresentações artísticas regionais.
 
Avaliação
Será feita a avaliação no decorrer da realização do projeto, prestando atenção no desempenho, interesse e participação de cada um que se encontra envolvimento na idealização deste evento.
 
AS REGIÕES BRASILEIRAS 
5.3.1 – Professor: ANDRÉ LUIS LOPES FARIA                    Disciplina:GEOGRAFIA



DIA DA
EXECUÇÃO
 
QUANTIDADE DE AULAS
UTILIZADAS
AÇÕES A SEREM
DESENVOLVIDAS
 
01h/aula
-Apresentação do projeto para os alunos;
 
 
02h/aulas
- Pesquisa na internet sobre o folclore da região Centro-Oeste do Brasil;
-Pesquisa sobre uma música regional para fazer a paródia;
 
01 h/ aula
 
- Reunião com os alunos para escolha das pessoas que irão apresentar, teatro, paródia, frase de caminhão; ditado popular, dança; trazer os pratos típicos, tereré, etc:
 
02 h/ aulas
 
- Elaboração da paródia;
 
 
02h/aulas
- Elaboração da peça teatral “A lenda do saci”;
 
 
01h/aula
-Reunião para discutir sobre o projeto e ensaios;
 
04h/aulas
- Gincana sobre as regiões.
 
 
OS ALUNOS DEVERÃO FORMAR GRUPOS A SEREM SORTEADOS EM SALA E APRESENTAR AS REGIÕES DE NOSSO BRASIL
 
VALOR DO TRABALHO 10,O PONTOS 

REGIÃO CENTRO - OESTE DO BRASIL

 

Centro Oeste Brasileiro

Teixeirinha

Alô, alô meu Brasil grandioso 
Vou convidar o povo em geral 
Pra homenagear nossos irmãos queridos 
Do centro oeste do Brasil central.

Fala: alô maestro Portinho 
Você que é de Rio Grande, tchê 
Segura a nossa homenagem 
Ao centro oeste brasileiro.

Falo no estado do Mato Grosso 
Um dos maiores da federação 
Mato grossenses repartiram em dois 
Os dois são um no meu coração.

Pedaço verde de Brasil grandioso 
A capital do norte é Cuiabá 
A capital do sul é Campo Grande 
Ponta Porá, Jardim e Corumbá

Fala: olha aí da Barra da Graça 
Rondonópolis, Rio Brilhante, Três Lagoas 
Água Boa e Dourados 
Bela Vista, Porto Esperança, Coxim 
Porto Murtinho, Água Clara, Nova Andradina 
Paranhos, Paranaíba, Alto Aragauia 
Fátima do Sul 
No futebol. Cuidado... que o operário e 
Campo Grande vão ser campeão brasileiro.

Minas gerais do Santos Dumont 
Do Tiradentes e do rei Pelé 
Do Juscelino e da pedra preciosa 
Da pecuária e do plantio do café

Eu sou ligado no povo mineiro 
Hospitaleiros eles são demais 
Montes e rios beleza natural 
Como eu te amo Minas Gerias.

Um abraço do Teixeirinha 
Para Diamantina, Ouro Fino, Dianópolis 
Poços de Caldas, Ouro Preto, e para o 
Triangulo Mineiro-Uberaba, Uberlândia 
Governador Valadares, Montes Claros, 
Juiz de Fora, Barbacena, Sete Lagoas, 
Muriaé, Guachupe, Campo Belo, 
São João Del Rey, Rio Pardo, Três Corações 
Terra do rei Pelé, Belo Horizonte 
... Tem Atlético Mineiro aí? 
Tem cruzeirista aí?

Alo Goiás do goiano valente 
Alo Goiânia linda capital 
Salve Trindade a Festa do Divino 
Brasília é a capital federal.

Tem Goiás velha cidade histórica 
Rio Araguaia não posso esquecer 
O Lindomar Castilhos tem razão 
A tua terra é linda de morrer.

Alo Anápolis, Formosa, Morrinhos, 
Rio Verde, Jataí, Araguaia 
Porto Nacional, Pontalina, Vianópolis 
Flores de Goiás, Estrela do Norte 
Itumbira, Dianópolis, Natividade, 
Paracatu, Miaçu e Catalão 
Água Limpa, Goianézia, Jaraguá e 
Outras centenas de cidades do grande Goiás.

... Em Goiânia no futebol tem 
Goianense aí...? 
E viva o querido colega 
E amigo Lindomar Castilho tchê ...

.

 
O critério principal da regionalização proposta por Milton Santos e Maria Laura Silveira foi o “meio técnico-científico-informacional”, isto é, a informação e as finanças estão irradiadas de maneiras desiguais e distintas pelo território brasileiro, determinado “quatro brasis”:</br></br>
Região Amazônica - inclui os estados do Amapá, Pará, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia. Baixas densidades técnicas e demográficas.
Região Nordeste - inclui os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Primeira região a ser povoada, apresenta uma agricultura pouco mecanizada se comparada à Região Centro-Oeste e à região Concentrada.
Região Centro-Oeste - inclui Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do sul e Tocantins,apresenta uma agricultura globalizada, isto é, moderna, mecanizada e produtiva.
Região Concentrada - inclui Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, é a região que concentra a maior população, as maiores indústrias, os principais portos, aeroportos, <em>shopping centers</em>, supermercados, as principais rodovias e infovias, as maiores cidades e universidades. Portanto, é a região que reúne os principais meios técnico-científicos e as finanças do país.</br></br>Palavras-chave: Milton Santos. Maria Laura Silveira. Quatro Brasis. Meio Técnico-Científico-Informacional. Economia. Desigualdade Social. Região Amazônica. Região Nordeste. Região Centro-Oeste. Região Concentrada.
 
 
Atualizado: 28/08/2012
gruta‑do‑lago‑azul‑em‑bonito‑mato‑grosso‑do‑sul.jpg udiviagens.blogspot.com
 
 
 

topicos.estadao- Ave monogâmica, em BonitoMato Grosso do Sul
 
 
 
 


CONHECENDO UM POUCO DA REGIÃO CENTRO-OESTE


A região Centro-Oeste, entre as cinco existentes, é a segunda maior região do país. É constituída por três Estados e o Distrito Federal, são eles: Goiás (capital Goiânia), Mato Grosso (Cuiabá), Mato Grosso do Sul (Campo Grande) e Brasília (capital federal).
O Centro-Oeste ocupa uma área 1 606 372 km2, que supera em extensão a soma de todos os territórios da Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Noruega, Suíça e Reino Unido.

A região Centro-Oeste abriga cerca de 13 milhões de habitantes (18,9% do território nacional) e uma densidade demográfica de 8,26 hab./km2. A população da região possui origem multicultural, em virtude de a mesma ser composta por pessoas vindas de diversas partes do Brasil.

A região Centro-Oeste é muito rica em diversidades naturais, nela são encontradas importantes características vegetais, sendo as principais: o Cerrado, o Pantanal e a floresta Amazônica. Domínios que se destacam por serem considerados patrimônios naturais do Brasil.
 


 
 
 
 
 
 

O Centro-Oeste: abrange ao mesmo tempo parte de duas regiões geoeconômicas, são elas: Amazônia e Centro-Sul. Quanto à localização, essa parte do Brasil é privilegiada, tendo em vista que se limita com todas as outras regiões, além de fazer fronteira com Paraguai e Bolívia.

Atualmente, o Centro-Oeste é uma das regiões que mais cresce no país, fato explicado por melhorias na agropecuária e desenvolvimento industrial, especialmente pelas agroindústrias instaladas.


A MECANIZAÇÃO NO CAMPO



A abertura das fronteiras econômicas na Região Centro-Oeste facilitou a entrada de uma grande quantidade de migrantes, trabalhadores rurais que tinham como objetivo conseguir trabalho nas novas áreas de agricultura e pecuária.

A partir desse fato, alguns migrantes compraram e outros tomaram posse de terras dando origem a diversas propriedades rurais de pequeno e médio porte, geralmente com poucas tecnologias, isso significa que era desenvolvida a agropecuária tradicional, mão-de-obra praticada pela família que cultivava produtos da base alimentar como o arroz, milho e feijão.

Algum tempo depois ocorreu o processo de expropriação dos pequenos e médios proprietários, o fato é explicado, pois grandes latifundiários e grupos empresariais iniciaram a compra de grandes extensões de terras promovendo a concentração fundiária.

Como consequência, a região hoje é uma das que apresenta grande incidência de concentração de terras no Brasil. Outro resultado desse processo foi a falta de trabalho no campo, uma vez que grandes propriedades desenvolviam pecuária extensiva e outras a produção agrícola altamente mecanizada. A escassez de emprego levou milhares de pessoas às cidades próximas, ocasionando assim o fenômeno do êxodo rural.

O processo do êxodo rural ocorrido na Região Centro-Oeste resultou em um rápido crescimento da população que ocupou os centros urbanos e até mesmo fez surgir novas cidades. A chegada intensa da população do campo nas cidades fez com que essas ficassem saturadas em relação à quantidade de pessoas, desestabilizando a estrutura urbana.


O ÊXODO RURAL



Isso significa que, ao ocupar de forma rápida áreas que até então eram desabitadas, o governo não conseguiu disponibilizar a todos os serviços públicos, com isso a população passou a enfrentar uma série de problemas de caráter de infra-estrutura como a falta de saneamento, escolas, iluminação, pavimentação, policiamento entre outros.
O crescimento de bairros marginalizados nas grandes cidades da Região Centro-Oeste acontece porque a oferta de emprego é incapaz de absorver a quantidade de mão-de-obra derivada do campo.

O agronégocio é a principal atividade econômica da região Centro-Oeste. O mesmo engloba as agroindústrias e a produção agropecuária. A última tem se destacado no fornecimento de matéria prima para indústrias de alimentos e de outros setores do Brasil e do exterior, principalmente carne, soja, algodão, milho, cana-de-açúcar e arroz.

A região tem uma participação significativa no cenário nacional quanto à produção agropecuária, uma vez que a cada ano os índices de produtividade se elevam. Isso tem ocorrido em razão de investimentos em tecnologias, especialmente naquelas propriedades de produção tradicional. Os recursos são aplicados na compra de maquinários, insumos agrícolas, e na utilização de mão-de-obra especializada (técnicos) no desenvolvimento das atividades. Em suma, o que tem ocorrido é um processo de modernização maciça do campo na região.
akatu.org.br-plantação de algodão
veja.abril.com.brNa região Centro-Oeste é possível identificar áreas agrícolas que se destacam na produção de determinadas culturas. No Mato Grosso, as culturas que se destacam são: arroz, soja e o milho no norte da capital (Cuiabá); algodão no sul do Estado; e cana-de-açúcar a oeste do mesmo. No Mato Grosso do Sul, nas proximidades de sua capital (Campo Grande), destaca-se a produção da soja e do trigo; no município de Dourados, soja, cana-de-açúcar, milho e arroz; e ao norte do Estado, soja. Já em Goiás, o que se destaca é a produção de algodão, soja, milho e arroz, isso no sudoeste do Estado; no Mato Grosso goiano (centro do Estado) a principal cultura é a cana-de-açúcar.


A PECUÁRIA DO CENTRO OESTE


Historicamente, a região sempre se destacou na pecuária. Ainda hoje, essa atividade possui uma grande relevância para a economia do Centro-Oeste, respondendo pela maioria da renda proveniente do setor agropecuário. A pecuária desenvolvida na região se dedica, principalmente, à criação de bovinos, mas também existem criadores de bubalinos e eqüinos.




ATIVIDADE:
1- Quais os estados e capitais que formam a região Centro-Oeste ?
2- Quais os biomas que estão presentes na regoão Centro-Oeste? Escreva três características de cada vagetação:
3- Atualmente quais são as principais atividades econômicas da região?
4- Quais foram as principais causas para o êxodo rural na região Centro-Oeste?
5- Quais foram as principais consequências para a população e para as cidades com o êxodo rural?
6- Escreva sobre a bacia hidrográfica Tocantins-Araguaia:
7- Escreva sobre a rodovia Transbrasiliana:

 

 

Região Centro-Oeste

 

regiao-centro-oeste-brasil.jpgA região Centro-Oeste faz parte das cinco subdivisões do Brasil. As outras são: região norte, região Nordeste, região sudeste eregião sul. Os estados que compõem o Centro-Oeste são: Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. A soma das áreas dos quatro estados resulta num total de 1.606.371,505 km². Essa área lhe dá o status de segunda maior região do Brasil, em superfície territorial. 

A segunda maior região também é uma das menos populosas. A densidade populacional dela, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é de 8,26 habitantes/km². E mais, de acordo com as estatísticas do órgão, a região Centro-Oeste possui cerca de 14 milhões de habitantes. Se fizermos um paralelo com a região Sudeste, que tem sua população contabilizada em cerca de 80 milhões de habitantes, percebemos o porquê da região Centro-Oeste estar nessa posição, com menos população.

No início do século XVI, o Brasil recebeu os europeus, oriundos de Portugal. Antes, no país, só habitavam os indígenas e as terras não haviam sido tocadas pelo o homem branco. O território onde se localiza a região Centro-Oeste, pelo menos, ainda não. No período da colonização, bem no começo, os lusitanos só podiam se alojar nas terras que pertenciam ao litoral brasileiro. 

O Brasil era dividido em lotes; a parte litorânea era dos portugueses, e eles começavam a explorar, e a outra dos espanhóis. No entanto, os colonos de Portugal decidiram ampliar suas terras e saíram a conhecer e tomar conta de uma região maior. Aventuravam-se em expedições e bandeiras, a fim de descobrir o que mais o território indígena tinha a oferecer.

Na região Centro-Oeste, como dito anteriormente, foram os primeiros habitantes dessa região. Nela, havia muitas minas de ouro que, quando descobertas pelos bandeirantes, começaram a ser exploradas. Desse modo, deram início às primeiras vilas: a Vila Real do Bom Jesus de Cuiabá, território atual da capital do estado do Mato Grosso, Vila Boa, o atual estado de Goiás e a Meya Ponte, pertence, hoje, à cidade de Pirenópolis. 

Uma das primeiras atividades da economia da região foi a criação de gado. Ora, os fazendeiros de Minas Gerais e de São Paulo também criaram grandes fazendas no território da atual região Centro-Oeste. Os grandes coronéis se estabeleceram nessa terra e, até hoje, é possível ver as imensas fazendas nas áreas verdes de Goiás.   

Como estratégia de defesa de nossas fronteiras contra as outras nações, os habitantes da região Centro-Oeste erigiram um forte, chamado de Forte de Coimbra. Essa fortaleza foi edificada onde hoje se localiza o município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Em Goiás, também existe um município de mesmo nome; porém, para que não haja dúvida, o  Forte Novo de Coimbra, como é chamado, está no Mato Grosso do Sul. 

A partir da construção dele, surgiram novos aglomerados e povoados. A população da região Centro-Oeste aumentou, na medida em que novas estradas de ferro, rodovias e hidrovias davam acesso à região. 

O povoamento da região não teria aumentado muito, se não fosse pela transferência da Capital Federal para, vamos dizer, o “centro do país”. Em meados da década de 1950, atendendo a pedidos da época do Brasil Império, iniciariam a construção de Brasília, exatamente no estado do Goiás. 

brasilia-capital-brasilGrande parte da população migrou para a futura capital. Em sua maioria, os nordestinos vieram para trabalhar na construção do antigo sonho de Marquês de Pombal, que desejava a capital no interior do país, e para José Bonifácio, o Patriarca da Independência e idealizador do nome “Brasília”. O presidente do Brasil, na época, Juscelino Kubitschek, tinha o projeto chamado de “Cinquenta anos em cinco”, em que construiria a moderna capital, em pouco tempo – e fez jus ao nome do projeto. Ela foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Começaram as obras em 1955.

Além do povoamento, a nova capital pode contribuir para o desenvolvimento sócio-econômico da região Centro-Oeste, que até então era pouco povoada e com baixas taxas de crescimento. Um exemplo disso é o território que hoje pertence ao estado do Tocantins – a antiga parte norte do Goiás. Ele era de responsabilidade também do governo, fazia parte do território goiano, mas sempre houve maior foco na parte sul. 

A região Centro-Oeste, hoje, conta com um Produto Interno Bruto (PIB) de cerca de R$ 279 bilhões, sendo mais de R$ 100 bilhões só do Distrito Federal – percebe-se a influência que trouxe a Capital Federal para a região. E também possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) elevado, marca 0,815, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

 

 


População da região Centro-Oeste
 
construcao-casa-populacaoPessoas, mais pessoas e carros, mais carros. Essa expressão caberia se estivéssemos falando da região Sudeste, onde tem gente que não acaba mais. Porém, o Centro-Oeste do Brasil é a segunda subdivisão menos populosa, isso, segundo os censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Perceba: as regiões mais populosas são as que se aproximam do litoral, onde começaram a se desenvolver os povoados, por meio da colonização. Enfim, a região Centro-Oeste possui 1,6 milhões km² e nessa imensa faixa de terra, estão cerca de 14 milhões de habitantes. É muita terra para pouca gente. 

O Distrito Federal é uma espécie de retângulo na ponta sudeste do estado de Goiás. Dentro do DF, estão cerca de 2,6 milhões de habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), distribuídos em 30 regiões administrativas (RA). Das RA, a mais populosa é Ceilândia, com 365 mil habitantes, segundo a Companhia do Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan).
 
Como o Distrito Federal é o paraíso dos concursos públicos, esses habitantes mantem uma disputada acirrada das vagas de concursos no DF com pessoas de outros estados.
 
A área total do Distrito Federal é equivalente a 5802 km², aproximadamente. Como é uma cidade planejada, no início, era previsto a capacidade de 500 mil habitantes; porém, hoje, tem-se mais que o dobro. Hoje, apresenta um total de 433 habitantes por quilômetro quadrado. 

O Mato Grosso é o maior estado da região Centro-Oeste: tem uma área total de cerca de 900 mil quilômetros quadrados, sendo o terceiro estado mais extenso do Brasil. A população do estado é, consoante dados do IBGE, de 3.033.991 habitantes, um total de 3,36 habitantes por km² e representa 1,47% da população nacional. Pode ser considerada uma terra pouco habitada, tendo em vista as proporções entre área e população.  A cidade mais populosa é Cuiabá, com 551.350 habitantes.

Mato Grosso do Sul representa em torno de um terço do tamanho do estado de Mato Grosso. Sua área é de 357.124 km² e nela são distribuídos, de acordo com o censo do IBGE, 2.449.331 habitantes, um total de 6,86 habitantes/km². De todas as cidades do estado de Mato Grosso do Sul, a capital, Campo Grande, possui o maior número populacional: 787.204, seguido do município de Dourados, com 196.068 pessoas. 

O estado de Goiás é o terceiro maior da região Centro-Oeste, em tamanho territorial. Ele possui uma área total de 340.086 km². A população de Goiás totaliza, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, seis milhões de habitantes, o que dá um total de 17,65 habitantes por quilômetros quadrados. Em primeiro lugar, no quesito população, está a capital, Goiânia, com 1.301.892 milhões de habitantes, seguido de Aparecida de Goiânia, com 455.735 pessoas.
 
Economia da região Centro-Oeste
 
A região Centro-Oeste tem sua economia baseada no setor da agricultura. Há outros também, como: o extrativismo mineral e vegetal, a indústria e etc. O Produto Interno Bruto (PIB) da região é de cerca de R$ 279 bilhões, isso, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

No segmento da agricultura há o cultivo de milho, mandioca, abóbora, feijão e arroz. Além disso, os grãos que eram plantados nas regiões sul e sudeste também vêm para o Centro-Oeste, que são o café, o trigo e a soja. 

Goiás 


gadoA pecuária é outro setor da economia que é bastante promissor, principalmente na produção da carne bovina. A criação de gado recompensa o Goiás com o terceiro maior rebanho de gado do Brasil. Além da produção de carne, o estado lucra com leite, couro, lã e pele. 

No setor primário, no estado de Goiás, por exemplo, a agropecuária é a principal atividade econômica do local. Embora o cerrado não seja o melhor pasto para o gado, a parte sul de Goiás se mostra bem promissora nesse ramo. Em contrapartida, o solo e a abundância dos recursos naturais da região ajudam no segmento da agricultura. 

A indústria e o comércio atuam juntamente com a produção de alimentos da terra. Após a implantação de agroindústrias na região, Goiás se tornou um dos principais produtores de tomate. Além disso, vale lembrar que o estado da região Centro-Oeste produz, em grandes quantidades, o arroz, o café, o algodão, o feijão, o milho, a cana-de-açúcar, o sorgo, o trigo, o alho, o girassol, o tomate e outros.  

Um dado curioso é que, no ano de 2009, o estado de Goiás produziu 680 mil toneladas de tomate, o equivalente a 22% da safra brasileira. O Produto Interno Bruto (PIB) do Goiás é equivalente a cerca de R$ 65 milhões. 

O motivo da exploração das terras goianas pelos bandeirantes foi a sua  riqueza. Até hoje, o estado de Goiás apresenta essa abundância. O solo é rico em níquel, calcário, fosfato e manganês, bem como ouro, cianeto, esmeralda, nióbio e outros. Essa variedade de elementos gera outra atividade econômica, não tão forte quanto à agricultura e pecuária, que é o extrativismo mineral e vegetal. 

O estado atua no setor secundário por meio das indústrias. As multinacionais têm tomado o espaço econômico e, com isso,  têm fortalecido a economia da região Centro-Oeste. Indústrias como a Mitsubishi, Hyundai e Suzuki Motors.  No terceiro setor, a área de turismo é a que se destaca, pois Goiás possui belas paisagens, ainda não tocadas, bem como suas tradicionais cidades turísticas e festas. Como, por exemplo, a Festa do Divino de Pirenópolis. 

Mato Grosso

Na economia mato-grossense, a agricultura e a pecuária se sobressaem. A agricultura com a exportação de grãos. A soja é o principal cultivo e produto das exportações. Na época colonial, os principais produtos agrícolas eram a cana-de-açúcar, a erva-mate, a poaia e a borracha. A criação de gados era outra comum do período. 

Hoje, focado na questão da exportação de grãos, Mato Grosso possui oito municípios no ranking dos dez mais ricos. São responsáveis por 65% das exportações da região Centro-Oeste. No país, é o segundo maior exportador de grãos. O Produto Interno Bruto do Mato Grosso totaliza cerca de 42 bilhões de reais.


Mato Grosso do Sul  

Mato Grosso do Sul se encontra em excelente posição, se considerarmos as relações comerciais. Faz fronteira com outros países e com grandes centros comerciais como São Paulo, Paraná e Minas Gerais. A economia sul-mato-grossense é focada na produção rural, indústria, extrativismo, turismo e prestação de serviços. 

A agropecuária é uma atividade forte na região. Mato Grosso do Sul mantém um dos maiores rebanhos bovinos do país – sem contar que, como a região é coberta pela vegetação do pantanal, a qualidade alimentar do gado é bem melhor. 

Lá, existe um local chamado de corredor bioceânico, que são saídas para os oceanos Atlântico e Pacífico, que beneficia a economia da região. Os produtos cultivados em terras sul-mato-grossenses são os agrícolas: a soja, o açúcar, o cacau, café, as frutas em geral, o arroz, o milho, a soja e outros.  Há, também, a extração de madeira, látex, para a fabricação da borracha, castanha. Agora, fora da extração, tem carne e produtos industrializados.

O setor de serviços oferece o ecoturismo, devido a biodiversidade encontrada no famoso “pantanal mato-grossense”, que proporciona belas paisagens, atraindo turistas de todos os cantos. Existem muitos locais bonitos. E, se desejar, pode ir para o Paraguai também. O Produto Interno Bruto de Mato Grosso do Sul é equivalente a, aproximadamente,  33 milhões de reais, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


banco-economia-brasil.jpgDistrito Federal


O Distrito Federal não possui altas taxas de produção agrícola, muito menos de produção pecuária, nada disso. Esses elementos estão distribuídos em 8% de toda a economia do DF. A economia do Distrito Federal é, de acordo com o IBGE, baseada, 91%, no segmento de prestação de serviços. O Produto Interno Bruto é de cerca de R$ 120 bilhões.

São 40% dos moradores da capital, o total de pessoas que trabalham para o governo no serviço público. A economia do DF se baseia em alguns setores: o governo, as comunicações, as finanças, o entretenimento, a tecnologia, as indústrias, a construção civil, processamento de alimentos, fabricação de móveis, reciclagem, farmácia e imprensa.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cultura da região Centro-Oeste
 
musica-goias-culturaA cultura da região Centro-Oeste é bastante diversificada devido à influência de outras. As danças, costumes, comidas típicas, como também o folclore compõem a riqueza que podemos encontrar . Anessa região. Há, também, aquelas músicas caipiras, que ficaram famosas no Brasil inteiro e que são sucesso, mesmo as mais antigas. 

As duplas sertanejas, modas de viola, as festas religiosas, todas essas coisas são produtos da riqueza proporcionada pela região Centro-Oeste. Quando você vai à padaria, encontra aquele empadão, o delicioso bolinho de mandioca, a pamonha e outras derivações do milho, aquele arroz com pequi – só para quem gosta, pois tem gente que lê e fala: “eca!”. 

Outras influências na cultura do Centro-Oeste são os paraguaios, que têm o costume de tomar um mate gelado e o tererê. O arroz carreteiro,  macarrão boiadeiro, pacu assado, farofa de banana, de carne, galinha caipira, o licor de pequi e outros. Todos esses elementos são comidas típicas da região Centro-Oeste.

Para as pessoas mais animadas, a região Centro-Oeste tem o Cururu, o Siriri, a Guarânia, a Viola-de-Cocho, que são danças típicas do Centro-Oeste, comuns no estado de Mato Grosso. Os eventos bastante conhecidos são: o Carnagoiânia, as Romarias do Divino Pai Eterno, Congada de Catalão, as Cavalhadas de Pirenópolis, são festas que acontecem no estado de Goiás. 

Na capital, acontece o Brasília Music Festival, onde são recebidos artistas nacionais e internacionais. Outros festivais acontecem em Brasília e são bem famosos. O Capital Fashion Week, um grande evento de moda de Brasília, os festivais de cinema, o Brasília Indoor, que recebe grandes bandas brasileiras como o Asa de Águia. 

No Distrito Federal, mais do que essas festas religiosas, tem várias opções de saída nos fins de semana. São muitas casas de shows, bares, pubs, que oferecem atrações de música, espetáculos teatrais, cinemas, bem típicos de grandes centros urbanos. 

O Mato Grosso do Sul tem a cultura parecida com a do Mato Grosso, em relação às danças, manifestações, festas.  Nelas, acontecem as quadrilhas, que fazem parte do folclore da região Centro-Oeste também. O polca-rock é um ritmo musical bem popular no Mato Grosso do Sul e é resultado da mistura de alguns ritmos como: blues, folk, pop, metal, grunge, progressivo e jazz.
 
A região Centro-Oeste é bastante influenciada por outras culturas. A música sertaneja é um movimento muito forte da região, bem como o forró, visto que tem uma grande porcentagem de nordestinos. O rock, axé, funk, forró, tecno brega, eletrônica são ritmos com grande destaque, principalmente, nas regiões metropolitanas. No interior, é mais fácil se deparar com as modas de viola e duplas, músicas mais tranquilas – lembrando que isso não é regra.
 
Em Goiânia, capital do Estado de Goiás e a segunda cidade mais populosa do Centro-Oeste há  uma forte influência da música sertaneja. Grandes nomes do estilo musical nasceram de lá como a dupla Zezé di Camargo & Luciano e Chitãozinho & Xororó. A cidade é também famosa por suas feiras, as mais famosas são a Feira Hippie, Feira da Lua e Feira do Sol.
 

 

Relevo e clima da região Centro-Oeste
 
vegetacao-cerrado-centro-oesteA região Centro-Oeste é um local quente O clima é o tropical semiúmido, os verões são quentes e chuvosos e o inverno é frio e seco. Isso acontece entre os meses de outubro até março, ou seja, o verão; e de abril a setembro, o inverno. Nas partes de planalto central, o clima recorrente é o tropical de altitude. 

Nos locais de planície do pantanal, o clima é o mais quente e atrai os ventos alísios do Nordeste brasileiro, que causam as fortes chuvas. Parte da região Centro-Oeste, precisamente ao norte dela, as temperaturas são características do clima equatorial, com grandes quantidades de chuva. 

O relevo da região é dividido em três altos e baixos: planalto central, o planalto meridional e a planície do pantanal. 

O planalto central consiste em blocos de rochas, formados pelas chamadas rochas cristalinas e rochas sedimentares. Em certas partes, existem ondulações e acidentes; em outras áreas são comuns as formações de chapadas, em que os picos são planos. Essas, recebem o nome de serras. A vista é muito bela e quando você viaja pelas estradas do Centro-Oeste, é possível se deparar com essas paisagens, principalmente quando passa pela região do Mato Grosso, nordeste do Goiás, onde se localiza a Chapada dos Veadeiros, entre outras.

As planícies do pantanal são locais que, quando chove, inundam. Ela se encontra entre os planaltos da região Centro-Oeste e formam várias áreas alagadas. O responsável pela formação dessas planícies cheias de água é o rio Paraguai.  Essas “piscinas” são chamadas de lagos ou baías. Outro elemento que faz parte desse relevo são as cordilheiras que, ao contrário das baías, são pequenas elevações secas. 

O planalto meridional é o local da terra boa e fértil, totalmente a favor dos agricultores que, diga-se de passagem, são muitos na região Centro-Oeste. Onde se tem a famosa terra roxa. Esse relevo é comum na área que tange à região Sul, Mato Grosso do Sul e o Goiás. 

Há o cerrado, o pantanal, os campos limpos, a floresta amazônica e matas, em determinadas áreas do cerrado. As florestas amazônicas são caracterizadas por vegetação fechada e cobre a parte norte e oeste da região Centro-Oeste. A maior parte é coberta pelo cerrado, tipo savana. 

Nele, há a presença de muitas árvores de troncos contorcidos, as folhas são duras e as raízes são bem grandes, que é conhecida como cerradão. No cerrado, são menos arbustos e árvores e muitas gramíneas. O pantanal predomina nas regiões do Mato Grosso do Sul, que é onde existem os campos limpos, semelhantes ao pampa gaúcho. 

Outro atributo do pantanal são as cheias. E elas ocorrem na época do verão que, no clima tropical semiúmido, é o período chuvoso. A vegetação é bem diversificada nessas áreas. De acordo com os estudiosos do meio ambiente, as áreas verdes da região Centro-Oeste são as que possuem maior biodiversidade.
 
Os turistas que visitam a região podem contar também com a oferta do serviço de hotel-fazenda, locais que recriam o clima do campo e oferecem diversos serviços para os clientes.
 

 

 

POBREZA NO BRASIL 

 

O governo brasileiro, há algum tempo, mapeou a miséria no país. E, como não poderia ser diferente, infelizmente, a desigualdade social se faz presente. Este interessante infográfico mostra essa triste realidade brasileira. Clique em cada estado e veja a relação entre a população total e as pessoas pobres, além da pobreza nas áreas rural e urbana de cada estado. Vale a pena uma espiada!

 

 

 

AGRICULTURA BRASILEIRA

 

HISTÓRICO

    De 1500 al 822, todas as terras brasileiras pertenciam à Coroa portuguesa, que as doava ou cedia seu direito de uso a pessoas de sua confiança ou conveniência, visando à ocupação do território e à exploração agrícola. Durante um longo período, a Coroa portuguesa controlou a posse da terra, através da criação das capitanias hereditárias e das sesmarias, que atendiam às suas necessidades de obtenção de lucro a partir da exportação de produtos agrícolas cultivados no sistema de plantation, ou seja, em grandes propriedades monocultoras, escravistas e cuja produção era voltada à exportação.

    Entre 1822, ano da independência política, e 1850, vigorou no Brasil o sistema de posse livre em terras devolutas, já que o Império não criou leis que regulamentassem o acesso à propriedades e não havia cartórios ou registros de imóveis. Ao longo desse período, a terra não tinha valor de troca (compra e venda), possuía apenas valor de uso a quem quisesse cultivar e vender sua produção. A possibilidade legal de obtenção livre da posse da terra nos leva a imaginar que esse período tenha se caracterizado por um grande surgimento de médias e pequenas propriedades, mas a realidade é outra. Ainda vigorava a escravidão, a utilização da mão-de-obra servil, trazida forçadamente da África, e os escravos negros eram prisioneiros dos latifúndios, o que os impedia de ter acesso às terras devolutas no imenso território brasileiro. A entrada de imigrantes livres nesse período foi muito pequena e restrita às cidades.

    Em 1850, com o aumento da área cultivada com o café e a Lei Eusébio de Queirós, esse quadro sofreu profundas mudanças. A partir de então, dada a proibição do tráfico negreiro, a mão-de-obra que entrava no Brasil para trabalhar nas lavouras era constituída por imigrantes livres europeus, atraídos pelo governo brasileiro. Se esses imigrantes encontrassem um regime de posse em terras devolutas, cercariam um pedaço de terra para produzir alimentos de forma independente. Se a posse da terra continuasse livre, eles se instalariam ao redor das cidades, em vez de trabalhar como assalariados semi-escravizados nas lavouras de café.

    Com o claro intuito de garantir o fornecimento de mão-de-obra barata aos latifúndios, o governo impediu o acesso dos imigrantes à propriedade através da criação, também em 1850, da Lei de Terras. Com essa lei, todas as terras devolutas tornaram-se propriedade do Estado, que somente poderia vendê-las através de leilões, beneficiando quem tinha mais dinheiro, e não o imigrante que veio se aventurar na América justamente por não ter posses em seu país de origem. Ainda de acordo com a Lei de Terras, o dinheiro arrecadado nos leilões deveria ser utilizado no financiamento da viagem de novos imigrantes que se dispusessem a vir trabalhar no Brasil. Tudo isso nos leva a concluir que essa lei, além de garantir o fornecimento de mão-de-obra para os latifúndios, servia também para financiar o aumento do volume de imigrantes que ingressava e, ao chegar ao Brasil, eram obrigados a se dirigir às fazendas, praticamente o único lugar onde se podia encontrar emprego. Nessa época, a posse da terra, e não de escravos, era considerada reserva de valor e símbolo de poder.

    Nesse período se iniciou no Brasil um processo altamente perverso e violento de relação de trabalho existente até hoje em diversos estados do país: a "escravidão por dívida", que antigamente vitimava os imigrantes estrangeiros e atualmente vítima a população de baixa renda ou desempregada da periferia das grandes cidades, além dos próprios trabalhadores rurais. Os "gatos" (pessoas que contratam mão-de-obra para as fazendas) aliciam pessoas desempregadas para trabalhar nos latifúndios, prometendo-lhes transporte, moradia, alimentação e salário. Ao entrar na fazenda, porém, os trabalhadores recrutados percebem que foram enganados, já que no dia em que deveriam receber o salário são informados de que todas as despesas com transporte, moradia e alimentação, ao contrário do prometido, serão cobradas e descontadas do salário, que nunca é suficiente para a quitação da dívida. Policiados por capangas fortemente armados, esses trabalhadores são proibidos de sair da fazenda enquanto não pagarem uma dívida impossível de ser quitada com seu salário.

    No início da década de 30, em conseqüência da crise econômica mundial que se iniciou com a quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, a economia brasileira, basicamente agroexportadora, também entrou em crise. A região Sudeste, onde se desenvolvia a cafeicultura, foi a que enfrentou o maior colapso. Na região Nordeste, ocorreram novas crises do açúcar e do cacau, enquanto a região Sul, com produção direcionada para o mercado interno, sofreu efeitos menores. A crise de 30 foi uma crise de mercado externo, de produção voltada para a exportação. Como vimos na unidade 2, foi nesse período que ocorreu o início efetivo do processo de industrialização brasileira, concentrada na região Sudeste. Outro desdobramento da crise foi um maior incentivo à policultura, voltada para o abastecimento interno, e uma significativa fragmentação das grandes propriedades, cujos donos venderam suas terras para se dedicar a atividades econômicas urbanas, sobretudo a indústria e o comércio. Foi um dos raros momentos da história do Brasil em que houve um aumento, embora involuntário, do mero de pequenos e médios proprietários rurais.

    Em 1964, o presidente João Goulart tentou desviar o papel do Estado brasileiro do setor produtivo (investimentos governamentais em energia, transportes, etc.) para o setor social (educação, saúde, habitação, etc.). Pretendia também promover uma reforma agrária, que tinha como princípio distribuir terras à população rural de baixa renda. Em oposição à política de Goulart, houve a intervenção militar e a implantação da ditadura. Ganhou incentivo o grande capital agrícola, geralmente estruturado no sistema deplantation. A concentração de terras ao longo da ditadura militar (1964­1985) assumiu proporções assustadoras, e o conseqüente êxodo rural em direção às grandes cidades deteriorou a qualidade de vida de imensas parcelas da população, tanto rural quanto urbana. A partir da década de 70, foi incentivada a ocupação territorial das regiões Centro-Oeste e Norte, através da expansão das fronteiras agrícolas, assentadas em enormes latifúndios pecuaristas ou monocultores.

 

O ESTATUTO DA TERRA E A ESTRUTURA FUNDIÁRIA

    O Estatuto da Terra é um conjunto de leis criado em novembro de 1964 para possibilitar a realização de um censo agropecuário. Procurava-se estabelecer uma política de reforma agrária que, na prática, foi implantada com muita timidez em áreas de conflito, com o claro intuito de abafar focos de pressão popular.

    Para a sua realização, surgiu a necessidade de classificar os imóveis rurais por categorias, da mesma forma que, para realizar um censo demográfico, as pessoas são classificadas por idade, sexo, etnia e renda. Logo surgiu a primeira dificuldade: como as condições físico-geográficas do imenso território brasileiro são extremamente diversas, uma unidade fixa de medida (por exemplo, 1 hectare -10 mil m2) não poderia ser utilizada na classificação dos imóveis rurais. Um hectare no oeste paulista corresponde a uma realidade agrícola totalmente diferente de um hectare no solo ácido do cerrado ou no Sertão nordestino.

    Para resolver a questão, foi criada uma unidade de medida de imóveis rurais -o módulo rural - assim definida: "Área explorável que, em deter minada porção do país, direta e pessoalmente explorada por um conjunto familiar equivalente a força de trabalho em face do nível tecnológico adotado naquela posição geográfica e, conforme o tipo de exploração considerado, proporcione um rendimento capaz de assegurar-lhe a subsistência e o progresso social e econômico". Em outras palavras, módulo rural é a propriedade que deve proporcionar condições dignas de vida a uma família de quatro pessoas adultas. Assim, ele possui área de dimensão variável, levando em consideração basicamente três fatores que, ao aumentar o rendimento da produção e facilitar a comercialização, diminuem a área do módulo:

    • localização da propriedade - se o imóvel rural se localiza próximo a um grande centro urbano, em região bem-atendida pelo sistema de trans portes, ele proporciona rendimentos maiores que um imóvel mal localizado e, portanto, terá uma área menor;

    • fertilidade do solo e clima da região - quanto mais propícias as condições naturais da região, menor a área do módulo;

    • tipo de produto cultivado - em uma região do país onde se cultiva, por exemplo, mandioca e se utilizam técnicas primitivas, o módulo rural deve ser maior que em uma região que produz morango com emprego de tecnologia moderna.

 

Depois de acertada a unidade de medida, foram criadas as categorias de imóveis rurais:

    - minifúndio - "Todo imóvel com área explorável inferior ao módulo fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes". Na prática, esses são os grandes responsáveis pelo abastecimento do mercado interno de consumo, já que sua produção é individualmente, obtida em pequenos volumes, o que inviabiliza economicamente a exportação;

    - latifúndio por dimensão - "Todo imóvel com área superior a seiscentas vezes o módulo rural médio fixado para a respectiva região e tipos de exploração nela ocorrentes". São as enormes propriedades agroindustriais, com produção quase sempre voltada à exportação;

    - latifúndio por exploração - "Todo imóvel cuja dimensão não exceda aquela admitida como máxima para empresa rural (600 vezes o módulo rural), tendo área igual ou superior à dimensão do módulo da região, mas que seja mantida inexplorada em relação às possibilidades físicas, econômicas e sociais do meio, com fins especulativos, ou que seja deficiente ou inadequadamente explorada, de modo a vedar-lhe a classificação como empresa rural". Tratam-se dos imóveis rurais improdutivos, voltados à especulação imobiliária. O proprietário não adquiriu a terra com a intenção de nela produzir, gerar emprego e ajudar o país a crescer, mas para esperar sua valorização imobiliária, vendê-la e ganhar muito dinheiro sem trabalhar;

    •    empresa rural - propriedade com área de um a seiscentos módulos, adequadamente explorada em relação às possibilidades da região. Nessa categoria, temos as médias propriedades, geralmente com produção de matéria­prima para abastecer a agroindústria da laranja, da cana, etc.

    É comum os grandes proprietários, classificados na categoria de latifúndio por dimensão, parcelarem a propriedade da terra entre seus familiares para sserrem classificados como empresários rurais e, assim, pagarem um imposto menor.

    O gráfico nos revela a grande concentração de terras em mãos de alguns poucos proprietários, enquanto a maioria dos produtores rurais detém uma parcela muito pequena da área agrícola. Há, ainda, centenas de milhares de trabalhadores rurais sem terra. Essa realidade é extremamente perversa, à medida que cerca de 32% da área agrícola nacional é constituída por latifúndios por exploração, ou seja, de terra parada, improdutiva, voltada à especulação imobiliária. Quando o preço da terra é elevado, impede-se que muitas pessoas tenham acesso a ela, mesmo através de compra. A elevação especulativa do preço dos imóveis rurais perpetua o domínio dos latifúndios e diminui a oferta de alimentos no mercado interno.

 

A REFORMA AGRÁRIA NA CONSTITUIÇÃO DE 1988

    Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será prevista em lei.

    Parágrafo 1 °: As benfeitorias úteis e necessárias serão pagas em dinheiro.

Art. 185 - São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;

II - a propriedade produtiva.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I - aproveitamento nacional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meios ambiente; 111 - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos do domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.

 

REFORMA AGRÁRIA: UMA LUTA DE TODOS

    O Brasil é o segundo país do mundo com maior índice de concentração de terras. Conforme os dados do Censo Agropecuário de 1985, existem pouco mais de dois mil latifúndios que ocupam uma área de cinqüenta e seis milhões de hectares, fato que corresponde a duas vezes e meia a área do território do Estado de São Paulo.

    A concentração da propriedade da terra é um dos grandes problemas para o desenvolvimento social, político e econômico do nosso país.

    A realização da reforma agrária é urgente para solucionar os problemas de milhões de famílias de trabalhadores rurais: sem-terra, posseiros, bóias­frias, etc.

    Os trabalhadores organizados derrubam as cercas dos latifúndios, ocupando a terra.     Esta tem sido uma forma de pressionar o governo a desa propriar as terras ocupadas e realizar os assentamentos para que as famílias possam trabalhar dignamente.

    Nesta luta, milhares de trabalhadores são assassinados. Frente à sua resistência o governo realiza alguns projetos de assentamentos, especialmente na região Norte do país.

    Desde 1978 até 1994, foram realizados mais de mil assentamentos, onde vivem cerca de cento e quarenta mil famílias em uma área de mais de sete milhões de hectares.

    A luta pela reforma agrária não acaba na conquista da terra pelos trabalhadores ou na realização de projetos de assentamentos pelo governo. Há outras cercas que precisam ser derrubadas. São as cercas que impedem a existência de uma política agrícola voltada para os interesses da agricultura familiar.

    Além de uma política agrícola é necessária a efetivação dos direitos básicos da cidadania, a luta pela reforma agrária é também a luta pela conquista da democracia.

    Este mapa representa uma realidade construída pela luta de milhões de brasileiros. Representa a resistência contra a implantação de um único modelo de desenvolvimento agropecuário.

    Nele visualizamos as conquistas recentes da luta pela reforma agrária. Assim, podemos compreender a importância desta luta para a construção de um Brasil melhor para todos.

 

 

AS RELAÇÕES DE TRABALHO NA ZONA RURAL

    Em nossa zona rural predominam as seguintes relações de trabalho.

    • Trabalho familiar- Na agricultura brasileira, predomina a utilização de mão-de-obra familiar em pequenas e médias propriedades de agricultu ra de subsistência ou jardinagem, espalhadas pelo país. No caso de a família obter bons índices de produtividade e rentabilidade, a qualidade de vida é boa e seus membros raramente sentem necessidade de complementar a renda com outras atividades. É uma situação encontrada no cinturão verde das grandes cidades e em algumas regiões agroindustriais, com destaque para a região da laranja, no estado de São Paulo. Mas, quando a agricultura praticada pela família é extensiva, de subsistência, todos os membros se vêem obrigados a complementar a renda como trabalhadores temporários ou bóias-frias em épocas de corte, colheita ou plantio nas grandes propriedades agroindustriais. Às vezes, buscam subemprego até mesmo nas cidades, retornando ao campo apenas em épocas necessárias ou propícias ao trabalho na propriedade familiar.

    Sempre abandonados pelos serviços públicos e excluídos do acesso a financiamentos agrícolas esses lavradores pobres geralmente acabam por vender sua propriedade, instalando em submoradias na periferia das grandes cidades. Sua fonte de renda é o subemprego, já que o Estado nunca se preocupou em amparar os que concedera subcidadãos, gerando, no mínimo, o recrudescimento da violência, tanto rural quanto urbana. Essa condição miserável de vida está espalhada por todos os estados, sobretudo em áreas distantes dos grandes centros urbanos e que não receberam investimentos governamentais em obras de infra-estrutura.

    • Trabalho temporário - Os bóias-frias (Centro-Sul), corumbás (Nordeste e Centro-Oeste) ou peões (Norte) são trabalhadores diaristas, temporários e sem vínculo empregatício. Em outras palavras, recebem por dia segundo a sua produtividade. Eles têm serviço somente em determinadas épocas do ano e não possuem carteira de trabalho registrada. É uma mão-de-obra que atende principalmente à agroindústria da cana-de-açúcar, laranja, algodão e café, trabalhando apenas no período do plantio e do corte ou da colheita. Quando a família que se sujeita a essa relação ilegal de trabalho possui uma pequena propriedade, ela faz um "bico" no latifúndio e retorna para casa. Quando nada possuem, as famílias são "volantes", ou seja, ao terminar a temporada de serviço em uma região, são obrigadas a se deslocar pelo campo até encontrar trabalho novamente. Embora completamente ilegal, essa relação de trabalho continua existindo, em função da presença do "gato", um empreiteiro que faz a intermediação entre o fazendeiro e os trabalhores. Por não ser empresário, o "gato" não tem obrigações trabalhistas, não precisa registrar os funcionários.

    Em algumas regiões do Centro-Sul do país, sindicatos forte e organizados passaram a fazer essa intermediação. Os bóias-frias agora recebem sua refeição no local de trabalho, têm aceso a serviços de assistência médica e recebem salários maiores que os bóias-frias de regiões onde o movimento sindical é desarticulado. Contudo, ainda enfrentam condições muito precárias de vida, já que seus filhos não têm acesso a um sistema educacional e também estão fadados ao subemprego. As estatísticas referentes à quantidade de trabalhadores temporários utilizados na agricultura são precárias, pois alguns bóias-frias são também pequenos proprietários. Calcula-se que aproximadamente 30 a 40% da mão-de-obra agrícola viva nessas condições.

     • Trabalho assalariado - Representa apenas 10% da mão-de-obra agrícola. São trabalhadores que possuem registro em carteira, recebendo, portanto, pelo menos um salário mínimo por mês. Trabalhando em fazendas e agroindústrias, tem direito ainda a férias, com acréscimo de 30% do salário, 134 salário, FGTS, descanso semanal remunerado e aposentadoria.

 

OS POSSEIROS E OS GRILEIROS

    Os posseiros são invasores de terras. Atol, em função do descaso do poder público em administrar os problemas do campo e de realizar uma reestruturação da política, da produção, das relações de trabalho agrário e da estrutura fundiária, os posseiros estão altamente organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para invasão, são escolhidas fazendas improdutivas, que se encaixem nos pré-requisitos constitucionais da realização da reforma agrária. Algumas áreas de assentamento deram certo e prosperaram bastante, enquanto as invasões desorganizadas, realizadas em áreas desprovidas até mesmo de infra-estrutura que permita o escoamento da produção, fracassaram. Na maioria dos casos, as invasões causam sérios conflitos e mortes entre os lavradores, a polícia e os jagunços (capangas armados a serviço de fazendeiros).

    Os grileiros são os invasores de terras que trabalham a mando de grandes fazendeiros e sempre conseguem, através da corrupção, escrituras falsas de propriedade da terra. Geralmente, agem em áreas de expansão das fronteiras agrícolas ocupadas inicialmente por posseiros, o que causa grandes conflitos e inúmeros assassinatos.

    • Parceria e arrendamento- Parceiros e arrendatários "alugam" a terra de alguém para cultivar alimentos ou criar gado. Se o aluguel for pago em dinheiro, a situação é de arrendamento. Se o aluguel for pago com parte da produção, combinada entre as partes, a situação é de parceria.

    • Escravidão por dívida - Como já estudamos anteriormente, trata-se do aliciamento de mão­de-obra através de promessas mentirosas. Ao entrar na fazenda, o trabalhador é informado de que está endividado e, como seu salário nunca é suficiente para quitar a dívida, fica aprisionado sob a vigilância de jagunços fortemente armados.

 

 

CLIMA

 

1. Introdução

     Clima, por definição, é a sucessão habitual dos tipos de tempo (MAX SORRE) e tempo é o estado momentâneo da atmosfera, uma conjunção momentânea dos elementos climáticos: temperatura, umidade e pressão. esses elementos por sua vez, são determinados pelos fatores climáticos: Latitude, Altitude, Massas de Ar, Continentalidade ou Maritimidade, Vegetação, Correntes Marítimas, Relevo e ação humana.

 2. Latitude

 

 

Quanto maior a latitude menor a temperatura.

Devido à curvatura do globo terrestre, à medida que nos afastamos do equador, os raios solares incidem cada vez mais inclinados na superfície terrestre, tendo portanto, que aquecer uma área maior, o que diminui a Temperatura.

Ainda, quanto maior a latitude, maior a camada atmosférica a ser atravessada pelos raios solares, o que aumenta a dificuldade desses raios atingirem a superfície (nuvens).
(Anuário Estatístico do Brasil - 1995)

 

 


3. Altitude

 

 

Quanto maior a altitude, menor a temperatura.

A atmosfera é aquecida por radiação.

Ao incidirem na superfície, os raios solares a aquecem e ela passa a irradiar calor à atmosfera. Portanto, um raio solar que seja refletido ou que atravesse a atmosfera, sem incidir na superfície ou em alguma partícula em suspensão, não altera em nada a temperatura.

Influência da Altitude nas Médias de Temperatura

Quanto maior a altitude, menos intensa é a radiação.

 

4. Massas de Ar

 

   

Para entender algumas das características dos tipos de clima no Brasil, interessam as seguintes massas de ar:

Massa equatorial atlântica (mEa) - quente é úmida, domina a parte litorânea da Amazônia e do Nordeste. O centro de origem está próximo ao arquipélago dos Açores.

Massa de ar equatorial continental (mEc) - também quente e úmida. Com centro de origem na parte ocidental da Amazônia, domina sua porção noroeste durante o ano inteiro.

Massa tropical continental (mTc) - quente e seca, origina-se na depressão do Chaco Paraguaio.

Massa Massa polar atlântica (mPa) - fria e úmida, forma-se nas porções do oceano atlântico próximo a Patagônia. Atua de forma mais intensa no inverno, provocando chuvas e declínio da temperatura. A massa polar atlântica pode chegar até a Amazônia fazendo surgir o fenômeno da friagem.

Massa tropical atlântica (mTa) - quente e úmida atinge grande parte do litoral brasileiro.

A. Massa Equatorial Atlântica

B. Massa Equatorial Continental

C. Massa Tropical Atlântica

D .Massa Tropical continental

E. Massa Tropical Atlântica

Com base nessas massas de ar que atuam no território brasileiro, podemos agora entender a classificação climática de Arthur Strahler

 

5. Classificação Climática Brasileira

 


 

A classificação climática de Arthur Strahler (1951) tem por base a influência das massas de ar em áreas diferenciadas. Ela não trabalha, portanto, com as médias de chuvas e temperaturas, mas com a explicação de sua dinâmica.

A classificação climática de Wilhelm Köppen, apesar de clássica e intensamente utilizada até pouco tempo, e ter representado um avanço em sua época (final do século XIX), é hoje bastante problemática, pois não leva em conta os deslocamentos das massas de ar.

 

- Clima Equatorial (Amazônia):
- Nível de Chuva Alto e constante;
- Alta temperatura durante todo o ano;
- Chuvas de Convexão;
- Climograma:

- Obs.: A Friagem é provocada pela massa polar atlântica e atua principalmente no inverno (Amazônia).

- Clima Equatorial Úmido

- Médias térmicas elevadas (24° a 27° C) o ano todo, chuvas abundantes e bem distribuídas (1500 a 2500 mm/ano). Pequena amplitude térmica anual.

- Climograma:

 

 

- Tropical Semi-Úmido:
- Predomina no Brasil;
- Quente e úmido com chuvas de verão;
- Possui duas estações: a seca (no inverno) e a chuva (no verão);
- Obs.: No nordeste é ao contrário, as chuvas predominam no inverno;
- Climograma:

Clima Litorâneo Úmido

Estende-se do litoral do RN ao litoral de SP e apresenta apenas duas estações: verão chuvoso e inverno mais seco ( com exceção do litoral nordestino, onde chove mais no inverno - 1º Ramo de mPa x mTa).

 

Clima Tropical Alternadamente Úmido Seco

É o tropical típico com verão quente e úmido e inverno ameno e seco.

Clima Tropical Tendendo A Seco (pela irregularidade de ação de massas de ar, ou clima semi-árido)

Encontrado no sertão Nordestino, apresenta baixo índice de chuvas, concentradas no verão (até 800 mm), quando a mEc atua na região.

- Clima Subtropical (Região Sul):
- Mesotérmico : Temperatura média devido a passagem de massa fria e quente, esse encontro provoca chuvas);
- Chuvas bem distribuídas ao longo do ano (sempre úmido);
- Chuvas Frontais: Resulta do encontro das massas quentes e frias;
- Grande amplitude térmica;
- Climograma:

Clima Subtropical Úmido

Encontrado ao sul do Trópico de Capricórnio, apresenta verão quente, inverno frio para os padrões brasileiros, e chuvas bem distribuídas por todos os meses do ano.

Clima Tropical:

  1. Clima Semi-Árido:
    - Sertão Nordestino;
    - Secas prolongadas;
    - Chuvas curtas e torrenciais;
    - Causas da seca:
          Rios abertos para o mar;
          Solo impermeável (Solo não absorve a água);
    - Chapada da Borborema ( impede a passagem de massa úmidas);
    - Climograma:
  2. Clima Tropical de Altitude:
    - Sudeste;
    - Mesotérmico, úmido;
    - Chuvas Torrenciais;
    - Chuvas orográficas ou de relevo ( é resultante do relevo, geralmente a orográfica é mais torrencial);
    - Climograma:

 

Principais Observações Meteorológicas dos Municípios das Capitais 1992

Municípios das
Capitais

Temperatura do ar (ºC)

Umidade Relativa 
(%)

Altura Total da Precipitação Pluviométrica (mm)

Máxima
Absoluta

Mínima
Absoluta

Porto Velho

34,8

15

84

2310,1

Rio Branco

35,6

**

85

1855

Manaus

36,4

19,3

80

1965,7

Boa Vista

**

**

**

**

Belém

33,8

20,2

87

2786

Macapá

34

21,2

86

2905,4

São Luís

32,8

20,6

87

2786

Terezina

**

**

**

**

Fortaleza

32,2

21

77

1075,8

Natal

**

**

**

**

João Pessoa

31,2

20

75

1376,5

Recife

32

18,2

79

2491,1

Maceió

**

**

**

1637,5

Aracaju

32,6

18

75

1246,6

Salvador

32,6

**

81

1762,1

Belo Horizonte

31,5

11,6

89

**

Vitória

36,5

15,1

77

1212,3

Rio de Janeiro

**

**

**

**

São Paulo

33

6,4

76

1925,8

Curitiba

32,4

0,5

80

1238,1

Florianópolis

34,8

1,5

80

1770,9

Porto Alegre

38,2

0,6

72

1181

Campo Grande

35,3

4,1

75

1553

Cuiabá

38,2

7

80

**

Goiânia

36,2

8,9

83

1534

 

 

O CRESCIMENTO VEGETATIVO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

 

O crescimento vegetativo de uma população é a diferença entre o total de nascimentos e o total de mortes. Observe, no gráfico, o comportamento dessa taxa nas últimas décadas e sua projeção até o ano 2020:

Brasil: crescimento vegetativo (1960-2020)

 

Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas, Departamento de População e Indicadores Sociais; Anuário estatístico do Brasil, 1997.

 

Nota: Os índices indicados em sua relação %o (por mil) podem ser expressos em % (por cento), caso sejam divididos por dez. Exemplo: 30,0%o = 3,0%.

Já a taxa geométrica de crescimento, ou simplesmente crescimento populacional, engloba o crescimento vegetativo e os movimentos migratórios. Portanto, mesmo regiões que apresentam crescimento vegetativo elevado podem estar passando por processo de redução de contingente, caso os fluxos migratórios estejam negativos, ou seja, grande parte da população esteja emigrando por qualquer motivo.

 

Analise, agora, o gráfico que mostra a expectativa de vida da população brasileira

Fonte: IBGE. Estatísticas históricas do Brasil; Anuário estatístico do Brasil, 1997; Brasil em números, 1998.

 

Ao longo do século XX a redução das taxas de natalidade e de mortalidade e o aumento da expectativa de vida esteve associada ao processo de urbanização e aos avanços da medicina.

Com o êxodo rural e o conseqüente aumento percentual da população urbana em relação à população rural há uma mudança no comportamento demográfico da população, com queda nos índices de fertilidade (número de filhos por mulher) devido aos seguintes fatores: aumento do custo de criação, maior acesso a métodos anticoncepcionais, maior índice de mulheres que trabalham fora de casa.

Ainda, com a urbanização, ocorre queda nas taxas de mortalidade e aumenta a expectativa de vida uma vez que aumenta o percentual de população com acesso a saneamento básico (água tratada e coleta de esgoto) e serviços de saúde, além de maior eficiência nos programas de vacinação.

 

Tabela - Brasil: taxa de urbanização por regiões (%) 

Planejamento Familiar

Para que as mulheres tenham condições de optarem conscientemente pelo número de filhos que desejam ter é necessário que tenham acesso, em primeiro lugar, a um sistema eficiente de educação e saúde. À medida que aumenta o índice de escolarização da população, mais mulheres passam a optar pelo método anticoncepcional que for o mais indicado por um médico para a sua circunstância pessoal.

Adolescentes de 15 a 17 anos que tiveram filhos – 1995 (%) 

Fonte: IBGE/PNAD. Indicadores sobre crianças e adolescentes, 1997. p.84.

 

A gravidez acidental na adolescência compromete, na maioria dos casos, a formação educacional e profissional das meninas. Muitas vezes ela é fruto da desinformação e da dificuldade de acesso a métodos anticoncepcionais.

  

A ESTRUTURA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

 

1.       A Pirâmide de Idades

 

A pirâmide de idades é um gráfico onde podemos obter dados sobre o número de habitantes de uma cidade, um estado, um país, ou qualquer outra base de dados, e sua distribuição por faixas de idades e sexo. Ao observá-la podemos tirar algumas conclusões sobre a taxa de natalidade e a expectativa de vida da população:

. quanto maior a base, maior a taxa de natalidade e a participação dos jovens no conjunto total da população

. quanto mais estreito o topo, menor a expectativa de vida e a participação de idosos no conjunto da população.

Observe a evolução da pirâmide brasileira nas últimas décadas: a redução progressiva das taxas de natalidade provocam redução da base e o aumento da expectativa de vida um alargamento no topo e na parte central.

 

CONTAGEM DA POPULAÇÃO - 1996

A intensidade da prática anticonceptiva no País, quer seja através de métodos revisíveis (como a pílula anticoncepcional), ou a esterilização feminina, contribui para acelerar o ritmo de declínio da natalidade ao longo dos anos 80 (Gráficos 4 e 5).

 

Composição Etária segundo idades

individuais 1980

Composição Etária segundo idades

 individuais 1991

 

 

 

Fonte IBGE Centro Demográfico de 1980.

 

 

Fonte IBGE Centro Demográfico de 1991.

 

Envelhecimento Populacional

Um importante indicador que está relacionado á estrutura etária de um povo e que relaciona a população idosa com o contigente de crianças. Trata-se de uma derivação do índice de envelhecimento populacional, que se presta a significativos estudos comparativos.

O entendimento desse índice traduz-se da seguinte forma: quanto maior sua magnitude, mais elevada é a proporção de idosos- no caso, a população de menos de 15 anos de idade.

O Brasil como um todo possui um índice de 16,97%. Índice que está em ascensão, visto ter sido de 13,90% em 1991. Quando se estabelecem comparações regionais, percebe-se inicialmente que o índice está subindo praticamente em todas as regiões, o que reflete a influência da continuada queda da fecundidade e simultaneamente, do aumento consistente da esperança média de vida.

 

Proporção de população de menos de 15 anos e de 65 anos e mais e Relação Idoso/Criança.
Segundo as grande regiões (1980 - 1996).

 Grandes regiões

Proporção da População (%)

Relação
Idoso/Criança (%)

Menos de 15 anos

65 anos e meio

1980

1991

1996

1980

1991

1996

1980

1991

1996

Brasil

66,23

57,43

50,18

6,95

7,98

8,52

10,49

13,90

16,97

Norte

90,47

78,13

67,88

5,51

5,52

5,70

6,09

7,07

6,52

Nordeste

83,29

70,95

60,30

8,34

9,11

8,34

10,02

12,04

15,40

Sudeste

55,09

49,06

43,18

6,00

5,06

8,78

12,27

16,47

20,33

Sul

60,57

50,98

45,51

5,41

7,88

8,68

10,58

15,57

19,08

Centro- Oeste

71,04

57,41

49,85

4,51

5,31

6,84

6,26

9,26

11,71

Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1980 e 1991 e Contagem da População de 1996

 

Os níveis mais elevados são encontrados nos estados pertencentesà Região Sudeste, destacando-se o comportamento do Rio de Janeiro, com uma relação idoso/criança de 25,79%.

As estimativas atualmente disponíveis sugerem que esse índice deverá continuar crescendo no Brasil, a partir, principalmente da proporção de população jovem.

 

0 Brasil na economia global

 

Investimentos externos

0 desenvolvimento da economia mundial, com o correspondente acúmulo de capitais, de um lado, e, de outro, o extraordinário avanço das telecomunicações e da informática, permitiu nos últimos anos um acentuado aumento dos fluxos de recursos em escala internacional - uma formidável globalização financeira.

A movimentação de capitais de um país para outro pode ser de diversos tipos: investimentos, empréstimos, financiamentos, remessa de lucros, etc. Os recursos destina dos à atividade produtiva- na indústria, na agricultura, nos serviços - são chamados de investimentos diretos. No fim do século XX, os investimentos externos diretos saltaram, no mundo todo, de 200 bilhões em 1991 para 1,1 trilhão de dólares no ano 2000. A imensa maioria desses recursos é aplicada em países do Primeiro Mundo, isto é, empresas de países ricos investindo em países igualmente desenvolvidos. Os Estados Unidos, de onde provém a maior fatia dos investimentos externos, são igualmente o país que mais recebe recursos de fora - cerca de 30% das aplicações produtivas internacionais. No conjunto, os países da União Eu­ropéia acolhem mais de um terço do total mundial investido na produção de bens e serviços. 0 gráfico abaixo apresenta a distribuição percentual dos investimentos estrangeiros de acordo com o grau de desenvolvimento humano.

 

Todo investidor joga com duas variáveis fundamentais, que, em geral, são inversamente proporcionais entre si: lucratividade e segurança. Daí a preferência dos investi mentos produtivos pelos países desenvolvidos, onde a estabilidade econômica e política garante segurança ao capital, mesmo que os lucros sejam pequenos. Por outro lado, para investir em países sujeitos a crises que significam riscos, somente a possibilidade de lucros elevados pode constituir atrativo eficaz. Por isso, grande parte do capital que ingressa em países menos desenvolvidos assume a forma de investimentos especulativos, ou seja, recursos aplicados para a obtenção de lucros a curto prazo, propiciados por altas taxas de juros ou por negócios rápidos em bolsas de valores. Constituem o que também é chamado de capital volátil, pois, assim como chegam, podem ausentar-se rapidamente, a qualquer momento, gerando crises de proporções variáveis (gráfico abaixo).

 

As crises financeiras, que têm ocorrido em países de economia muito dependente do exterior, refletem-se nos fluxos de investimentos estrangeiros. 0 gráfico mostra que a crise do México, em 1994-95, e, mais notadamente, a crise asiática, em 1997-98, provocaram retração de investimentos nos países em desenvolvimento e incremento de inversões nos países desenvolvidos, em virtude da migração de recursos em busca de segurança.

 

No Brasil, por exemplo, nos últimos cinco anos, apenas cerca de 10% dos recursos financeiros do exterior constituíram capital produtivo; aproximadamente 40% foram aplicados em bolsas de valores e os restantes 50% destinaram-se a empréstimos.

Os fluxos de investimentos produtivos também estão sujeitos a redirecionamentos - embora muito menos que o capital especulativo -, sempre e função dos atrativos que um país ou região possa oferecer. Na América Latina, os investimentos externos têm aumentado após a superação da crise do México, em 1994-95, com maior incremento por ocasião da crise asiática, em 1997-98. Deve-se esse aumento a vários fatores presentes nos principais países do continente: maior articulação na economia global, com participação mais intensa no comércio internacional; privatização de empresas públicas; e reformas do Estado, facilitando a entrada e saída de capitais e flexibilizando as relações de produção e de trabalho. Veja o gráfico abaixo.

 

No Brasil, o ingresso anual de capital estrangeiro passou de 1 bilhão para 31 bilhões de dólares, ao longo da última década do século XX. Desde 1996 o país ocupa

o primeiro lugar na América Latina (gráfico a seguir) e, entre as nações em desenvolvimento, figura em segundo lugar, perdendo apenas para a China, no que se refere a investimentos diretos externos.

 

O afluxo de recursos externos no Brasil acentuou-se a partir da segunda metade dos anos 1990, graças especialmente a três fatores: política de estabilização; altera ção do conceito de empresa nacional; e quebra dos monopólios estatais, com a venda de empresas públicas. De fato, a política implantada pelo governo em 1995, com a adoção de nova moeda, a despeito do ônus social que a acompanhou, conseguiu estancar a inflação e dar uma certa estabilidade à economia, condição indispensável a investimentos verdadeiramente produtivos e duradouros.

Pela Constituição de 1988, uma empresa era considerada brasileira se a maior parte de seu capital fosse de origem nacional. Esse conceito legal constituía um embaraço à atuação do capital estrangeiro no país. Em 1995, uma Emenda constitucional terminou com a restrição, ao considerar brasileira qualquer empresa instalada em território brasileiro. Ao tornar todas as empresas iguais, especialmente no que tange a incentivos de todo o tipo, a alteração significou um grande estímulo para o ingresso de capital estrangeiro no Brasil.

Os leilões de privatização, seja para a venda de empresas, seja para a concessão de direitos de exploração de serviços públicos, representaram um fascinante atrativo ao capital estrangeiro, que entrou em expressiva escala no país, comprando estatais ou constituindo novas empresas.

 

Até então, e desde a internacionalização do capital produtivo, nos anos 1950, os investimentos estrangeiros ocorriam principalmente na indústria. Agora, e sobretudo em 1997-98, no auge das privatizações, o capital externo é atraído principalmente pelo setor de serviços, com destaque para as telecomunicações e distribuição de energia elétrica.

Grande parte do capital de origem externa atuante no Brasil é de empresas norte-americanas (General Motors, Ford, Texaco, etc.), as quais, junto com empresas européias, são responsáveis por cerca de dois terços dos investimentos estrangeiros no país. Entre as firmas européias, destacam-se as alemãs (Volkswagen, Daimler-Chrysler, Siemens, etc.), as francesas (Renault, Peugeot, Carrefour, etc.), as italianas (Fiat, Pirelli, Parmalat, etc.) e, ultimamente, as espanholas (Telefônica, etc.) e as portuguesas (Telecon, etc.), que têm investido sobretudo em telecomunicações. É de se registrar, contudo, a crescente presença de capitais asiáticos, particularmente japoneses e coreanos.

O aumento dos investimentos externos no Brasil traduz a maior inserção do país na economia global. Segundo a Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio

e Desenvolvimento), no ano 2000, 384 das 500 maiores empresas do mundo estavam presentes no emergente mercado brasileiro. Ao mesmo tempo, tem ocorrido uma alteração na estrutura empresarial do país, com as empresas estrangeiras tendo um crescimento percentual no faturamento das 500 maiores empresas estabelecidas em território brasileiro, como se pode observar no quadro abaixo. BRASIL: EVOLUÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE CADA SETOR NO FATURAMENTO DAS 500 MAIORES EMPRESAS (em percentagem)

 

Empresas

1985

1990

1995

2000

Estrangeiras

28,5

31,1

33,3

35,5

Nacionais

40,7

42,7

43,6

44,5

Estatais

30,8

26,2

23,1

20,0

Fonte: Publicação

Maiores e melhores, citada em OEstado deS. Paulo, 11dez. 2000.

 

 

 

As multinacionais, ou transnacionais, que compraram estatais ou adquiriram concessões de serviços públi­cos fizeram investimentos, indubitavelmente, produtivos. No entanto, os recursos recebidos pelo governo com os tais leilões de privatização foram usados, em sua maior parte, para o pagamento da dívida externa, restando pouco para obras de valor econômico ou social. Contudo, novos investimentos foram feitos pelos investidores para melhoria, modernização ou ampliação do seu negócio, buscando sempre a produtividade capaz de propiciar os lucros almejados.

A busca de produtividade, por sua vez, implica aumentar a capacitação tecnológica, o que demanda novos investimentos e exige maior qualificação da mão-de-obra, podendo, assim, contribuir para a elevação da média salarial do país.

Concentração de capitais

No início da Revolução industrial, o processo de produção capitalista dependia em grande parte da ação física de um grande número de trabalhadores. Desde então, constrangidos a atender sucessivas reivindicações de seus empregados e a pagar-lhes salários cada vez mais elevados, os empresários sentiram-se impelidos a buscar lucros mediante ganhos de produtividade, isto é, obter maior produção por tempo de trabalho consumido. Daí os contínuos e crescentes investimentos em estudo, pesquisa e treinamento de pessoal, do que resulta o avanço do conhecimento, das técnicas e da qualificação da mão-de­obra. No pós-guerra, ou seja, dois séculos depois, esse avanço atingiu notável aceleração, de tal modo que, hoje, a atividade produtiva depende fundamentalmente da ciência e da tecnologia, voltadas diretamente para a produção de mercadorias. Em outras palavras, o processo produtivo é cada vez mais intensivo: máquinas e equipamentos mais aperfeiçoados; novas tecnologias; e mão­de-obra menos numerosa, porém mais qualificada.

Ora, essa intensificação tem um custo considerável, acessível geralmente às empresas maiores, por disporem de mais recursos, e que pode ser proibitivo às pequenas firmas. Disso resulta uma decisiva vantagem das grandes sobre as pequenas empresas, pois, em geral, quem investe mais produz melhor, habilitando-se, assim, a obter sucesso na competição pelo mercado. Por isso, as grandes empresas tendem a "engolir" as competidoras menores por meio de aquisições ou incorporações. Esse processo de concentração de capital, inerente ao capitalismo, é responsável pela formação dos monopólios, ou melhor, dos oligopólios, isto é, poucos grupos de empresas que dominam o mercado.

Com a globalização, a economia mundial torna-se cada vez mais oligopolista, com grupos de transnacionais gigantescas controlando cada qual uma fatia ou segmento do mercado. No atual patamar da evolução capitalista, a competição desenfreada de antigamente assume a forma de moderna e respeitosa concorrência, que admite até mesmo alianças estratégicas entre empresas para conquistar mercado.

 

Embora transformada, a competição não desaparece, até mesmo porque a competitividade é o motor principal da globalização. Sempre em busca de maior produti vidade - e de lucros, indispensáveis a novos investimentos-, são comuns as fusões de empresas quando duas ou mais delas, geralmente de grande porte, se unem para formar uma outra, de maior dimensão e alcance no mercado.

Essas fusões podem ocorrer entre empresas do mesmo ramo (telecomunicações, por exemplo: Time Warner e America Online) ou de ramos afins (por exemplo: entretenimento Watt Disney e rede de televisão-ABC). Entre empresas de ramos ou de setores distintos, são menos freqüentes as fusões; nesse caso, é mais comum ocorrer aquisição ou incorporação - um banco comprando uma indústria, por exemplo.

A quase totalidade dos investimentos diretos realizados nos países desenvolvidos destina-se a incorporações e fusões. Nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvi mento, os investimentos produtivos estrangeiros estão dirigidos basicamente para a compra ou aquisição de empresas, públicas ou privadas.

Integrado na economia global, o Brasil é parte do espaço onde ocorrem os processos de concentração de capital: também aqui os diversos segmentos do mercado tendem a ser oligopolistas, controlados por poucas mas grandes empresas, quer sejam transnacionais, quer estrangeiras associadas ao capital nacional, excetuando remanescentes estatais ainda não privatizadas, como a Petrobrás. Os oligopólios estão presentes no setor automobilístico, de equipamentos de informática, de telecomunicações e de gravadoras de discos, entre outros.

 

0 Brasil e o mercado global

A competitividade de um país é medida pela sua capacidade de atrair capitais produtivos e, sobretudo, de oferecer ao mercado mundial produtos com qualidade e preços comparáveis aos dos concorrentes internacionais.

Para atrair investimentos diretos e obter financiamentos externos, um país precisa oferecer alguma segurança, isto é, apresentar fundada expectativa de que o capital que nele ingressar haverá de retornar ampliado de alguma forma. Estabilidade política e econômica, equilíbrio das finanças públicas, investimentos em infra-estrutura, em tecnologia e em capacitação da força de trabalho são algumas variáveis que entram na definição do risco que um país apresenta ao capital internacional.

0 chamado risco Brasil tem sido classificado pelas agências globais especializadas como moderado, de nível B. Entre os emergentes (Emergentes: são assim chamados os países em processo de aprofundamento da integração à economia mundial e, por isso, capazes de oferecer atrativos aos investidores internacionais. Fazem parte do grupo os países com apreciável dinamismo econômico, mas alheios ao Primeiro Mundo, como é o caso de nações do Leste europeu, dos Tigres Asiáticos, da China e da Rússia, da África do Sul, do Brasil e do México.) , Malásia e Tailândia, por exemplo, costumam figurar acima do Brasil, no nível A. Paquistão e Filipinas, assolados por crises políticoreligiosas internas, foram considerados no nível C.

 

0 fator que mais pesa na indesejável classificação de risco do Brasil é a dívida pública, muito elevada em relação às receitas que o país tem a receber em dólar, provenientes das exportações. No início do novo milênio, por exemplo, Chile e México, dois concorrentes latino-americanos, figuravam na frente do Brasil, em matéria de risco, e, em conseqüência, ofereciam maior atração para o capital estrangeiro.

 

Quanto aos preços, como fator decisivo da competitividade, cabe esclarecer que eles dependem dos custos de produção, acrescidos do lucro das empresas, indispensável a novos investimentos. No Brasil, as empresas são oneradas com despesas adicionais ou exageradas, representadas por uma pesada carga tributária (muitos impostos e taxas) e por encargos trabalhistas (FGTS, INSS, etc.), que aumentam os gastos com mão-de-obra.

Além disso, os exportadores brasileiros estão submetidos a elevadas despesas portuárias, que encarecem ainda mais o preço final dos produtos vendidos ao estrangeiro. 0 projeto de modernização dos portos e o processo de privatização do direito de exploração das operações de embarque e desembarque têm sido insuficientes para provocar redução significativa de despesas. As tarifas do porto de Santos, por exemplo, são em média quatro vezes maiores que as dos principais portos mundiais.

A incidência de despesas adicionais ou exageradas caracterizam o denominado custo Brasil, que compromete a competitividade dos produtos brasileiros no merca do internacional. Estudos recentes demonstraram que, sem o custo Brasil, as exportações do país poderiam aumentar 20%.

 

Para competir, qualidade e preço baixo

Com a revolução tecnológica em curso, que muitos chamam de revolução técnico-científica ou terceira revolução industrial, a qualidade de um produto é avaliada sobretudo em função da modernização dos métodos de produção.

 

O fator tecnológico não envolve somente as indústrias consideradas de ponta. Máquinas comandadas por computador garantem mais rapidez e melhor controle de qualidade em qualquer área.

No setor das indústrias têxteis e de confecções, por exemplo, China, Hong Kong e Coréia controlam sozinhos cerca de 30% das exportações mundiais. Concomitantemente a participação da América Latina no total mundial é de 2%; a do Brasil, menos de 1 %.

A possibilidade de o país ampliar sua participação no setor está na razão direta do investimento em modernização produtiva, e o Brasil, em comparação com outros países, principalmente com os desenvolvidos, investe muito pouco em ciência e tecnologia. Num novo índice criado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o índice de Conquistas Tecnológicas, divulgado em 2001, o Brasil ocupa a 432 posição entre 72 países pesquisados. Finlândia, Estados Unidos, Suécia, Japão e Coréia do Sul são os cinco primeiros colocados.

Além disso, os investimentos continuam extremamente concentrados na região Sudeste, mais especificamente nas universidades e centros de pesquisa do esta­do de São Paulo (gráfico abaixo).

 

Sem dúvida, o monopólio das empresas transnacionais, cujo poder sobre o setor tecnológico é amplo, torna mais difícil o desenvolvimento das potencialidades competitivas dos países pobres. A política brasileira de modernização tecnológica, implementada ao longo de toda a década de 1980, comprometeu ainda mais a competitividade de vários setores industriais, pois durante aquele período a orientação era extremamente nacionalista. O melhor exemplo é a reserva de mercado da informática adotada na época. A importação de materiais do ramo foi proibida, e acreditou-se que o Brasil poderia desenhar,

planejar e construir computadores somente com o investimento em pesquisa acadêmica.

O desejo de desenvolver uma tecnologia própria, no entanto, mostrou-se incompatível com a realidade do mercado internacional. As iniciativas do governo federal geraram um grande avanço dos centros de pesquisa de São Paulo, Campinas e São José dos Campos, mas o setor produtivo não acompanhou esse progresso.

A criação da Cobra - Sistema de Computadores S.A., em 1974, indústria brasileira de informática planejada para ser o embrião do setor no país, não resistiu à concorrência quando se viu diante da lei de mercado. Ao ser privatizada em 1994, não era mais fabricante de equipamentos, mas simples prestadora de serviços, e esse atraso no setor de informática acabou comprometendo praticamente todos os ramos da indústria nacional, desde o têxtil até o eletroeletrônico.

Outro fator que dificultou o acesso do país à tecnologia moderna foi a inexistência de uma política que garantisse proteção à propriedade intelectual. Apenas em 1996 foi aprovada a Lei de Patentes, e ainda assim com muitas brechas. Até então, os fornecedores de tecnologia tinham poucas garantias sobre seu trabalho criativo.

Composição das exportações e importações brasileiras

Com a industrialização de diversos países subdesenvolvidos e a conseqüente alteração na divisão internacinal do trabalho, a partir da década de 1980, países como

o Brasil aumentaram substancialmente suas exportações de produtos manufaturados. Hoje, mais da metade das vendas do país ao estrangeiro é de manufaturados (gráfico abaixo).

 

 

 

BRASIL: PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS

 

Volume exportado

Participação sobre o total

Produtos

(milhões de dólares)

de exportações (%)

Automóveis

4 975

9,7

Alumínio, ferro e aço

4 544

8,8

Máquinas e aparelhos mecânicos

4 338

8,4

Minérios

3 465

6,7

Madeira, celulose e papel

3 106

6,0

Têxteis e calçados

2 499

4,8

Café, chá e mate

2 460

4,8

Sementes oleaginosas

2204

4,3

Açúcar

2 027

3,9

Carnes

1 247

2,4

 

Fonte: IBGE. Anuário

estatístico do Brasil 1999. Rio de Janeiro, 2000.

 

Todavia, grande parte das exportações brasileiras é composta de commodities, ou seja, granéis cuja competitividade depende mais do acesso à matéria-prima que de conhecimentos tecnológicos, como óleo de soja, suco de laranja, celulose e alumínio (extraído da bauxita). Além disso, muitos manufaturados vendidos são de desenvolvimento tecnológico apenas médio; somente 9% das exportações de manufaturados agregam alta tecnologia.

Até o início dos anos 1990, o Brasil obtinha vantagens comparativas na exportação de manufaturados de médio desenvolvimento tecnológico, como têxteis e cal çados, graças à utilização de mão-de-obra relativamente barata. Hoje, essa vantagem, altamente questionável do ponto de vista social, desapareceu diante do avanço tecnológico de alguns países, como a Itália, ou sobretudo em face de países concorrentes onde os salários são ainda mais baixos, como a China.

Os principais produtos de exportação do país são minério de ferro, café, soja, aviões e automóveis. Observe a tabela acima.

Entre as importações brasileiras têm destaque o petróleo e seus derivados, produtos químicos e farmacêuticos, maquinaria industrial, equipamentos eletrônicos e autopeças. Grande parte dessas importações é feita por subsidiárias de transnacionais, o que revela o grau de inserção do país na chamada economia mundo.

O gráfico abaixo mostra os principais tipos de mercadorias que constituem a pauta de exportações e importações brasileiras.

Verifica-se, pois, que o Brasil permanece em desvantagem nas trocas comerciais, pois os produtos manufaturados que importa, por serem muitos deles de alto desenvolvimento tecnológico, têm preços mais elevados do que aqueles que exporta, a maior parte de baixo e médio desenvolvimento tecnológico.

 

 

Balança comercial

Na década de 1980, vivendo uma grave crise de sua enorme dívida externa, o Brasil fez grande esforço para obter superávits comerciais, a fim de conseguir dólares necessários ao pagamento dos juros cobrados pelos credores internacionais. Assim, de 1987 a 1994, a balança comercial do país apresentou uma sucessão de expressivos saldos favoráveis (gráfico abaixo).

Esse desempenho superavitário, contudo, foi obtido graças a uma política que incluía não só estímulos às exportações, mas também a redução das importações mediante restrições à compra de produtos estrangeiros. Ao limitar o ingresso de equipamentos e materiais necessários à modernização do parque produtivo do Brasil, essa política acabou retardando o avanço tecnológico e, com isso, comprometendo a competitividade dos produtos nacionais, com inevitáveis reflexos nas exportações do país.

Em 1995 a balança comercial se inverte. Com a política de valorização da nova moeda adotada, a implantação do Plano Real provocou o barateamento dos produtos estrangeiros, já que o dólar - moeda em que são cotadas as transações ficou mais acessível aos brasileiros. As importações aumentaram, mas as exportações ficaram mais difíceis, em virtude do elevado valor da moeda nacional. De 1995 a 1999, então, a balança comercial registrou sucessivos déficits.

A valorização do real não podia ser mantida, pois estava sufocando incontáveis empresas que produziam para a exportação. Em outras palavras, a pressão cambial, representada pela compressão do valor do dólar, impunha uma desvalorização da moeda nacional, o que foi feito pelo governo em 1999.

Com o câmbio retornando à realidade ditada pelas leis de mercado, as exportações aumentaram e a balança comercial se inverteu novamente, passando a apresentar superávits a partir do ano 2000.

Embora positivos, os saldos comerciais não têm correspondido às pretensões do governo, sempre condicionado pela necessidade de honrar os compromissos externos, basicamente o de pagar o serviço da dívida. Diversos fatores contribuem para o insatisfatório desempenho comercial do Brasil.

Por um lado, as importações aumentaram com o reaquecimento da economia do país, e o petróleo apresentou alta de preços no mercado internacional. Por outro lado, o preço das commodities agrícolas caiu, afetando as exportações brasileiras de café, soja e carne de frango. Além disso, a reativação econômica do país fez com que diversos segmentos industriais, como o siderúrgico e o petroquímico, reduzissem suas exportações a fim de ate­der o crescimento da demanda interna.

 

0 Brasil e os principais blocos econômicos mundiais

Nos últimos anos, têm-se ampliado as relações comerciais do Brasil com a União Européia (UE) e com a Ásia, ao mesmo tempo que diminui a participação relativa dos Estados Unidos nos intercâmbios externos do país. O gráfico da página seguinte indica que, depois da UE e do Nafta, o Brasil exporta em maior escala para a Ásia e o Mercosul. O país também tem ativado suas relações com o mercado africano, diretamente ou através da UE.

 

A diminuição das vendas de semimanufaturados e manufaturados para o mercado norte-americano é em grande parte compensada pelo mercado dos países asiáticos. Tal mudança representa um avanço, pois é na Ásia que se encontram as economias com maior ritmo de crescimento econômico.

Em termos bilaterais, os maiores parceiros comerciais do Brasil são os Estados Unidos, a Argentina, a Alemanha, os Países Baixos (Holanda) e o Japão.

União Européia - 0 aprofundamento das relações entre os países europeus reduz a necessidade de importações no continente, mas a UE e o Brasil já assina ram vários acordos de cooperação, e o Brasil exporta inúmeros produtos para os países do grupo com tarifas reduzidas. Os maiores compradores são a Alemanha, os Países Baixos, a Itália, a Bélgica e o Reino Unido. 0 Brasil, por sua vez, importa principalmente da Alemanha, Itália, França, Reino Unido e Países Baixos.

Nafta - De há muito, o Brasil mantém intensas relações comerciais com os Estados Unidos, sobretudo nas primeiras décadas do pós-guerra. Ultimamente elas tornaram-se proporcionalmente menos expressivas, na medida em que o país aumenta seus intercâmbios com outros parceiros. Mesmo assim, mais de 20% do comércio exterior brasileiro é feito com os Estados Unidos.

Com o Canadá, porém, os fluxos comerciais sempre foram inexpressivos. No início do novo milênio, uma disputa envolvendo a venda de aviões no mercado internacional, entre a brasileira Embraer e sua concorrente canadense, atritou as relações entre os dois países, prejudicando o aumento dos intercâmbios bilaterais.

Já o México, de figura discreta entre os parceiros do Brasil (menos de 2%), tem demonstrado interesse em ampliar relações não só com o mercado brasileiro, mas também com todos os países do Mercosul.

Desse modo, o México pretende diversificar seus parceiros comerciais, diminuindo a dependência em relação aos Estados Unidos. Já antes do Nafta, assinado em 1994, 70% das exportações do país destinavam-se aos Estados Unidos; com o acordo, essa percentagem passou para 80%.

A proposta mexicana em relação ao Mercosul abrange basicamente três medidas: redução de tarifas alfandegárias entre o México e os quatro países que inicialmente compuseram o Mercosul; liberação de atividades relacionadas com o setor de serviços (financeiros, de comunicações e infra-estrutura); e aumento dos investimentos entre todos os países.

Bloco asiático - As relações comerciais entre o Brasil e os Tigres Asiáticos são expressivas, assim como com o Japão e a China, sendo estes os maiores compra dores juntamente com Taiwan, Coréia do Sul e Hong Kong. Destes, a Coréia do Sul tem aumentado sua participação em investimentos diretos no Brasil. 0 Japão propõe-se também a aumentar sua participação.

A China tem constituído um importante mercado para o Brasil. Nos últimos anos, o comércio entre os dois países apresentou um forte crescimento. Grande parte das exportações brasileiras é de óleo de soja. Em troca, a China exporta para o Brasil têxteis, maquinários leves, brinquedos e roupas, mas fica em último lugar entre os maiores exportadores da Ásia para o país, colocando-se atrás de Japão, Cingapura, Coréia do Sul, Hong Kong e Taiwan.

A intensificação da entrada de produtos chineses e dos Tigres Asiáticos no Brasil tem ocasionado uma grande polêmica em torno de uma possível política de cotas de importação. Essa questão tem sido discutida não só nos organismos competentes, mas também por ocasião de visitas protocolares de chefes de Estado ou de seus representantes oficiais.

 

Mercosul - Desde sua criação, em 1991, até o início efetivo do processo de integração, o Mercosul apresentou um salto no intercâmbio entre os quatro países membros: passou de 8 para 28 bilhões de dólares por ano. Com a progressiva redução e a posterior abolição das tarifas de importação de produtos em um número cada vez maior, na busca do pretendido livre-comércio, as dificuldades começaram a acontecer. O estabelecimento de tarifas externas comuns (TECs) para determinados setores, como o de alguns bens de capital, bens intermediários e de telecomunicações, também gerou inevitáveis divergências na procura da almejada união aduaneira. Apesar dos percalços, o Mercosul tem avançado. Hoje, cerca de 90% das mercadorias produzidas nos países membros podem ser comercializadas internamente sem tarifas de importação. Mas, em alguns setores, são mantidas barreiras tarifárias temporárias.

As dificuldades para um maior avanço da integração residem nas diferenças de estrutura produtiva dos países, que precisam ser ajustadas nos prazos estabelecidos. Tais diferenças, por sua vez, enraízam-se nos desiguais níveis de desenvolvimento regional. Além disso, a desproporção entre os mercados nacionais faz com que a evolução do bloco dependa basicamente das relações entre o Brasil e a Argentina, países que respondem por mais de 90% do comércio interregional.

Assim, o intercâmbio do Brasil com o Mercosul é sobretudo expressão do comércio com a Argentina. Nos primeiros anos de criação do bloco, a balança comercial entre os dois países pendeu para o lado do Brasil, cujas importações da Argentina eram desestimuladas pela valorização do peso (legalmente equiparado ao dólar desde 1991 - lei da paridade cambial) em relação à moeda brasileira. Veja o gráfico abaixo.

Em 1995, o Plano Real, com a valorização da moeda brasileira, fez a balança comercial entre os dois países se inverter, passando a ser deficitária para o Brasil, o que perdurou até 1998. Em grande parte, a expansão da economia Argentina foi sustentada pelas exportações para o mercado brasileiro.

Em 1999, a desvalorização do real promovida pelo governo ocasionou nova inversão na balança, em virtude da expressiva redução das importações brasileiras, uma vez que os produtos argentinos ficaram com preços mais altos aos consumidores brasileiros. A diminuição das exportações para o Brasil foi um duro golpe para a economia Argentina, que se sentiu forçada a restringir as importações de produtos brasileiros, então tornados mais acessíveis no mercado platino. Somada a outros problemas, a retração econômica contribuiu para a crise que se instalou na Argentina e trouxe à tona divergências entre os dois países até então contornáveis. Surgem conflitos envolvendo diversos setores, notadamente o automobilístico, de têxteis, de calçados e de carne de frango. O futuro do Mercosul fica ameaçado, pois a Argentina ameaça tomar medidas protecionistas a seus produtos, e o Brasil reage nos mesmos termos.

Em abril do ano 2000, os dois países assinaram a Declaração de Buenos Aires, conhecida como o "relançamento do Mercosul", que formaliza uma reaproximação entre Brasil e Argentina com o objetivo de preservar o futuro do bloco. Esse acordo provocou uma ligeira reativação dos intercâmbios bilaterais, mas não eliminou alguns desentendimentos entre os dois parceiros.

Nessas condições, surgem questionamentos até mesmo quanto às conveniências da integração da maneira como foi prevista. Condicionada por grave crise inter na e influenciada pelo exemplo do Chile, que sempre

 

 

pretendeu nada mais que o livre-comércio com o Mercosul, do qual é associado, a Argentina sinaliza, em 2001, a possibilidade de recuo no processo integracionista; sugere que talvez convenha abdicar da meta de união aduaneira, acabando com as TECs e permanecendo apenas o propósito de área de livre-comércio.

A atitude Argentina coincide com uma maior aproximação com os Estados Unidos, ao mesmo tempo que a grande nação do Norte intensifica esforços a fim de antecipar a implantação da Área de Livre Comércio das Américas, a Alca.

Com o agravamento de sua situação econômica e social - retração de atividades produtivas, com o conseqüente aumento do desemprego -, a Argentina sentiu se forçada a pôr fim a sua paridade cambial (um peso igual a um dólar), que restringia as exportações por causa do alto valor de sua moeda.

Primeiramente, em junho de 2001, visando facilitar as vendas ao estrangeiro e, com isso, reativar a combalida economia nacional, o governo decretou a desvaloriza ção do peso, mas apenas para fins de exportação, mantendo de resto sua equiparação ao dólar. Essa modificação cambial não produziu os resultados pretendidos. Ao contrário, a economia continuou em queda, o desemprego atingiu níveis insuportáveis e a situação social tornou-se explosiva.

No início de 2002, comprometida com uma impagável dívida externa e em meio a uma crise sem precedentes em sua história recente, a Argentina completou a desvalorização de sua moeda, adotando um câmbio flutuante. Com isso, ficando mais baratos, os produtos argentinos poderão ser mais facilmente importados pelo Brasil, fazendo com que a balança comercial entre os dois

países penda para o lado do Prata. Mais tarde, porém, com o aumento das exportações, a esperada recuperação da economia portenha haverá de provocar um incremento das importações de produtos brasileiros. Seja como for, a intensificação dos intercâmbios comerciais entre Brasil e Argentina é indispensável para o futuro do Mercosul.

 

Transformações no mundo do trabalho

Segundo o IBGE, grande parte das pessoas com 10 anos ou mais de idade está ocupada em atividades agrícolas (24,6%), apesar da redução percentual nos últimos anos diante do processo de modernização da economia brasileira, e pouco mais de 20% (20,4) encontram-se nos diversos ramos da atividade industrial. O destaque está, sem dúvida, na grande taxa de ocupação verificada no setor de comércio e serviços (55%).

O gráfico abaixo confirma as tendências de transformação do trabalho no Brasil nas últimas décadas. O setor terciário é o responsável pela maior absorção da população ocupada. Em contrapartida, o investimento em tecnologia e a preocupação em reduzir custos são responsáveis pelo declínio de pessoal ocupado em todos os ramos industriais desde o fim da década de 1980.

Uma melhor avaliação da economia do país pode ser dada pela participação de cada setor no PIB. O gráfico da página seguinte demonstra que nos últimos anos vem aumentando a participação percentual do setor de serviços, declinando a da indústria.

 

 

Desemprego

Nos países desenvolvidos, até algumas décadas atrás, a diminuição da taxa de ocupação na indústria era, em grande parte, compensada pelo aumento da taxa de ocupação no setor terciário. Ocorria uma terciarização do trabalho e da economia, de maneira que os países industrializados conviviam com pequenas taxas de desemprego.

Quase ao mesmo tempo, nos países subdesenvolvidos que acolhiam o capital produtivo internacional, como o Brasil, a rapidez do processo de industrialização e, sobretudo, o forte êxodo rural causavam um considerável aumento do desemprego e da pobreza nas cidades. Com o advento da chamada terceira revolução industrial, a informatização atinge em cheio o setor terciário dos países ricos - bancos e prestação de serviços em geral -, que, assim, não só deixa de absorver grande parte da mão-de-obra liberada pela modernização industrial, como também passa até mesmo a reduzir postos de trabalho. Surge nesses países o chamado desemprego estrutural, que independe do crescimento ou de crise da economia. A falta de trabalho deixa de ser característica de países subdesenvolvidos para se universalizar; desde os anos 1990, o desemprego atinge proporções alarmantes na Europa.

Integrado ao mercado global, dominado por transnacionais, o Brasil pauta sua economia pela modernização tecnológica, o que significa automação e informatização de atividades. Daí o desemprego estrutural, que se soma à antiga escassez de trabalho própria do subdesenvolvimento.

 

Além disso, outras causas concorrem para o desemprego no Brasil, em decorrência de receitas neoliberais postas em prática no país:

• reestruturação do Estado brasileiro, por meio de ampla reforma administrativa que tem reduzido o número de empregos públicos;

• processo de privatização, que implica a reestruturação de empresas e a dispensa de trabalhadores considerados ociosos;

• abertura comercial e conseqüente concorrência de produtos estrangeiros no mercado interno, prejudicando os segmentos pouco competitivos do país.

É verdade que, a longo prazo, a abertura comercial traz vantagens para o país, pois obriga as empresas nacionais a se modernizarem para se tornar competitivas. Mas o investimento em tecnologia exige recursos, nem sempre disponíveis, e a redistribuição e qualificação da força de trabalho demandam tempo. Até lá, a competição internacional provoca desemprego, sobretudo entre os trabalhadores menos qualificados.

Na última década do milênio, o desemprego quase dobrou no país, passando de 4,03% para mais de 7%, conforme se pode ver no gráfico a seguir. Isso significa 7,6 milhões de brasileiros desempregados. Com esse total, o Brasil fica em terceiro lugar em número de desempregados no mundo, perdendo apenas para a índia (quase 40 milhões) e a Rússia (cerca de 9 milhões). Proporcionalmente, porém, a posição brasileira não é das piores, pois em muitos países o desemprego chega a mais de 10% e até de 15% (mapa abaixo).

 

Como não poderia ser diferente, em virtude das diversidades espaciais do país, o desemprego varia bastante de uma região para outra. As variações ocorrem em função da estrutura produtiva de cada região, do nível de desenvolvimento industrial, do ritmo de modernização do campo e do setor de serviços, entre outros fatores.

 

TAXAS DE DESOCUPAÇÃO DAS PESSOAS COM 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, SEGUNDO AS GRANDES REGIÕES

Região Nordeste Norte Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

 

      Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios; síntese de indicadores 1999

 

 

 

Soluções

A forma efetiva de combate ao desemprego é através do crescimento econômico. Nos Estados Unidos, por exemplo, a diminuição de postos de trabalho causada pela automação e informatização de atividades foi compensada, nos anos 1990, pela abertura de novos empregos na indústria e nos serviços, graças a uma forte expansão da economia. Por isso, o problema do desemprego na América do Norte é bem menor que na velha Europa.

No Brasil, na última década do milênio, o PIB cresceu em média 2,5% ao ano. No mesmo período, no entanto, o número de empregos na indústria praticamente não aumentou, pois a eliminação de postos de trabalho, provocada pela modernização tecnológica, anula a oferta de vagas nas novas fábricas que surgem. No setor terciário, a expansão do emprego, embora expressiva, fica aquém do que seria necessário para atender a demanda - a cada ano, o crescimento vegetativo da população acresce cerca de 800 mil jovens adultos ao mercado de trabalho. Além disso, grande parte das vagas oferecidas exige qualificação profissional que muitos interessados não possuem. Por essas razões, não ocorre redução substancial do desemprego no país. Estima-se que esse flagelo possa até aumentar, seja pelo aprofundamento da integração do Brasil na economia global, seja por fatores de conjuntura, como, por exemplo, uma retração econômica provocada por um ataque especulativo do capital financeiro internacional.

Nesse cenário, a própria população trata de responder ao problema da falta de emprego. A resposta mais comum é a atividade informal basicamente no comércio

e serviços. O extraordinário aumento do setor informal da economia é uma conseqüência da diminuição de postos de trabalho. Também cresceu nos últimos anos a percentagem de pessoas que trabalham por conta própria. A estimativa é que elas já sejam mais de 20% das pessoas ocupadas no país (foto abaixo).

Do ponto de vista do empregador e do governo, várias medidas são apontadas como necessárias para amenizar os elevados índices de desemprego:

• diminuição da jornada de trabalho, já implementada por muitas indústrias, principalmente as automobilísticas;

• diminuição dos encargos sociais, o que estimularia muitas empresas a contratar mais pessoal;

• investimento em infra-estrutura, o que esbarra na insuficiência de recursos do Estado;

• treinamento de mão-de-obra qualificada.

Essa última medida, de implementação a longo prazo, é considerada como a mais importante para expandir a base produtiva do país, atrair investimento estrangeiro e elevar a competitividade dos produtos aqui fabricados.

 

Desemprego: como calcular

 Basicamente, há duas metodologias ou maneiras de calcular o índice de desemprego. A mais usada considera desempregadas apenas as pessoas que, no período de referência, estavam em disponibilidade, procurando emprego. É o chamado desemprego aberto, utilizado pelo IBGE. A outra maneira é mais ampla, pois inclui também o desemprego oculto, representado por pessoas que não procuravam ocupação por desalento ou porque estavam exercendo algum trabalho precário. É o desemprego total, calculado no Brasil pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese). Cálculos diferentes produzem resultados distintos. Em agosto de 2000, por exemplo, enquanto o IBGE apontava uma taxa de desemprego no país de 7,15%, o Dieese apresentava um índice de 17,70%.

 

CARACTERÍSTICAS, FORMAÇÃO DO ESPAÇO NATURAL BRASILEIRO E ESTRUTURA GEOLOGICA.

 

 

Caracterização do espaço natural brasileiro Extensão territorial

 

 

 

0 território brasileiro e imenso. Sua área, de 8.547.403,5 km2, e comparável A de continentes, como o da Oceania (8.935.000 km2) e o da Europa (10.171.000 km2). Dai o use da expressão pais-continente para se referir ao Brasil. Esta extensa área lhe confere as seguintes posições nos âmbitos regional, continental e mundial:

 

• Na América do Sul: l° lugar, seguido por Argentina (2.780.272 km2), Peru (1.285.216 km2), Colômbia (1.141.748 km2) e Bolívia (1.098.581 km2).

• Na América: 3° lugar, antecedido pelo Canadá (9.970.610 km2) e pelos Estados Uni dos (9.372.614 km2). Se considerarmos apenas a área continua dos Estados Unidos, isto e, sem o Alasca e o Havaí (7.852.155 km2), c Brasil fica com o 2° lugar.

• No mundo: 5° lugar, antecedido pelos seguintes países: Rússia (17.075.400 km2) Canadá (9.970.610 km2), China (9.571.30( km2) e Estados Unidos (9.372.614 km2). Em terras contínuas, o Brasil ocupa o 4°lugar Observe a figura 5.1.

 

A área territorial brasileira corresponde a:

• 1,6% da superfície total da Terra; • 6% das terras emersas;

• 20,8% do continente americano; • 47,7% da América do Sul.

 

Localização geográfica limites e pontos extremos

 

0 Brasil ocupa a porção oriental da América do Sul. cortado ao norte pela linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio. Em decorrência disso, 93% do seu território situa-se no hemisfério sul e 92% na zona tropical.

 

Os limites territoriais do Brasil totalizam 23.086 km, dos quais 7.408 km com o Oceano Atlântico e 15.719 km com países vizinhos. Na América do Sul, só o Chile e o Equador não se limitam com o Brasil. As direções e as respectivas áreas limítrofes são:

• Norte: Guiana Francesa, Suriname, República da Guiana e Venezuela.

• Noroeste: Colômbia. • Oeste: Peru e Bolívia.

• Sudoeste: Paraguai e Argentina. • Sul: Uruguai.

• Nordeste, Leste e Sudeste: Oceano Atlântico.

 

Os pontos extremos do Brasil são os seguintes:

• Norte: nascente do Rio Ailã, no Monte Caburaí, Roraima, fronteira com a Guiana, a 5°16' de latitude norte.

• Sul: Arroio Chuí, Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai, a 33°44' de latitude sul. • Leste: Ponta do Seixas, Paraíba, a 34°47 de longitude oeste.

• Oeste: nascente do Rio Moa, na Serra Contamana, no Estado do Acre, fronteira com o Peru, a 73°59' de longitude oeste.

As distâncias máximas entre os pontos extremos norte e sul e leste e oeste do território brasileiro são enormes e quase equivalentes. Observe na figura 5.3 a distancia:

• norte-sul: 4.394 km;

• leste-oeste: 4.319 km.

 

 

Formação do espaço natural brasileiro

 

Por elementos naturais do espaço entende-se a estrutura geológica, o relevo, o clima, a vegetação e a hidrografia, entre outros.

Embora cada um desses elementos apresente a sua individualidade, existe profunda interação e interdependência entre os diferentes componentes da paisagem natural. 0 clima, por exemplo, ao mesmo tempo que interfere em vários elementos, como a vegetação, o relevo, a hidrografia, também é influenciado por eles.

0 espaço natural brasileiro começou a ser formado há alguns bilhões de anos, junto com as massas continentais.

Diversas evidências indicam que desde o surgimento das primeiras massas continentais (há 4 ou 4,5 bilhões de anos) até por volta de 180 a 200 milhões de anos atrás, os atuais continentes encontravam-se reunidos em um único supercontinente denominado (Pan, "tudo"; gea, "terra").

A partir de então, supõe-se que teve início um longo processo de deslocamento das placas tectônicas, gerado por imensas pressões internas. A Pangéia dividiu-se, dando origem a vários blocos continentais, que vieram a formar os atuais continentes. Observe as figuras 5.6, 5.7 e 5.8.

 

 

Os cientistas supõem que, por volta de 180 a 200 milhões de anos atrás, a Pangéia começou a separar­se, compondo dois grandes blocos continentais (Laurásia e Gondwana), cuja subdivisão originou os atuais continentes.

 

 

Há 65 milhões de anos, a América do Sul, provavelmente, já estava separada da África, mas ainda não se ligara à América do Norte. As Montanhas Rochosas, a Cordilheira dos Andes e demais cordilheiras atuais ainda não existiam.

 

 

Finalmente, nos últimos 50 milhões de anos, continentes e oceanos assumiram, aproximadamente, a configuração atual.

Como parte da Pangéia, e mais tarde do bloco continental sul-americano, o território brasileiro também é produto das transformações físicas, químicas e biológicas que se processaram ao longo dos últimos 4 ou 4,5 bilhões de anos.

Isso significa que a estrutura geológica (tipos de rocha), a geomorfologia (formas de relevo) e os demais elementos naturais (clima, vegetação, hidrografia) resultam da dinâmica processada e comandada pela própria natureza ao longo do tempo.

Há pouco mais de 65 milhões de anos, a América do Sul ainda estava separada do restante do continente americano, e não existiam as cordilheiras que hoje ocupam a porção oeste deste continente (Rochosas e Andes).

A separação entre o bloco continental sul-americano e o africano, a junção da América do Norte com a América do Sul, a formação das cordilheiras e o estabelecimento da atual configuração e do contorno do continente americano processaram-se nos últimos 65 milhões de anos.

Por volta de 40 ou 50 milhões de anos atrás, quando a América teria recebido seus primeiros habitantes, o contorno e a geografia física do continente já estavam pratica­mente delineados.

 

 

Estrutura geológica do Brasil

 

0 território brasileiro é formado, basicamente, por dois tipos de estrutura geológica: os escudos cristalinos e as bacias sedimentares.

As formações serranas originaram-se de dobramentos antigos, ou seja, que existiram antes da Era Cenozóica. Por exemplo: os dobramentos que originaram a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira existiram na Era Arqueozóica, e os que originaram a Serra do Espinhaço, na Era Proterozóica.

 

Áreas cratônicas: terrenos arqueozóicos e proterozóicos

Além de ser geologicamente estáveis, os crátons têm grande importância econômica porque abrigam as principais jazidas de minerais metálicos, como ferro, manganês, cobre. Por serem muito antigos, a ação dos agentes externos do relevo (clima, rios, mar etc.) modelou-os, dando origem a formas arredondadas, os planaltos cristalinos. Do território brasileiro, 36% corresponde aos escudos cristalinos, assim distribuídos:

• 32% são da Era Arqueozóica. Esses terrenos, os mais antigos do país, são constituídos por rochas magmáticas intrusivas ou internas (como o granito) e metamórficas (como o gnaisse) e formam o chamado Embasamento ou Complexo Cristalino Brasileiro;

• 4% são terrenos da Era Proterozóica, em que predo

minam as rochas metamórficas. Possuem grande importância econômica porque neles se localizam as principais jazidas de minerais metálicos do país. É o caso das jazidas de ferro do Quadrilátero de Ferro (MG), da Serra dos Carajás (PA) e do Maciço de Urucum (MS); das jazidas de manganês da Serra do Navio (AP); da bauxita de Oriximiná (PA); da cassiterita de Rondônia.

 

Podemos também considerar os escudos cristalinos em dois grandes blocos: o Escudo das Guianas, situado ao norte, e o Escudo Brasileiro, que abrange as porções central, leste e sul do país e se encontra subdividido em várias partes denominadas núcleos ou escudos propriamente (Sul-Amazônico, Atlântico, Uruguaio-Sul-Rio-Grandense).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- Bacias sedimentares

 

As bacias sedimentares cobrem 64% da área total do Brasil e classificam-se, quanto à extensão, em grandes bacias (Amazônica, do Meio-Norte, Paranaica, São-Franciscana e do Pantanal) e pequenas bacias (do Recôncavo Baiano, de São Paulo, de Curitiba).

 

Quanto à idade, classificam-se em:

• antigas: paleozóicas (São-Franciscana e Paranaica), mesozóicas (Meio-Norte e do Re­côncavo); e

• recentes: cenozóicas terciárias (Central e Costeira), e quaternárias (Amazônica e do Pantanal).

 

0 petróleo extraído no Brasil é proveniente tanto de bacias sedimentares continentais (por exemplo, a Bacia do Recôncavo Baia no), como de bacias sedimentares marítimas (por exemplo, a Bacia de Campos, no Rio de Janeiro). Quanto ao carvão mineral, as principais jazidas e a quase totalidade da produção encontram-se na Região Sul, a maioria em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.

 

 

- Dobramentos modernos (ou cadeias orogênicas recentes)

Correspondem às grandes cadeias montanhosas do globo, de origem recente, datados do Terciário da Era Cenozóica. Sua gênese é explicada pela teoria da tectônica de placas que veremos mais adiante. Os grandes exemplos são: Andes, Rochosas, Alpes, Himalaia. Por serem de formação recente ainda não foram muito desgastados pela erosão e apresentam elevadas altitudes. Não há dobramentos modernos no Brasil.

 

 

RELEVO BRASILEIRO

 

 

0 relevo brasileiro apresenta grande variedade morfológica (de formas), como: serras, planaltos, chapadas, depressões, planícies e outras, resultado da ação, principalmente, dos chamados agentes externos sobre estruturas geológicas de diferentes naturezas e idades. Os agentes externos que mais participaram da formação do relevo brasileiro foram o clima (temperatura, ventos, chuvas) e os rios.

Em sua porção continental, não apresenta formas oriundas da atuação recente dos agentes internos (vulcanismo, tectonismo), como as elevadas montanhas que caracterizam as cordilheiras de tipo andino, alpino e himalaio.

 

Apesar de as estruturas geológicas que lhe deram origem serem em geral antigas, as formas atuais de nosso relevo foram esculpi das ao longo, principalmente, do Período Terciário e do início do Quaternário. Esses dois períodos pertencem à mais recente das eras geológicas: a Cenozóica.

 

No aspecto altimétrico, o relevo brasileiro é caracterizado pelo predomínio de altitudes relativamente modestas. Apenas um ponto do território ultrapassa 3.000 metros de altitude: o Pico da Neblina (3.014 m), ponto culminante (mais alto) do Brasil, localizado no Estado do Amazonas, próximo à fronteira com a Venezuela. Mais de 99% do relevo brasileiro possui altitudes inferiores a 1.200 metros

 

0 predomínio de altitudes medianas deve-se, de um lado, à inexistência de dobramentos modernos e, de outro, à intensa ação erosiva que ao longo do tempo desgastou as velhas estruturas geológicas mais salientes do território brasileiro. A tabela 6.1 confirma o caráter modesto dessas altitudes.

 

No mapa hipsométrico (altitudes) da figura 6.2, podemos observar, por exemplo, que:

• apesar de o ponto culminante estar situado no norte do país, a maior concentração de terras altas encontra-se na porção sudeste;

• quase a totalidade do relevo possui altitudes inferiores a 800 metros.

 

Brasil: Cotas Altimétricas

terras baixas 41,00%

0 a 100 metros 24,90%

101 a 200 metros 16,91%

terras altas 58,46%

201 a 500 metros 37,03%

501 a 800 metros 14,68%

801 a 1200 metros 6,75%

áreas culminantes 0,54%

1200 a 1800 metros 0,52%

acima de 1800 metros 0,02%

Classificações do relevo brasileiro

 

 

 

 

As primeiras classificações do relevo brasileiro datam da primeira metade do século XIX e refletem o estágio embrionário em que se encontravam os nossos conhecimentos geológicos e geomorfológicos.

De modo geral, eram classificações incompletas e baseadas em critérios teórico-metodológicos inconsistentes ou confusos. Algumas definiam as unidades de relevo misturando denominações geomorfológicos com geológicas, por exemplo: planalto cristalino, em que planalto é um conceito geomorfológico e cristalino (tipo de rocha) é um conceito geológico. Outras classificações deixavam de mencionar importantes unidades do relevo.

A classificação de Aroldo de Azevedo

 

Criada em 1949 e ainda em uso, apesar de não incorporar alguns novos conhecimentos adquiridos sobre o relevo brasileiro, a classificação de Aroldo de Azevedo ganhou larga aceitação no país devido, entre outros fatores:

- à preocupação do autor em dar um tratamento mais coerente às unidades do relevo. Assim, ao denominar as grandes unidades do relevo como planaltos e planícies (Planalto Meridional, Planície Amazônica), Aroldo de Azevedo valorizou a terminologia geomorfológica. A terminologia geológica foi utilizada apenas para as subunidades ou unidades menores. Por exemplo: Planalto Arenito-Basáltico (sub­unidade do Planalto Meridional) e Chapadas Sedimentares (sub­unidade do Planalto Central);

- ao cuidado do autor em identificar as áreas bem individualizadas, tanto em relação às características topográficas quanto às geológicas;

- à sua simplicidade e originalidade.

Em artigo intitulado "0 relevo brasileiro e seus problemas", Aziz Nacib Ab’Saber, discípulo de Aroldo de Azevedo e também autor de outra classificação, assim se referiu à proposta pelo mestre:

"[...1 A originalidade dessa nova contribuição residiu na bela pesquisa que o autor fez sobre as velhas e modernas classificações do relevo brasileiro e na concisa análise crítica por ele realizada em torno das classificações que lhe pareceram mais importantes. [...1 "Por último queremos lembrar que é sobretudo pelas subdivisões propostas para o relevo brasileiro que a classificação de Aroldo de Azevedo merece especiais elogios, pois representou um sério trabalho de reconhecimento preliminar de unidades de relevo mais ou menos bem individualizadas, a despeito mesmo de sua delimitação imprecisa. [...1" AB’SABER, Aziz N. In: AZEVEDO, Aroldo (org.). Brasil; a terra e o homem, v. 1, cap. I II.

Aroldo de Azevedo dividiu o Brasil em sete grandes unidades de relevo: quatro planaltos (das Guiarias, Central, Atlântico e Meridional) e três planícies (Amazônica, Costeira e do Pantanal). Observe o mapa da figura 6.3.

 

 

A classificação de Aziz N. Ab’Saber

 

Em 1962, o renomado geógrafo Aziz N. Ab’Saber propôs nova divisão do relevo brasileiro contando, em algumas regiões, com o uso da aeroiotogrametria, que consiste em medições precisas por meio da fotografia aérea. Apesar de ter incorporado outros conhecimentos sobre o relevo brasileiro (acréscimos de novas unidades etc.), manteve grande parte da proposta elaborada por Aroldo de Azevedo.

Aziz N. Ab’Saber compreendeu o Planalto Atlântico como duas unidades (Planalto Nordestino e Serras e Planaltos do Leste e Sudeste) e acrescentou à nova divisão dois outros planaltos (o do Maranhão-Piauí e o Uruguaio­Sul-Rio-Grandense), elevando para dez o total de grandes unidades do relevo brasileiro. Observe o mapa da figura 6.4.

 

 

Novas técnicas para classificar o relevo brasileiro

 

Ao contrário das classificações. anteriores, em geral elaboradas com base em da dos obtidos em longas viagens, por terra, no extenso território brasileiro, a classificação de Jurandyr L. S. Ross resultou do emprego de uma tecnologia mais avançada.

De 1970 a 1985, o Projeto RadamBrasil fotografou todo o território brasileiro por meio de um radar instalado na fuselagem de um avião. Esse trabalho constituiu completo e minucioso levantamento da geologia, da geomorfologia e dos recursos naturais (solos, vegetação, hidrografia, minérios etc.) do país.

Do relevo obteve-se informações de tal modo precisas, que foi possível identificar com clareza os diferentes tipos e as verdadeiras dimensões das unidades de relevo existentes. A Planície Amazônica, por exemplo, que nas classificações de Aroldo de Azevedo e Aziz N. Ab’Saber abrangia uma área de aproximada­mente 2 milhões de km2, ficou reduzida a apenas 5% desse total (cerca de 100 mil km’). Os 95% restantes correspondem, na verdade, a outras formas de relevo (depressões, planaltos).

0 Planalto Central, outra extensa unidade morfológica, deixou de ser assim considerado. Foi dividido em diversas unidades morfológicas, nenhuma das quais herdou o nome original. Também deixaram de ser consideradas as denominações Planalto das Guianas e Planalto Meridional.

Atualmente, grande parte da produção cartográfica brasileira, e mundial, é realizada com modernas técnicas. Leia o texto do quadro abaixo.

Na classificação de Jurandyr L. S. Ross, além de o número de grandes unidades geomorfológicas aumentar para 28, foi introduzi do um conceito geomorfológico: o de depressão. Nas classificações anteriores, o relevo brasileiro compreendia planaltos e planícies.

 

0 que são planalto, planície e depressão, de acordo com o estudo de Jurandyr L. S. Ross?

Planalto é uma superfície irregular com altitude acima de 200 metros, resultante da erosão em rochas cristalinas ou sedimentares. Forma de relevo predominante no país, o planalto pode ter morros, serras e chapadas (elevações íngremes de topo plano). Observe a figura 6.5.

 

 

Planície é uma superfície plana, geralmente com altitude inferior a 100 metros, formada pelo acúmulo de sedimentos (figura 6.6).

 

 

Depressão é uma superfície com suave inclinação e formada por prolongados processos de erosão. Menos irregular do que o planalto, situa-se em altitudes que vão desde 100 até 500 metros ou mais.

As depressões continentais podem ser relativas ou absolutas. São relativas quando situadas abaixo do nível das regiões vizinhas, porém acima do nível domar. São absolutas quando situadas abaixo do nível do mar, ou seja, abaixo de zero metro de altitude. Veja a figura 6.7.

 

 

No Brasil só existem depressões relativas. É o caso da Depressão do Vale do Rio Paraíba do Sul, situada entre a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira. Como exemplo de depressão absoluta pode ser citado o Mar Morto, na Palestina, situado a 395 metros abaixo do nível do mar.

 

A classificação de Jurandyr L. S. Ross

 

0 critério utilizado por Jurandyr L. S. Ross e sua equipe de geógrafos leva em conta a estrutura geológica na gênese das formas de relevo (fator estrutural), mas valoriza sobretudo a geometria ou modelado (fator escultural ou morfológico) que essas formas apresentam. Por isso, nesta classificação o primeiro nível é essencialmente geomorfológico, representado pelos planaltos, depressões e planícies. 0 segundo nível considera o caráter estrutural (geológico) dos planaltos. Assim, aparecem os planaltos esculpidos em bacias sedimentares, em núcleos cristalinos. Este nível não abrangeu as depressões porque, segundo o autor, "constituem superfícies de erosão embutidas por entre os planaltos, e algumas delas se estendem por mais de uma estrutura, definindo­se mais pelo caráter escultural".

0 terceiro nível define nominalmente cada uma das unidades geomorfológicas, tanto as de planalto como as de planície ou de depressão. Por exemplo: Planalto da Borborema, Depressão do Araguaia e Planície do Rio Amazonas.

 

 

Importância desta classificação

Em razão da maior complexidade e do detalhamento que essa classificação apresenta em relação às classificações de Aroldo de Azevedo e de Ab’Saber, sua importância ultrapassa o âmbito escolar, permitindo o conhecimento pormenorizado do relevo brasileiro, fundamental no planejamento do país. Por exemplo, na definição de políticas de ocupação agrícola, de proteção ao meio ambiente, de exploração dos recursos naturais, de colonização. 0 conhecimento detalhado do relevo possibilita melhor aproveitamento e proteção do mesmo.

Observe, na figura 6.8, o mapa do relevo organizado por Jurandyr L. S. Ross e sua equipe de geógrafos, em que estão indicadas as 28 macrounidades, denominadas unidades morfoesculturais.

 

Unidades dos planaltos

Em sua grande maioria, as unidades de planalto apresentam-se como formas residuais, ou seja, restos de antigas superfícies erodidas. De acordo com Jurandyr L. S. Ross, "o caráter residual decorre do fato de que tais planaltos estão circundados por extensas áreas de depressões relativas e que por conseguinte põem em ressalto os relevos mais altos que ofereceram maior dificuldade ao desgaste erosivo".

As unidades de planalto são em número de onze e abrangem a maior parte do território brasileiro. Os mais extensos planaltos são: Planalto da Amazônia Ocidental, Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná, Planaltos e Chapadas da Bacia do Parnaíba e Planaltos e Serras do Atlântico Leste e Sudeste.

 

 

Unidades das depressões

As unidades das depressões relativas continentais foram geradas por processos erosivos ocorridos no contato das extremidades das bacias sedimentares com maciços antigos. Esses processos erosivos originaram os diferentes tipos de depressões existentes no território brasileiro: periféricas, marginais, interplanálticas e outras.

A depressão periférica é uma área deprimida que aparece na zona de contato entre terrenos sedimentares e cristalinos. Tem forma alongada. Exemplo: a Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná. A depressão marginal margeia as bordas de bacias sedimentares. Exemplo: a Depressão Sul-Amazõnica e Norte-Amazõnica. A depressão interplanáltica é uma área de altitude mais baixa que a dos planaltos que a circundam. Exemplo: Depressão Sertaneja e do São Francisco.

As unidades das depressões são em número de onze e constituem a segunda mais importante forma de relevo existente no Brasil. As principais são as seguintes: De­pressão Marginal Norte-Amazõnica, Depres­

são Marginal Sul-Amazõnica, Depressão Sertaneja e do São Francisco e Depressão Periférica da Bacia do Paraná.

 

Unidades das planícies

As unidades das planícies correspondem às áreas de relevo essencialmente plano, formadas pela deposição recente de sedimentos de origem marinha, fluvial e lacustre.

Na proposta de Jurandyr L. S. Ross, as planícies ocupam, relativamente aos planaltos e às depressões, pequena superfície.

A Planície do Rio Amazonas constitui uma estreita faixa de terras planas que margeiam o Rio Amazonas e seus afluentes, incluindo a Ilha de Marajó.

 

 

Três grandes perfis que resumem nosso relevo (Por Jurandyr Ross)

 

 

 

Região Norte

Este corte (perfil noroeste-sudeste) tem cerca de 2000 quilômetros de comprimento. Vai das altíssimas serras do norte de Roraima, na fronteira com a Venezuela, Colômbia e Guina, até o norte do Estado de Mato Grosso. Mostra claramente as estreitas faixas de planície situadas às margens do Rio Amazonas, a partir das quais seguem-se amplas extensões de terras altas: planaltos e depressões.

 

Região Nordeste

Este corte tem cerca de 1500 quilômetros de extensão. Vai do interior do Maranhão ao litoral de Pernambuco. Apresenta um retrato fiel e abrangente do relevo da região: dois planaltos (da Bacia do Parnaíba e da Borborema) cercando a Depressão Sertaneja (ex-Planalto Nordestino). As regiões altas são cobertas por mata. As baixas, por caatinga.

 

Regiões Centro-Oeste e Sudeste

Este corte, com cerca de 1500 quilômetros de comprimento, vai do Estado de Mato Grosso do Sul ao litoral paulista. Com altitude entre 80 e 150 metros, a Planície do Pantanal está quase no mesmo nível do Oceano Atlântico. A Bacia do Paraná, formada por rios de planalto, concentra as maiores usinas hidrelétricas brasileiras.

 

 

 

Pequeno dicionário técnico (as definições que aparecem abaixo aplicam - se ao mapa de relevo do Brasil elaborado por Jurandyr L.S.Ross) (Extraído de: Nova Escola - outubro/1995)

 

 

Depressão: superfície entre 100 e 500 metros de altitude com suave inclinação, formada por prolongados processos de erosão. É mais plana do que o planalto. O mapa escolar de Jurandyr é o primeiro a aplicar esse conceito.

 

 

Planalto: ao contrário do que sugere o nome, é uma superfície irregular com altitude acima de 300 metros. É o produto da erosão sobre rochas cristalinas ou sedimentares. Pode ter morros, serras ou elevações íngremes de topo plano (chapadas).

 

 

Planície: superfície muito plana com no máximo 100 metros de altitude. É formada pelo acúmulo recente de sedimentos movimentados pelas águas do mar, de rios ou de lagos. Ocupa porção modesta no conjunto do relevo brasileiro.

 

 

Escarpa: terreno muito íngreme, de 100 a 800 metros de altitude. Lembra um degrau. Ocorre na passagem de áreas baixas para um planalto. É impropriamente chamada de serra em muitos lugares, como na Serra do Mar, que acompanha o litoral.

 

 

Serra: terreno muito trabalhado pela erosão. Varia de 600 a 3000 metros de altitude. É formada por morros ou cadeias de morros pontiagudos (cristas). Não se confunde com escarpa: serra se sobe por um lado e se desce pelo lado oposto.

 

 

Tabuleiro: superfície com 20 a 50 metros de altitude em contato com o oceano. Ocupa trechos do litoral nordestino. Geralmente tem o topo muito plano. No lado do mar, apresenta declives abruptos que formam as chamadas falésias ou barreiras.

 

 

Relevo submarino e litoral

 

Introdução

O relevo submarino é subdividido em quatro partes: Plataforma continental, Talude, Região Abissal e Região Pelágica.

 

 

1. Plataforma Continental

É a continuação do continente (SIAL), mesmo submerso. Possui profundidade média de 0 a 200 m, o que significa que a luz solar infiltra-se na água, o que gera condições propícias à atividade biológica e ocasiona uma enorme importância econômica - a PESCA. Há também, na plataforma continental, a ocorrência de petróleo.

-Talude: Desnível abrupto de 2 a 3 km. É o fim do continente.

-Região Abissal: Quando ocorre aparece junto ao talude e corresponde às fossas marinhas.

-Região Pelágica: SIMA - é o relevo submarino propriamente dito, com planícies, montanhas e depressões.

Surgem aqui as ilhas oceânicas:

- Vulcânicas, como Fernando de Noronha

- Coralígenas, como o Atol das Rocas

 

2. Litoral

 

Corresponde à zona de contato entre o oceano e o continente; em permanente movimento, possui variação de altura - as marés, que são influenciadas pela Lua.

Quando, durante o movimento das águas oceânicas a sedimentação supera o desgaste, surgem as praias, recifes e restingas. Quando o desgaste (erosão) supera a sedimentação, surgem as falésias (cristalinas ou sedimentares).

 

 

Restinga

 

 

Falésia

 

Fonte: Extraído do Panorama Geográfico do Brasil - Melhem Adas

 

 

 

 

O litoral brasileiro é pouco recortado. Esse fato ocorre em função da pobreza em glaciações quaternárias que atuaram intensamente nas zonas temperadas do globo. O poder erosivo das geleiras é imenso.

· O litoral norte brasileiro apresenta a plataforma continental mais larga, pois muitos rios (entre eles o Amazonas), ali deságuam, despejando uma quantidade enorme de sedimentos. O litoral nordestino possui a mais estreita plataforma continental.

· Principais lagoas costeiras: dos Patos e Mirim (RS); Conceição (SC); Araruama (RJ).

· Ilhas Costeiras Continentais: Santa Catarina (Florianópolis); São Francisco (SC); São Sebastião (Ilha Bela); Santo Amaro (Guarujá).

· Ilha Costeira Aluvial: Marajó

· Ilha Vulcânica: Fernando de Noronha

· Baías: Todos os Santos (BA); Guanabara (RJ); Paranaguá (PR); Laguna (SC); Angra dos Reis e Parati (RJ).

 

 

SOLOS

 

1. Introdução

O solo (agrícola) é constituído por rocha intemperizada, ar, água e matéria orgânica, formando um mato que recobre a rocha em decomposição.

 

2. Intemperismo Físico ou Desagregação Mecânica

Na superfície da crosta terrestre as rochas expostas estão sujeitas a grande variação diuturna e/ou anual de temperatura e, portanto, grande variação no seu volume, decorrente da dilatação e contração dos minerais que as constituem. Essa dinâmica rompe, divide a rocha em fragmentos cada vez menores.

 

3. Intemperismo ou Decomposição Química

Decorre da reação química entre a rocha e soluções aquosas. Caso a rocha tenha sofrido prévio intemperismo físico a decomposição química se acelera por atuar em fragmentos da rocha, ou seja, a superfície de contato aumenta.

O intemperismo (químico ou físico) está diretamente relacionado ao clima. Na região Amazônica, onde a pluviosidade é elevada e a amplitude térmica pequena, há intensa ação química. No Deserto do Saara, onde a pluviosidade é baixíssima e a variação diuturna de temperatura muito alta, há intensa ação física, decorrente da variação de temperatura.

Ao sofrer intemperismo a rocha adquire maior porosidade, com decorrente penetração de ar e água, o que cria condições propícias ao surgimento da vegetação e conseqüente fornecimento de matéria orgânica ao solo, aumentando cada vez mais a sua fertilidade.

 

4. Horizontes do Solo

 

 

A matéria orgânica, fornecida pela flora e fauna decompostas, é encontrada principalmente na camada superior da massa rochosa intemperizada que, ao receber ar, água e matéria orgânica, transformou-se em solo agrícola. Essa camada superior é o Horizonte A. Logo abaixo, com espessura variável relacionada ao clima, encontramos rocha intemperizada, ar, água e pequena quantidade de matéria orgânica - Horizonte B. Em seguida, encontramos rocha em processo de decomposição - Horizonte C - e, finalmente, a rocha matriz - Horizonte D - que originou o manto de intemperismo, ou solo, que a recobre. Sob as mesmas condições climáticas, cada tipo de rocha origina um tipo de solo diferente, ligado à sua constituição mineralógica.

Ex: Basalto - Terra Roxa.

Gnaisse - Massapê

OBSERVAÇÃO : Solos sedimentares ou Aluvionais não apresentam horizontes.

 

 

 

 

5. Erosão Superficial

 

Corresponde ao desgaste do solo e apresenta três fases:

Intemperismo - Transporte - Sedimentação. Depois de intemperizados, os fragmentos de rocha estão livres para serem transportados pela água que escorre pela superfície (erosão hídrica) ou pelo vento (erosão eólica). No Brasil, o escoamento superficial da água é o principal agente erosivo. À medida em que o horizonte A é o primeiro a ser desgastado, a erosão acaba com a fertilidade natural do solo.

A intensidade da erosão hídrica está diretamente ligada à velocidade de escoamento superficial da água; quanto maior a velocidade de escoamento, maior a capacidade da água transportar material em suspensão e, quanto menor a velocidade, mais intensa a sedimentação.

A velocidade de escoamento depende da declividade do terreno - em áreas planas a velocidade é baixa - e da densidade da cobertura vegetal. Em uma floresta a velocidade é baixa pois a água encontra muitos obstáculos (raízes, troncos, folhas) a sua frente e, portanto, a infiltração de água no solo é alta. Em uma área desmatada a velocidade de escoamento é alta e, portanto, a infiltração de água é pequena.

 

 

6. Conservação do Solo

 

a) Rotação e associação de culturas

Toda monocultura (A) mineraliza o solo pois a planta retira certos minerais (X) e repõe outros (Y). Deve-se, temporariamente, substituir (ou associar) a cultura (A) por outra (B), que retire os minerais repostos por A e reponha no solo os minerais retirados.

 

b) Controle de Queimadas

A prática de queimada acaba com a matéria orgânica dos solos. Somente em casos especiais, na agricultura, deve-se praticar a queimada para acabar com doenças e pragas.

c) Plantio em curvas de nível e Terraceamento

Curvas de nível são linhas que unem pontos com a mesma cota altimétrica.

Tal prática diminui a velocidade de escoamento superficial da água e, em decorrência, a erosão.

 

7. Erosão Vertical

 

A - Lixiviação - é a lavagem dos sais minerais hidrossolúveis (sódio, potássio, cálcio, entre outros), praticada pela água que infiltra no solo, o que lhe retira fertilidade.

B - Laterização

· a formação de uma crosta ferruginosa

· a laterita, vulgarmente chamada Canga - via formação de hidróxidos de ferro e alumínio, o que chega a impedir a penetração de raízes no solo.

A lixiviação e a laterização são sérios problemas em solos de climas tropicais, onde o índice pluviométrico é elevado.

 

 

A estrutura industrial brasileira

A produção industrial do Brasil tem registrado um aumento considerável, particularmente na primeira metade da década de 1970, de modo que a participação do setor secundário na economia nacional se ampliou, e o país tornou-se exportador de alguns produtos industrializados. Veja o gráfico abaixo.

 

O crescimento ocorreu em praticamente todos os ramos, com mais intensidade nas indústrias modernas que nas tradicionais.

As indústrias tradicionais

As indústrias tradicionais são aquelas que utilizam grande quantidade de mão-de-obra, com pouca aplicação de capital e baixo desenvolvimento tecnológico, como a de produtos alimentares e a têxtil.

A indústria de produtos alimentares acompanhou o aumento quantitativo do mercado interno, ao qual destina quase toda a sua produção. Grande parte das indústrias do setor localiza-se perto dos grandes centros de consumo, embora também haja muitos estabelecimentos em zonas produtoras de matérias-primas. Subsistem, contudo, numerosas e pequenas unidades fabris dispersas pelo território, vinculadas às necessidades de consumo diário da população.

Nos gráficos a seguir pode-se observar que a indústria de produtos alimentares aparece entre as que mais contribuem com o valor da produção industrial nacional e, ao mesmo tempo, exige grande quantidade de mão-de-obra.

 

 

 

A indústria têxtil, que compreende a fiação e a tecelagem, também se destaca pela quantidade de pessoal ocupado, pois a automação é pouco difundida. Em vários países o setor evolui para uma maior mecanização, principalmente na área de fiação, mas, no Brasil, ainda são poucas as indústrias que têm capacidade de investimento em tecnologia. Concentram-se no Sudeste, onde São Paulo e Rio de Janeiro respondem por mais de 80% da produção nacional.

As indústrias modernas

As indústrias modernas utilizam menor quantidade de mão-de-obra e, em contrapartida, operam com base em aplicação de tecnologia - tanto a tradicional quanto a de ponta.

Indústrias siderúrgica e metalúrgica

Com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) em 1942, na cidade de Volta Redonda, no Vale do Paraíba, as indústrias siderúrgica e metalúrgica expandi ram-se no Brasil. O caráter relativamente tradicional dos dois setores fica expresso por sua dependência em relação à localização das matérias-primas -jazidas de carvão no Sul do país e de ferro em Minas Gerais -, além da proximidade dos mercados consumidores do Rio de Janeiro e de São Paulo. Veja foto e mapa abaixo.

 

Como o carvão brasileiro é de baixa qualidade, as usinas siderúrgicas e as indústrias metalúrgicas utilizam o carvão vegetal, o que tem estimulado o desmatamento e até mesmo a destruição de muitas áreas do cerrado. Entre as alternativas que têm surgido, destacam-se a eletrossiderurgia, ou seja, o preparo de ferro e aço com o uso de eletricidade, como ocorre na Mannesmann, em Belo Horizonte, e a utilização do gás natural na Usina Siderúrgica da Bahia (Usina).

A exploração do ferro do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais tem-se elevado, e novas jazidas foram descobertas, como a de Carajás, nos anos 1970, permitindo que o Brasil se tornasse auto-suficiente em relação à maior parte dos produtos siderúrgicos e até exportasse alguns deles. Esse desempenho resulta em grande parte da política governamental de expansão do setor, adotada desde a década de 1970.

As usinas siderúrgicas do país concentram-se no Sudeste. Depois de Volta Redonda, as principais usinas construídas foram a Usiminas, na bacia do vale do rio Doce, que começou a operar em 1962, e a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa), em Cubatão, inaugurada em 1963 - as três maiores usinas siderúrgicas da América Latina.

Até 1990, a siderurgia brasileira era comandada pelo Estado ou por empresas das quais o poder público tinha a maioria das ações, pois o setor era considerado um dos fundamentos do desenvolvimento econômico do país. Depois disso, teve início o processo de privatização das indústrias siderúrgicas nacionais, com o objetivo de diminuir a intervenção do Estado na economia e reduzir o déficit público.

Apesar de o parque siderúrgico brasileiro ter sido considerado moderno em meados da década de 1980, um dos principais argumentos para sua privatização foi a necessidade de o setor acompanhar o desenvolvimento tecnológico mundial, principalmente como forma de manter ou ampliar a exportação do aço. No Brasil, o grau de automação ainda é baixo, e a concorrência com as novas ligas e aços especiais tem sido cada vez maior, embora técnicos brasileiros já estejam realizando pesquisa tecnológica de alto nível.

 

Indústria mecânica

A indústria mecânica também representa uma contribuição significativa para o valor da produção brasileira e, desde a década de 1980, recebe grande estímulo fiscal para importar equipamentos que possibilitem seu desenvolvimento tecnológico. No entanto, o setor ainda é atrasado na produção de equipamentos pesados, e as pequenas e médias empresas enfrentam problemas na produção de ferramentas. A indústria automobilística, porém, que faz parte do setor mecânico, acelerou a modernização tecnológica, principalmente na área da automação, a partir de meados da década de 1990, com destaque para a Mercedes-Benz, a General Motors e a Volkswagen.

No entanto, a globalização da produção aumentou a competitividade internacional, comprometendo as exportações brasileiras, pois o setor ainda é atrasado em tecnologia, na organização do trabalho e nas relações entre a indústria e o governo.

Desde a expansão das indústrias siderúrgica e mecânica por volta de 1950, o setor tem recebido incentivos do governo federal, como a criação de infra-estrutura e a ampliação dos recursos energéticos. Entre 1980 e 1990, a instabilidade da moeda e a constante intervenção do Estado na economia comprometeram a expansão industrial, mas o setor voltou a crescer quando a economia se estabilizou, em meados da década de 1990.

Um exemplo da modernização da indústria mecânica é a fábrica da Volkswagen em Resende, no vale do Paraíba, Rio de Janeiro, projetada como "consórcio modu lar": em uma mesma unidade, a Volkswagen e outras empresas se associam para produzir todas as peças necessárias à montagem de um carro, o que permite maior controle de qualidade e maior velocidade de produção. Outro exemplo é a unidade fabril da General Motors instalada em Gravataí, no Rio Grande do Sul.

 

Indústria química

O período de maior expansão da indústria química foi a década de 1970, quando foram criados os pólos petroquímicos de São Paulo e de Camaçari. O setor é controlado basicamente por empresas estrangeiras que ainda preferem importar muitas matérias-primas e alguns produtos finais a produzi-los no Brasil. Assim, a balança comercial do setor tem sido deficitária, principalmente por causa da importação de fertilizantes.

Mesmo assim, a indústria química tem apresentado certa expansão para atender aos setores mecânico, eletroeletrônico, extrativo-mineral e agrícola, para os quais produz termoplásticos, solventes, corantes, produtos orgânicos e inorgânicos, fibras, detergentes, fertilizantes e plásticos diversos, entre outros produtos, em suas unidades concentradas nas regiões Sudeste (70%) - mais especificamente em São Paulo - e Sul (16%).

 

Indústria de material eletroeletrônico

A indústria eletroeletrônica expandiu-se até os anos 1980 graças a avanços da própria engenharia brasileira.

 A partir de então, a política de incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus atraiu muitas empresas nacionais para a Amazônia, mas elas acabaram se especializando na montagem de kits eletrônicos importados. O governo pretendia ampliar as exportações para pagar os juros da dívida externa, e o resultado foi o atraso no desenvolvimento da tecnologia nacional.

Indústria de telecomunicações

Atrelada à indústria eletroeletrônica, a indústria de telecomunicações praticamente inexistia no país até 1950. A instalação de um parque industrial do setor começou com os investimentos da empresa sueca Ericsson e da norte-americana Standard Electric. Logo depois vieram a NEC (japonesa), a Siemens (alemã) e a Philips (holandesa). Em 1972, o governo militar criou uma empresa estatal de telecomunicações, a Telebrás, o que contribuiu para a ampliação dos serviços de telégrafo, telex, rádio e televisão.

Na década seguinte, as atenções do governo voltaram-se para a área da informática, e a Telebrás associou­se às multinacionais que atuavam no Brasil na área de telecomunicações para desenvolver a tecnologia digital. A partir da segunda metade dos anos 1990, juntamente com as privatizações de empresas estatais, houve uma considerável expansão das telecomunicações no país, graças a vultosos investimentos das multinacionais que atuam no setor.

 

Distribuição espacial das indústrias

 

0 parque industrial do Sudeste

A raiz da concentração industrial na região Sudeste, inicialmente no interior do estado e, depois, na capital, é a economia cafeeira no estado de São Paulo.

Muitos fatores representavam atrativos para as novas indústrias, que formaram na região o maior parque industrial da América Latina: a maior concentração demográfica e de capital; a presença de densas redes ferroviária e rodoviária; um amplo mercado consumidor e de mão-de­obra, o aproveitamento energético dos cursos de água, a expansão da atividade agropecuária; a proximidade dos dois principais portos (Santos e Rio de Janeiro) e da capital político-administrativa (Rio de Janeiro).

As áreas industriais

A maior concentração e diversificação fabril ocorre na capital paulista e seus arredores, estendendo-se principalmente em direção a Santos. Essa área inclui a região conhecida como ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo - veja foto abaixo -, São Caetano e Diadema), que se destaca pelas indústrias de base, pesadas e de material de transporte, e Mogi das Cruzes. A expansão industrial também se fez na direção noroeste, criando muitos centros de atividades diversificadas, entre as quais Jundiaí, Campinas, Piracicaba, Americana, São Carlos, Ribeirão Preto e Bauru.

A segunda maior área industrial do país é formada pelo Rio de Janeiro e lugares próximos, abrangendo Niterói, São Gonçalo, Duque de Caxias, São João do Meriti, Nilópolis e Nova Iguaçu.

Entre essas duas grandes áreas está o eixo formado pelo rio Paraíba do Sul que, por ligar Rio de Janeiro e São Paulo, constitui uma zona de acentuada industrialização.

A área de Belo Horizonte também se destaca, sobretudo pela presença de recursos minerais, pelo aproveitamento hidráulico do estado e pela proximidade dos principais centros do país. Ali, a indústria minerometalúrgica orienta seu crescimento ao longo do vale do rio Doce, com atividades industriais diversificadas na capital e em Contagem, e desenvolvendo-se também nas cidades de Conselheiro Lafaiete e principalmente Juiz de Fora.

 0 processo de desconcentração

no Sudeste e as demais regiões

Além da desconcentração intra-regional, em que as indústrias passaram a se instalar fora da região metropolitana de São Paulo, em cidades do interior ou em outros estados da região Sudeste, ocorreu uma desconcentração no âmbito nacional. Esse processo, contudo, não eliminou as grandes desigualdades da distribuição da produção industrial no país. Veja o gráfico abaixo.

Sul - A região já havia se beneficiado com o processo de desconcentração econômica do Sudeste, graças à sua proximidade geográfica e à densa rede de transpor tes e comunicações. Mais recentemente, com a criação do Mercosul, várias empresas nacionais e estrangeiras têm sido atraídas para a região, interessadas no amplo mercado dos países do Cone Sul.

 

 

Nos três estados, o setor secundário foi o que mais se desenvolveu ao longo das últimas décadas.

A região nordeste do Rio Grande do Sul, além da área metropolitana de Porto Alegre, tem aumentado sua participação na produção industrial do estado (eixo Porto Alegre Caxias do Sul), com destaque para a modernização do setor manufatureiro. Veja a foto abaixo.

0 parque industrial de Curitiba é um dos mais importantes e diversificados da região Sul, com a presença das tradicionais indústrias alimentares e madeireiras, além de empresas dos setores químico, de material elétrico e de transporte, com destaque para o recente pólo automotivo. Também as indústrias tradicionais de Santa Catarina se modernizaram, atraindo empresas dos setores mecânico e elétrico, dispersas por quase todo o estado.

Nordeste - A desconcentração iniciada na região graças à forte intervenção estatal acabou desenvolvendo nos últimos anos vários setores industriais, quase todos muito dependentes do mercado da região Sudeste.

As empresas adquirem do Sudeste cerca de dois terços das matérias-primas e mais da metade dos serviços de que necessitam. Do total produzido no Nordeste, grande parte é remetida ao Sudeste, principalmente para o estado de São Paulo.

Essa forte dependência marcou a orientação do desenvolvimento industrial nordestino e explica a expansão das indústrias de bens intermediários dos setores químico (Recife), petroquímico (Bahia) e de material elétrico, bem como a modernização das indústrias de bens de consumo: bebidas, couro e peles, têxteis e produtos alimentares em geral.

Centro-Oeste - A indústria do Centro-Oeste consiste sobretudo nas atividades ligadas ao setor agropecuário. As indústrias de alimentos que se destacam são aquelas que se expandiram para a região a partir do Sudeste. Ao longo do eixo Campo Grande-Goiânia-Brasília, há indústrias madeireira, farmacêutica, de borracha e de papel.

Norte - A participação da região Norte no total produzido pela indústria do Brasil elevou-se com a expansão da Zona Franca de Manaus. Os setores que mais cresceram foram as indústrias de produtos eletroeletrônicos e do setor óptico e as atividades industriais extrativas (minerometalúrgicas) ligadas à riqueza mineral do Pará. Tanto no Amazonas quanto no Pará, o setor industrial tem-se expandido mais que o agropecuário, e o mercado consumidor caracteriza-se por ser extra-regional, ou seja, a produção está voltada em sua maior parte para a região Sudeste.

 

0 trabalho na indústria

Em 1940, dois terços da população brasileira residiam na zona rural e um terço nas cidades. Em 1980, essa proporção era invertida.

0 trabalhador dispensado no campo pela introdução de máquinas agrícolas dirigiu-se, então, para as cidades e engrossou o contingente de desempregados urbanos. Não havia emprego para todos, porque o processo de industrialização chegou ao Brasil com o capitalismo em sua fase monopolista, quando a tecnologia industrial já apontava para a redução da mão-de-obra. A especialização se aprofundou, e hoje a indústria chegou a tal nível de sofisticação que seu novo perfil técnico-científico exi­ge trabalhadores altamente qualificados.

No Brasil, a deficiência do sistema educacional e o baixo investimento das empresas em treinamento resultam em uma composição afunilada da mão-de-obra, com uma parcela ínfima de trabalhadores especializados que recebem altos salários e uma imensa maioria de não­qualificados que trabalham por salários cada vez menores. Para manter o emprego, aceitam reduzir salários e perder direitos trabalhistas. Nas montadoras de automóveis, por exemplo, a jornada de trabalho tem sido reduzida para evitar a ampliação do desemprego no setor. Como resultado de todos esses fatores, o custo do trabalhador na indústria brasileira é um dos mais baixos do mundo (gráfico a seguir).

 

 

A economia competitiva de hoje impõe a necessidade de aumento contínuo da produtividade, isto é, obtenção do máximo rendimento por tempo de trabalho empregado. Isso é buscado por meio da modernização tecnológica e da qualificação da mão-de-obra: novos equipamentos, operados por trabalhadores mais competentes, permitem maior produção com menos pessoas empregadas.

Modernização tecnológica, trabalho qualificado e desemprego são, portanto, os aspectos principais do trabalho industrial em toda parte. Assim, na medida em que

o Brasil se integra ao mundo globalizado de hoje, mais esses aspectos são sentidos, sobretudo o flagelo do desemprego. Na última década do século passado, enquanto a produtividade no país aumentou em 40%, o nível de emprego na indústria caiu em 30%.

Em resumo, o crescimento industrial deixou de significar geração de emprego. Essa foi a grande mudança no mundo do trabalho no transcurso do final do século XX para o novo milênio. Observe o gráfico abaixo.

 

 

Qualifique-se

O novo paradigma tecnológico está associado a novas exigências quanto aos atributos da força de trabalho, aos conhecimentos necessários para operar os sistemas produtivos e às formas de aquisição desses atributos e conhecimentos.

Esse novo paradigma privilegia a capacidade de aprendizado dos trabalhadores, que devem ser treinados para o exercício de funções mutantes, a capacidade de comunicação escrita e verbal e a capacidade de iniciativa. Mais especificamente, as novas técnicas organizacionais exigem maior relacionamento com vários níveis hierárquicos e a automação industrial requer raciocínio lógico, concentração geral, coordenação motora, destreza manual e capacidade de aprendizado. Idealmente, além do conhecimento técnico geral, essa força de trabalho deve ter uma visão do processo de produção, conhecimentos de gestão da produção e de estatística (para as novas técnicas organizacionais), bem como conhecimentos de eletrônica, informática, geometria e mecânica (para a automação). Tal perfil de qualificações deve resultar de uma sólida educação geral, correspondente ao ensino médio completo, e do aprendizado específico dentro da empresa.

RELATÓRIO sobre o desenvolvimento humano no Brasil. Rio de Janeiro/Brasília, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada/Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 1996. p. 77.